Ela já começou espantosa pelo simples fato de acontecer.
Acontecer fora de tempo, em meio a dificuldades, em ano com muito mais coisa para se pensar do que futebol.
Espantou pela abertura minguada e superficial. Como não espantar quando se entrega a apresentação de um país, de um povo, para alguém vindo de outro continente?
É um espanto por não ter sido atingida pelas promessas de manifestações que aconteceram sim, mas em menor intensidade e longe dos olhos da imprensa.
Aliás, é um espanto também que a imprensa só fale de futebol enquanto o país é assolado por catástrofes naturais e convenções partidárias....
Espanto pelas falhas básicas da toda poderosa FIFA. Que vexame!
Falta de comida, contaminação de voluntários, invasão de estádio, imagens totalmente sem sentido...Dá próxima, deixa que a gente cuida.
E quer mais espanto do que dar adeus às poderosas Itália e Inglaterra? E ver a possibilidade de ter a Costa Rica na final?
Também foi um espanto imensurável descobrirmos que é necessário distribuir vacinas anti- rábica aos que enfrentarem o Uruguai, aqueles, que tiveram que comer doce de leite mineiro.
Os turistas que invadiram o país trouxeram muita alegria, muita festa e estão levando para casa muita simpatia pelo brasileiro. Mas isso não é um espanto, é a única coisa de que tínhamos certeza. Sempre fomos hospitaleiros e tolerantes.
Agora é aguardar, para assistir aos próximos passos.
E haja coração para tanto espanto!