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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Não resisto (Censo)

Gente, sinto muito, mas não resisto e tenho que falar um pouco sobre a pesquisa do CENSO que acabei de responder.

Já havia comentado em outras oportunidades, que já trabalhei muito com pesquisa lá pelos idos de 80 e 90. Sou boa na montagem e análise de questionários. Porém nos últimos anos, acho as amostras utilizadas muito falhas. Tudo bem, sei que é uma ciência exata, que os cálculos são bem pensados, mas, não consigo acreditar no que refletem!

Um bom exemplo atual, é a situação de Marina Silva nas eleições. Só o que eu conheço de gente que vai votar nela, já supera os números apontados nas pesquisas! Isso prá não falar do resto dos candidatos, que prefiro deixar prá lá prá não ter uma enxaqueca!

Por outro lado, aquilo que estou chamando de falho, pode tornar as coisas bem interessantes se quisermos demonstrar que este não é um país justo. Dados solicitados e ignorados, podem deturpar os resultados!

Ainda temos que considerar as dificuldades que os recenseadores enfrentam. Se as pessoas não querem responder ao questionário mais simples, imagina o completo?

E será que dão respostas confiáveis?

Alguém vai dizer que é analfabeto funcional por exemplo? Claro que não, mas poderá dizer que está no 2º ano do ensino médio!

Alguém vai explicar que sua situação melhorou porque conseguiu um cartão de crédito das Casas Bahia? Não, mas já ouvi isso algumas vezes!

No meu caso único por exemplo, vejam as discrepâncias. Respondi ao questionário simples. Respondi por dois domicílios, o meu e de meu filho (no mesmo terreno). Eles não perguntam  o grau de instrução, apenas se sabemos ler e escrever. Mas perguntam a faixa de renda. Então ficou algo assim:

- No meu domicílio, moram 3 pessoas mas a renda é igual ao do outro domicílio onde vive apenas uma! Eu chamaria isso de desigualdade social!

-No domicílio com uma pessoa, o grau de instrução é universitário  incompleto, aqui é pós. Outra discrepância, afinal, não dizem por aí que quem estuda ganha mais?????

- As disparidades quanto as instalações dos dois domicílios também são absurdas. Como interpretar isto? A classe média cresceu ou caiu?

- A religião dos moradores não é questionada no formulário simples. Aí, fico imaginando a análise. Se este item for pesquisado na minha rua e nas duas seguintes, em quase todos os domicílios vai dar católico. Porémm a maioria destes domicílio tem no máximo dois moradores.  E aí, como é que fica?

Ou seja, apesar de ter consciência que uma pesquisa destas é de extrema complexidade, volto a questionar: será que reflete nosso povo?

Será que não é uma das causas de se dizer a torto e a direito que a situação econômica e educacional melhorou, quando o que vemos não é nada disso?

Hummmm... sei não!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Sobre a Malcriação de Neymar



Ontem comentei no Twitter que seria melhor Neymar pagar agora "um mico" em rede nacional, pedindo desculpas aos ofendidos e para a torcida, do que vê-lo transformado amanhã em mais um Bruno (do Flamengo). E mantenho minha posição.

Neymar da Silva Santos Junior, nasceu em Mogi das Cruzes em 05/02/1992. Portanto, é praticamente uma criança.

Aos 18 anos, recebe um salário de R$ 500.000,00 , mais o que rola com publicidade, cifras que a maioria de nós nem consegue conceber. Ele também não.

Pelo que tenho visto na mídia, tem o privilégio de ter pais atentos. Segundo algumas entrevistas do pai do rapaz, ele é um garoto tímido, obediente e que costuma dar satisfações aos pais sobre seus atos e seus gastos, além de cumprir suas obrigações religiosas, pagando inclusive um valor alto como "dízimo" à igreja que frequenta, uma denominação evangélica tradicional. Ainda segundo o pai, tem metas a atingir para receber compensações como a autorização para colocar um piercing ou a certeza de que receberia o carro dos sonhos como presente aos 18 anos. Além disso, sabia que só iria dirigi-lo com a habilitação nas mãos. Perfeito! Um rapaz quase à moda antiga, onde respeito e bom comportamento eram o tesouro de qualquer vida.

Mas,  como qualquer menino de 18 anos, Neymar está a mil! Além das razões comuns a todos os jovens da mesma idade, ele vive a experiência do estrelato. É atenção demais em todos os lugares, uma torcida inteira transformando-o em ídolo, e no caso de Neymar, não só a torcida do Santos, pois o rapaz tem a admiração de todas as torcidas. Quase um deus. E deuses acabam por ter a sensação de que podem tudo.

Já nos foi demonstrado, que o estrelato em tenra idade, costuma causar grandes confusões na cabeça e por consequência no comportamento de pessoas como foi o caso de Michael Jackson, Elizabeth Taylor, Lindsay Lohan e outros que tiveram a infância e a adolescência invadidas por multidões de fãs.

Nesse ponto, a presença e o controle dos pais é indispensável, especialmente quando o jovem, como Neymar, começam a ter atos de descontrole, como aconteceu no último jogo em que o rapaz sentiu-se no direito de dar um "piti"  xingando e esbravejando inclusive contra o próprio técnico e alguns companheiros, por ter sido impedido de cobrar um penalti. Ou seja, naquele momento ele achou que indubitavelmente era "o dono da bola", excluiu-se da equipe.

Graças a admissão do erro por parte do pai e por uma atitude correta do time que decidiu puni-lo e fez críticas públicas ao jogador, Neymar optou por pedir desculpas publicamente, matéria repetida por todas as emissoras incansavelmente.

Entre os jovens jogadores, com certeza rolou alguma implicância com o "mico". Mas para Neymar passou a ser um freio para novos desequilíbrios, um primeiro entendimento do que seja a responsabilidade de alguém que é espelho para milhões de pessoas. Sobre respeito ao próximo, sobre auto-controle. Sobre educação. Sobre limites.

Esta situação isolada, pode servir de alerta para todos nós. Especialmente pais, mães e professores.

O que os pais de Neymar e os responsáveis pelo time passaram agora, é o que professores do país inteiro sofrem diariamente diante da indisciplina e falta de limites dos alunos, que mesmo sem as características específicas do ídolo Neymar, pensam ser pessoas cujas vontades devem ser atendidas incondicionalmente, sem a menor noção de direitos, deveres  e limites.

Esta falta de noção absoluta é a soma da total liberdade que recebem dos pais e da incapacidade dos professores de reagir, já que quando o fazem, podem ser punidos . Qualquer restrição, qualquer punição é bravamente questionada pelos pais e até pela sociedade que depois os acusa pelos desmandos dos alunos.
Isto precisa mudar para que não criemos feras desembestadas para o futuro.

Pensem bem sobre a malcriação de Neymar.

sábado, 11 de setembro de 2010

11 de Setembro

Esta data traz duas lembranças importantes. Uma positiva e outra negativa.

A positiva é o Código de Defesa do Consumidor, que trouxe mais segurança ao consumidor brasileiro, mais proteção.

A negativa é a recordação inevitável dos atentados às torres gêmeas.

Relutei bastante em escrever sobre o assunto, porque o que é mais nítido na lembrança é o lado negativo da coisa. Somos pessimistas? Precavidos? Ou apenas mórbidos?

Não, apenas acredito que nossos erros devem ser lembrados para que não façamos repetições eternas e burras.

Dia desses assisti ao filme O Livro de Eli com Denzel Washington, onde em algum momento é dito que a Bíblia (na estória) havia sido destruída por ser a causa de todas as guerras e em outro momento, um personagem anseia pelo único exemplar salvo para dominar o novo mundo.

A ficção sempre nos faz pensar....

O que aconteceu em NY foi um ato terrorista, de fanáticos seres não pensantes, mas foi largamente dito ao mundo que foi obra de seguidores do Islamismo. Tá, os caras eram muçulmanos. Mas, será que o Islamismo pode ser acusado dos atentados? Será que um pastor qualquer tem o direito de ameaçar (com certeza em busca de fama) queimar um exemplar do Corão?

E o que tem a ver o código do consumidor com os atentados? Para mim, a possibilidade de um paralelo sobre comportamento. O brasileiro, sem o código, sempre seria muito prejudicado, pois feliz ou infelizmente, não somos dados à revolta popular, ao fanatismo, à luta. Nem fanáticos de verdade nós temos! Dizem até que a máfia aqui daria em nada. Que bom! ....às vezes....Em outros países, a defesa dos direitos também é apoiada por leis, mas não por falta de empenho dos povos. Argentinos, norte-americanos, europeus, vão à luta sim, e com garra! 

Agora, lutar por direitos é uma coisa, fanatismo enlouquecido e burro é outra!

A queda das torres foi obra de fanáticos. Mas gostaria muito de alimentar nas pessoas o respeito pelas religiões, neste momento em especial, pelo Islamismo.

Precisamos entender que cada religião segue as normas que lhe foram impostas por alguém ou algo a quem chamam Deus. Um entendimento vindo de algo chamado fé, que é acreditar em algo ou alguém ao qual não se pode provar!

Assim, na verdade, todos tem razão. Seja lá qual o livro sagrado que você segue, ele não prega o ódio e a destruição. Ele prega o amor e algumas regras que se fossem seguidas, não precisaríamos de medidas violentas como apedrejamentos ou fogueiras por exemplo....

Além disso, não podemos esquecer dados históricos! Não são só os muçulmanos que tem atitudes descabidas! A Igreja Romana fez das suas, e como! Religiões de cunho espiritualista causam muitos danos quando sobrepõe a fé em "medicina alternativa" aos mandos da ciência. As evangélicas ao meu ver pecam gravemente ao chamar de demoníacas todas as outras!

Em minha opinião, e não sou um ser todo poderoso, mas estou sempre em busca da paz e da harmonia, se você discorda de algum ponto da religião que segue, mude. Encontre alguma em que possa cumprir todas as regras, e cumpra-as. Mas respeite o pensamento alheio. Ao invés de atacar, siga em frente com suas certezas.

Temos que brigar sim, mas pela origem da palavra religião que vem de religare, que significa reunir, religar, juntar forças, ou seja, caminharmos todos em uma mesma direção.

E qual direção escolheremos, a do bem ou a do mal, da paz ou da guerra?

Pense por favor.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Trabalho Infantil

Antes que alguém diga alguma coisa, não sou a favor de escravidão e nem de exploração.

Mas por mais que me digam o contrário, não consigo ver 100% de ligação entre trabalhar antes dos 14 anos e deixar de estudar!

Isso não é uma mera questão legal ou de coerência. Vai muito além! Vai da estrutura de personalidade de cada um e do estímulo recebido.

É claro que estudar e trabalhar torna tudo mais difícil, mesmo para adultos, mas não impossibilita nada!

Conheço muita gente que trabalhou desde a mais tenra idade e estudou ao mesmo tempo. Alguns começaram mais tarde,até candidata a presidente!

A única coisa com a qual concordo 100% é que poucos chegam à universidade. Mas isso hoje em dia, a não ser que você consiga entrar nas grandes universidades, preferencialmente as públicas, não quer dizer muita coisa. Mas esbarramos então na questão do ensino pré universitário em escolas públicas, que, lamentavelmente, imviabiliza a ascensão.

Mais difícil que trabalhar e estudar, é ver a família sem ter o que comer ou dependendo de programas sociais ridículos e absurdos, que além de tudo perpetuam a dependência.

E essa dependência não é gerada só por ignorância ou malandragem. Não! Por favor percebam que um estado de miséria ou quase miséria, gera um estado depressivo permanente nas pessoas envolvidas e que pessoas deprimidas quando recebem "doações" ou sei lá que nome dar a isso, quase nunca vêem nisso uma alavanca, mas mais uma razão para "voltar prá casca", encolher-se num canto...

Acho que antes de proibir o trabalho infantil, deveríamos regulamentar isso, indicando um tempo bem menor do que  o do adulto mas com salários iguais (proporcionalmente). Além do que, hoje até aquele trabalho executado dentro de casa, "para ajudar mamãe" que antigamente dava orgulho em qualquer filha, é considerado criminoso! Ou o do filho que adorava ajudar o pai na oficina...

Excesso de proteção, pode ter sido a salvação de muita criança por aí, mas também vem sendo um verdadeiro estouro de boiada. Crianças e adolescentes sem limites, atrevidos e violentos. Entregues ao marasmo que leva às drogas e à irresponsabilidade.

Haverá os que dirão: não, eles estão na escola! É?, fazendo o que? Saindo do 2ºgráu sem saber ler ou escrever? Votando em quem alguém mandar? Ou então saindo da universidade para ganhar salários de 800 reais e achar ótimo?

Alguma coisa tá errada, ou eu é que estou definitivamente louca!