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quinta-feira, 31 de julho de 2014

O Aquário quebrou?


Vocês lembram de "Hair" (visitem a música mais famosa do musical em


Pois é. 

Hair registrou a esperança de várias gerações que aguardaram ansiosamente pela tal Era de Aquarius.

E ela chegou lá em 2009 (há controvérsias) prometendo o fim do autoritarismo, o desenvolvimento da tecnologia de comunicação, a paz e o amor não sem muita irreverência.

Que maravilha seria não?

Mas parece que a coisa não caminhou como o esperado. 

O que deveria ser uma alegre irreverência transformou-se em uma descontrolada demonstração de desrespeito em diversas situações.

O amor romântico virou uma confusão, com vários outros sentimentos e pretensões envolvidos.

A única previsão assertiva foi a da evolução das comunicações.

Mas que bom seria se nos comunicássemos mais facilmente para falar de coisas boas, de vida, de alegria, de evoluções pessoais e coletivas.

Infelizmente, estamos nos arriscando a algo que definitivamente aqueles caras do filme e das plateias dos cinemas não almejavam, uma nova guerra mundial.

Não é um pensamento catastrófico, é realista.

As mortes na Faixa de Gaza nas últimas semanas e os conflitos na Rússia, na Ucrânia ou no Iraque são um passo importante na direção de uma tragédia sem precedentes.

A Europa fragilizada pela crise econômica é pressionada pelo fornecimento do combustível  pela Rússia.

A ONU insiste em pedir trégua em Gaza e não é ouvida.

Em poucos dias as posições de apoio vão aparecer. Muito vai se falar em intervenção por motivos humanitários.

Me desculpem, mas não há nada de humanitário no assassinato de milhares de pessoas, especialmente de crianças.

E também não há nada que justifique isso, nem dinheiro, nem poder, terra, óleo, água.

 Nada, simples assim. 

Alguns membros importantes e poderosos desse jogo ainda estão calados, mas por pouco tempo.

Que posição vão adotar?

E a desastrada diplomacia brasileira, o que vai sugerir? 

O que fazer?

Onde essa gente pensa que vai chegar? 

Espero por um milagre.

Que algo aconteça e repentinamente tudo isso mude de rumo.

Tá, sei que estou falando de uma utopia, mas ainda não cobram por nossos sonhos e nem por algumas perguntas.

Me digam por favor, O Aquário Quebrou?


segunda-feira, 14 de julho de 2014

Quais estrelas?

A brincadeira acabou.



Até houve festa, ao menos até a semi final.

Vibramos, nos reunimos nas casas, nos condomínios e nas festas de rua como se fossemos todos velhos amigos. Isso é comum quando todos tem o mesmo objetivo ou os mesmos anseios. 



E ansiávamos por mais uma estrela em nossas camisas de torcedores. Queríamos o hexa, mas os últimos jogos mostraram que era impossível já que outras seleções se mostraram mais empenhadas e preparadas.

E olha que as europeias e mesmo a sul americana sobrevivente tem seus países em uma fase extremamente complicada com desemprego e um verdadeiro sumiço do vil metal, mas eles tem algo admirável, sempre foram grandes lutadores quando o assunto é a defesa dos próprios interesses. São o país da saúde e da educação, nós nos intitulamos o país do futebol. Deixamos de ser, uma pena.



Mas, pena maior ainda é deixarmos de lado toda a nossa força de união e nosso direito a exigir que o país seja governado com planejamento e seriedade absolutos.

Não podemos continuar a dar ouvidos a discursos utópicos, a estórias de exceção de gente que se diz do povo mas que trabalhou por muito pouco tempo ou foi educada em escolas de elite e que portanto não sabem do que falam. Para saber o que fazer eles tem que nos ouvir.

Quando uma seleção de futebol perde, nos entristecemos e isso afeta nosso humor e nosso ânimo por alguns dias.

Quando um país perde, quando ele vive de discursos mentirosos e ações desastrosas isso afeta nossa vida, nosso desenvolvimento e especialmente nosso futuro.

O mundo está em uma crise sem precedentes. Muito parecida com os períodos de guerras mundiais. O Brasil, até as próximas eleições, provavelmente conseguirá manter a farsa de que por aqui está tudo bem. 

E depois? 



Será que quem esteve no poder na última década, esta  que nos trouxe ao atual estado de coisas onde no dia a dia nosso dinheiro acaba muito antes do que o mês, onde crianças nascem na recepção de hospitais e onde recém formados em universidades mal sabem ler e escrever, serão capazes de manter o conto da carochinha que vem nos contando?

 Dificilmente.

Por isso, peço a vocês que continuem a torcer e vibrar pelas estrelas que desejamos ver estampadas com orgulho.

 Mas não estou falando daquela 6ª estrela da camisa da seleção, mas daquelas 27 estampadas em nossa bandeira, que representam nossos estados e que sumirão uma a uma se nada fizermos por elas.



Que saibamos transferir para o desejo de uma nação que nos cause orgulho toda a energia que dispensamos ao futebol.

Vamos mudar Brasil! 


sexta-feira, 11 de julho de 2014

Carta aos Turistas






Prezados turistas,

Vocês que já foram embora ou vocês que ficaram, o que acharam do Brasil?

Pelo que a imprensa diz e pelo que eu mesma pude constatar, parece que gostaram bastante!

Nós também ficamos felizes com a presença de todos vocês.

Eu apenas gostaria de falar um pouco sobre nós. Afinal, por aqui nem tudo é festa e vocês podem levar uma imagem meio utópica de nosso país.


Se vocês estranharam a pouca intensidade de nossa torcida nos estádios, entendam que a maioria das pessoas que lá estavam não são habituados a assistir jogos de futebol. Eu explico: é que a dificuldade para comprar ingressos e o preço da maioria deles ou ainda dos deslocamentos necessários, não permitiu à maioria da população de classes sociais menos abastadas  participar.





Vocês devem, como nós, ter gostado dos estádios. Mas não se enganem, a gente ainda não sabe o que vai fazer com eles. Também não pensem que são uma amostra do país. Temos sérias deficiências estruturais como menos hospitais do que deveríamos ter, menos escolas, uma rede de abastecimento de água e esgoto menor do que precisamos e por aí vai. Aliás, alguns de vocês devem ter notado que temos muitas deficiências estruturais. O transporte é um bom exemplo. Vocês que estiveram em São Paulo e usaram o metrô e o trem, precisam saber que no dia a dia, eles transportam cerca de 8 pessoas por metro quadrado! Já imaginaram? É, é uma loucura e é muito estressante também. Mas a gente tem uma velha música que descreve bem nosso comportamento. A letra diz assim "a gente vai levando, a gente vai levando essa vida!".



Sabe, também temos sérios problemas de segurança urbana. Até achamos meio estranho que nada tenha acontecido. Ou será que aconteceu e esconderam de nós?  Também não pensem que aquele monte de policiais que vocês viram nas ruas estão sempre presentes! Isso foi só durante a copa.  



Quanto ao fato de nós não termos ganho a copa em nossa casa prefiro não dizer nada...

Estamos chateados sim, mas é que temos uma disputa muito mais importante para vencer daqui a 2 meses e meio. São as eleições para presidente, governadores, senadores e deputados federais. Perder nesta disputa seria terrível! Essas eleições vão definir nosso destino nos próximos anos e há muito o que pensar, muito mais ainda a evitar. A população brasileira não está feliz. Ela teme pela economia, pela saúde, pela educação, pela segurança e pelo emprego entre outras coisas.

A vocês parece estranho alguém dizer que nosso povo não está feliz, não é?

Isso é porque dificilmente quem não vive nossa rotina perceberia a tal tristeza, a apreensão.

É que somos mesmo um povo muito acolhedor, hospitaleiro, que sempre procura receber de braços abertos todos que vem até nós. mesmo que não saibamos falar seu idioma, que professemos fés diferentes ou esbarremos em qualquer diferença, sempre vamos nos esforçar para nos comunicarmos, para ajudar, para que aqui vocês se sintam bem.

Portanto, voltem em breve! Nosso país tem muitas belezas a mostrar. Muitos sorrisos a oferecer. E quem sabe a presença de vocês,faça  com que nossos governantes criem melhores condições de vida que se estendam a nós? Lucraríamos também!



Agora é desejar boa sorte aos finalistas e dizer a vocês: obrigada, e voltem sempre!