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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Paixão

Por força das circunstâncias, digo, 3 filhos, várias noras, muitos amigos de filhos, consultório e etc... lido com muita gente jovem.
Assim, as paixões "definitivas" são sempre parte das conversas.
Muitas vezes me divirto com a certeza deles de que o mundo vai acabar se a tal paixão não se concretizar.
Concretização aqui,tem um significado diferente: mutação, transformação.
Seria a tranferência do estado de apaixonado pelo de amando.
Me espanto também com a ideia dos jovens de que só eles se apaixonam. Nós os "velhos" seríamos ridículos se isso acontecesse conosco.
Isso vem da ideia de continuidade eterna, mas muitas vezes mentirosas dos relacionamentos.
Aquela coisa do até que a morte os separe.
Isso acontece sim,ainda bem! Mas são poucos os casos de casamentos ou algo que o valha que realmente serão eternos. Muitos continuam existindo por uma questão de manutenção das aparências, cumprimento de regras, por funcionalidade, comodismo... Há também os que são mantidos para que não se dê o braço a torcer no que se refere a grandes brigas compradas lá atrás, quando muitas famílias se posicionam contra a decisão de um casal, mas eles as enfrentam e levam a coisa adiante, só percebendo muito tempo depois que pais, família, amigos tinham razão. Mas, o desconforto com a admissão da falha os faz continuar.
Os que não se prendem ao caos que é viver algo que não completa, que não satisfaz e prefere a busca constante de algo verdadeiro, estarão sempre expostos ao "risco" de uma paixão.
E ela acontece em qualquer tempo. Tenha você 8 ou 80 anos!
O que é da alma,do coração, ninguém consegue frear!
E como é bom!
A paixão é aquela coisa que toma seu corpo inteiro! Que aperta o coração, acelera todas as funções do corpo e da mente. Aquele frio na alma, aquela paz misturada com deslumbramento na presença de seu alvo.
É aquele vazio imenso que dá cada vez que seu alvo se afasta, o medo da distância, que parece nos tirar a capacidade de respirar mas que se transforma, na proximidade, em uma corrente de ar tão forte quanto um tufão!
É aquele sorrir por qualquer coisa, se despreocupar quanto às coisas da rotina, ou adquirir a capacidade de fazê-las com os pés nas costas...
A diferença quando ela acontece quando se é jovem, é que se perde o freio, as decisões são todas impulsivas,arruma-se grandes confusões.
Na maturidade não. Somos capazes de reconhecer os sintoma se também os limites, e nos levamos a sentir apenas a parte boa, doce, acalentadora. Dificilmente nos permitimos impulsos, pois sabemos que para a mínima possibilidade de que aquilo venha a se transformar em amor, temos que caminhar com calma. Mesmo porque, se não se tem a correspondência de sentimentos, a dor é a mesma para jovens e maduros. Porém, os mais velhos conseguem uma certa alquimia capaz de abrir mão de um amor romântico e criar espaço para a amizade. Pois só depois de alguns anos se é capaz de entender o amor em todas as suas dimensões.
Mas, o que é preciso acreditar seja você jovem ou não, é que será sempre melhor prá você e para o mundo, que as pessoas se apaixonem e se permitam ser alvo de muito amor,sempre! 

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Drogas e Responsabilidade

Hoje no Twitter, foi publicada a fala do Vereador Floriano Pesaro no plenário da Câmara Municipal  de São Paulo sobre drogadição.
Me fez pensar a respeito deste assunto do qual falamos, falamos, ouvimos, mas.... não vemos melhorias concretas.
Fica sempre a tênue linha que coloca a situação entre duas possíveis interpretações: é um caso de segurança pública ou de saúde pública?
Acredito que pertence às duas áreas.
E só conseguiremos nos livrar do problema quando as duas áreas resolverem trabalhar juntas.
Especialmente após o "advento" do crack, que começou em São Paulo mas já se espalhou para outros estados, a coisa ficou completamente fora de controle.
As cenas que vemos na região central de S.P. a famigerada cracolândia, são assustadoras. O local é repleto de verdadeiros zumbis que circulam pela região consumindo pedras e mais pedras da droga.
Sabe-se que o crack a princípio visava o consumidor de renda inferior, sem recursos para o consumo de cocaína, da qual é um subproduto. Porém, está mais do que provado que chegou às classes mais abastadas. E por um motivo simples. Qualquer tipo de droga, conta com o fator curiosidade como ponto de partida.Assim, consumidores de outras drogas (menos devastadoras ou ao menos mais lentas), devem ter tomado a bela decisão de experimentar. O problema é que ocrack vicia de forma muito rápida, muitas vezes em dois, três episódios de consumo.
Do ponto de vista da saúde, a responsabilidade começa nas famílias, passa pela escola e ancora no poder público, que tem a obrigação de intervir de forma eficiente. Falo de atuação por parte de municípios, estados e federação. Se não estiverem unidos nada vai acontecer.
O que existe hoje, passa muito longe do ideal. Não existem profissionais de saúde suficientes com experiência específica no assunto nas unidades públicas, que aliás são em menor número do que o necessário.
Falta um maior investimento financeiro.
Falta investir em pesquisa, em pessoal, em medicamentos, em terapias. Falta também rever as condições de internação. O movimento anti manicomial, que tem seus motivos e méritos, não deveria ser considerado nesses casos. O dependente dificilmente é voluntário. Quando chega a isso (se não morre antes), já destruiu a si mesmo, à família e muitas vezes sua comunidade, arrastando outros para o buraco.
Existem alguns projetos desenvolvidos paralelamente ou em parceria com o poder público. Mas são incapazes de atender à demanda e não são de conhecimento público. Falta divulgação.
Pelo lado da questão segurança, polícia, justiça e legisladores, tem que sentar para falar do assunto.
O viciado é um transgressor legal. O traficante é um criminoso que em geral é inteligente o suficiente para não usar o produto que comercializa.
A polícia não pode agir pq a justiça não permitiria e muito menos as organizações do tipo defesa de direitos humanos. Pois é, dá-se o direito de liberdade aos envolvidos no drama e cria-se um drama para o cidadão obediente e mais saudável . Aumenta-se a prática de outros crimes para se manter o cconsumo. E aí? como é que faz? Ficamos discutindo o sexo dos anjos e SE um dia chegarmos a uma conclusão conjunta agimos? Olha, não vai dar. Até lá, isso vira um hospício, um purgatório, o fim do mundo.
E não acredito na ideia de dizer ao jovem (ainda sem vícios) que droga é ruim. Não sejamos cínicos. Não é ruim. Causa malefícios... Que o digam os que  dizem que usam álcool, cigarro e maconha "socialmente".
Eu mesma sou fumante inveterada. Não bebo graças aos deuses. Por enquanto o cigarro não é ilícito. Costumo dizer que se passar a ser, vou subir morro e frequentar o submundo do tráfico! Como o craqueiro, não tenho vontade nem força para parar apesar de conhecer os riscos. Agora, o cigarro, não é uma droga que altere drasticamente minha consciência. O Álcool e as outras são. Se eu (nós) não consigo ou ao menos tenho dificuldades de  parar com o cigarro, o que dizer de uma pessoa com a consciência alterada, com raciocínio prejudicado e um alto grau de dependência física?
Há ainda a questão que prá mim é a mais crucial de todas: o controle de nossas fronteiras. Qualquer criança de 11 anos que já tenha assistido um telejornal sabe exatamente como a droga entra no país. E fazemos o que? Apenas falamos do assunto e declaramos que não há pessoal suficiente para cobrir um território tão vasto?
Há muito o que discutir e mais ainda a fazer. Mas precisa ser rápido. A situação é urgente.