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sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Davos, o Futuro e Nós





(AS IMAGENS SÃO DO SITE OFICIAL DO FÓRUM)

Buscando maiores informações para oferecer aos meus clientes de coaching e aos leitores do meu novo blog o http://coachwinner.blogspot.com.br/   fui passear lá no site do Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos há alguns dias.

E para minha surpresa e desespero, não conseguia mais sair de lá!

Há muitos anos não me identificava tanto com as reflexões de alguém como aconteceu em relação ao Presidente (e criador) Executivo do Fórum, Klaus Shwab.

Ele fala (tem um livro a respeito) sobre a nova fase em que vivemos que vem sendo chamada de a 4ª Revolução Industrial.

As outras três sei que os leitores do Amália conhecem bem e por isso dispensam apresentações.

Quanto à 4ª posso garantir que não é bem assim. Afinal, mesmo lá no Fórum, fica claro nos debates que todos ainda estão meio confusos, cada um no seu quadrado sem entender bem o que fazer com o do vizinho.

E sei também porque parte do tema eu discuti na palestra sobre Educação na Era Digital que ministrei em outubro/15 e falo do assunto constantemente com o pessoal de coaching e as dúvidas e surpresas são inúmeras.

Não poderia deixar de trazer o tema para cá.

Segundo o Fórum, a nova revolução é muito mais veloz (já sabemos disso), esbarra em assuntos aparentemente díspares como  os campos do físico, do digital e do biológico além de provocar uma mudança necessária nos sistemas de produção, gestão e governança.

Não vou incomodar vocês com uma descrição total dos relatórios do fórum, quem quiser conhecer melhor visitará o site oficial, mas vou tocar em pontos gerais que acredito que precisamos observar e sobre os quais precisamos de ações imediatas!

Quando falam das mudanças que já estão em andamento e vão ter um grande primeiro avanço até 2018 e depois novo grande impulso até 2020, estão mostrando que o período será de transformações nunca vistas.

Bem, acho que sempre foi assim.

A questão é a consequência disso em nossas vidas no mundo em que vivemos hoje.



Nem preciso falar, já percebemos que nossos conceitos de privacidade, individualidade, nosso acesso à informação, ao consumo e a forma de nos comunicarmos mudou muito nos últimos tempos.

Também já não estranhamos a presença de robôs ou de aparelhos de comando remoto, que respondem a nossas perguntas e coisas no gênero.

E o que temos hoje é só o começo. Comparável à internet que havia em 1969...

Ponto.

Aqui esqueço os dados específicos do Fórum e seu presidente e passo à minhas  frágeis conjeturas.

Por mais inteligente e capaz que Shwab e os outros congressistas sejam, ninguém sabe de verdade o que é viver no Brasil de hoje.

 Isso, porque (como o resto do mundo) vou ignorar o que é viver em países da África ou nos nossos vizinhos latinos.

Vou ser egoísta e só pensar em nós.

Aliás, para que nossa humanidade sobreviva, egoísmo é uma atitude que precisará ser riscada do mapa o quanto antes!

Vamos pensar juntos, tentando dividir por tópicos:

- O TRABALHO segundo o Fórum vai exigir novas competências e quem não as tiver, será excluído ao longo do tempo e no ápice das transformações teremos uma demanda enorme nas extremidades de uma suposta coluna de funções.
 Ou seja, haverá trabalho intelectual de ponta em profusão e bastante trabalho braçal, não mais como hoje, mas talvez no manuseio de máquinas pesadas.
 Os da parte média da coluna, mais ou menos ao equivalente hoje ao "trabalho de escritório" os assistentes, os gerentes, deixarão de existir.
Acreditem, essa ideia também causa espanto a muitos que me procuram.
Eu concordo que isso já está acontecendo. 

- ECONOMIA - esta é uma área muito complexa para mim, mas nem é tão complicado entender que uma aceleração e maior facilidade nas formas de comércio e entrega de produtos vai gerar maior demanda de produção, portanto mais gastos.
Porém, à medida que a taxa de emprego cair, haverá menos dinheiro em circulação e menor arrecadação de impostos enquanto os programas sociais serão mais exigidos e custosos.

- COMPORTAMENTO - Ah o comportamento... Como as redes sociais mudaram tudo! 
E vão continuar mudando.
Vocês que já me conhecem sabem que sou suspeita porque adoro as redes sociais e todas as possibilidades que elas nos oferecem.
De que outra forma eu, por exemplo, uma reles mortal, poderia manter contato contante com grandes nomes das artes, das ciências, da política, do mundo empresarial? 
Só através das redes mesmo...
Como poderíamos ter acesso tão rápido sobre tudo o que acontece ao redor do mundo se não fossem as redes?
Tudo hoje ficou mais fácil através delas.
Mas os benefícios das redes e seu uso saudável depende da maneira que nós as utilizamos.
E isso vocês sabem bem que nem todos sabem fazer direito.
E aí, o Fórum analisa esse aspecto sob o foco do perigo que o mau uso pode acarretar.
É verdade também.
Mas é aí que nós psicólogos, sociólogos, comunicadores podemos entrar...

RESPONSABILIDADE DA EMPRESA PRIVADA - Este aspecto da nova revolução já trouxe benefícios até no Brasil!
Empresa nenhuma quer ser exposta ao risco de ver suas falhas expostas nas redes e correm atrás do menor sinal de perigo. 

RESPONSABILIDADE DO PODER PÚBLICO: Aí a coisa pega!
Aquelas coisas que por Lei deveriam ser naturais como os princípios da publicidade da legalidade, da impessoalidade, da moralidade e da eficiência caem em uma corda bamba difícil de equilibrar.
Da mesma maneira que os governos passam a ter muito mais facilidade de manter controle sobre a população rastreando tributos, propriedades, comportamentos e etc... a população também passa a ter maior poder de controle sobre o poder público.

E onde entra a nossa realidade, aquela análise egoísta de que falei acima?

RESPONSABILIDADE DO PODER PÚBLICO: 
Oi? ah tá! tem que existir.
Mas, imaginem senhoras e senhores, no meio dessa balburdia que vive nossa situação política e econômica, o sujeito a quem derem a responsabilidade de olhar para essas mudanças que estão ocorrendo!
Pobre coitado.
Será sem dúvida nenhuma um sujeito estafado e muito, mas muito estressado.
Em um dia ele publica os salários dos servidores, no outro, uma ordem judicial diz que ele tem que suspender a publicação.
Ele começa um processo de mudanças na gestão mas meses depois, quando está chegando ao final, mudam os governantes e ele tem que voltar à estaca zero.
Ele faz um planejamento estratégico sobre dados econômicos mas descobre lá na frente que os dados que tinha eram falsos...
Ou seja, qualquer representante do poder público, em qualquer escalão, vive hoje mergulhado em solucionar os problemas imediatos.
O resultado disso são ações confusas e incoerentes como um prefeito determinar o que um taxista pode ou não falar com seus passageiros. Isso é ignorar a liberdade de expressão descaradamente.
Mas olha, desta vez não estou criticando o prefeito, sou solidária, imagino a loucura que é para um sujeito jovem e acostumado com o que há de melhor lidar com coisas como a rejeição a um sistema de transporte alternativo que ajuda e muito à metrópole...
Até dele, o prefeito, tenho pena.

RESPONSABILIDADE PRIVADA: É, as organizações privadas estão espertas, mas sofrem também com o item seguinte.

COMPORTAMENTO: Pois é, como disse amo as redes sociais e conhece inúmeras pessoas que são verdadeiras bençãos quando estão por lá.
Temos poetas, músicos, artistas de todo jeito, cientistas e suas informações, políticos de todas as frentes partidárias, notícias e até aqueles que só aparecem para dizer coisas bonitinhas, meio infantis, mas que são boas de ler ou ouvir.  
Mas tem um povo.... que olha, não sei de onde sai tanto ódio ou tantas tentativas de manipulação claramente maldosas, de má intenção. 
E há os que só fazem porcaria porque são ignorantes mesmo e em uma dessas concessões de crédito fajuta que aconteceram no passado recente tiveram acesso a ferramentas tecnológicas e lá estão, destilando sua desinformação ou seu ódio de tudo e de todos.
E há os riscos maiores como o de extremistas com inteligência suficiente para captar seguidores.

ECONOMIA E TRABALHO aqui andam mais juntas do que no real. As redes podem trazer oportunidades de criar um belo network, nos alertar sobre os fatos econômicos e nos mostrar caminhos melhores para seguirmos. E muito mais, é que o número de pontos a debater é tão grande que prefiro deixar para outro momento.
Uma das preocupações colocadas por Shwab e claramente demonstrada pelos congressistas é em relação a nós, humanos.
Ele diz pensar bastante sobre a possibilidade das mudanças tirarem de nós  alguns sentimentos como compaixão e colaboração.
Eu acho que depende de nós, os que vivemos hoje.

Mas , de novo, e o Brasil?

Gente, tudo começa no homem.

Toda essa evolução saiu da cabeça de humanos. Robôs AINDA não pensam.

E o capital humano brasileiro anda muito ruim.

Temos uma população que há muitos anos é vítima de uma grave deterioração do processo educacional.

E gente sem educação não terá lugar no futuro. Ou estará sempre na base da coluna e não tirará proveito da evolução tecnológica da forma que poderia.

Muitos empresários e quase a totalidade dos gestores públicos ainda rezam pela cartilha do gerenciamento à moda antiga, onde a ordem vem de cima e a base tem que cumprir e não pode opinar, muito menos introduzir mudanças.

Colaboração, algo essencial no futuro próximo é algo muito questionável no Brasil.

Somos até bacanas, tentamos ajudar durante tragédias, ou            
ao amigo, o vizinho ou até desconhecidos que pedem algo pelas redes.

Mas quando há competição envolvida, excluímos a palavra colaboração e o conceito de respeito.

De verdade, o brasileiro é sim alegre e festeiro, mas deixou de ser bonzinho há muito tempo. 

Os ignorantes por motivos óbvios. Estão aí as torcidas de futebol para confirmar.

Os cultos puxam tapetes alheios com a maior tranquilidade desde que o alvo seja o dinheiro.

Nosso sistema político permite que pessoas com pouca ou nenhuma qualificação assuma cargos de importância extrema e que protegidos pelas "costas quentes" façam da coisa pública o que bem quiserem.

Ou seja, o Brasil precisaria de uma metamorfose para não ruir diante do futuro que nos acena.

Será que é possível?

Acho que no fim das contas e com as consequências possíveis da 4ª Revolução Industrial, estamos diante da fase agonizante do capitalismo.

E o que será que vem a seguir?

Respondam, por favor....

Encerro com uma frase de Klaus Shwab com que concordo 100%

"Devemos portanto aproveitar a oportunidade e poder que temos de moldar a 4ª Revolução Industrial e direciona-la para um futuro que reflita nossos objetivos e valores comuns"










quarta-feira, 27 de janeiro de 2016