Enter your email address:

Delivered by FeedBurner

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Um Adeus à José Midlin

Fui surpreendida hoje pela notícia da morte do advogado, empresário eprincipalmente bibliófolo José Midlin.

Viver até os 95 anos não é prá qualquer um. Viver tão intensamente e tão convicto de suas preferencias menos ainda.

Midlin era paulistano, filho de judeus nascidos em Odessa, formou-se advogado pela USP, atuou como advogado e como jornalista no O Estado de São Paulo e era fundador da Metal Leve uma das maiores e mais famosas empresas de peças automotivas. Sempre procurei assistir e ler suas entrevistas (e foram muitas). Ficava sempre admirada com tanta vitalidade e com sua paixão pelos livros .

Sua coleção, a maior coleção particular no Brasil, tinha mais de 30 mil livros! Muitos deles raridades que buscava mundo afora. Era membro da Academia Paulista de Letras e também da Academia Brasileira, que frequentava semanalmete para o famoso chá dos imortais. Detalhe: a Academia fica no Rio e Midlin morava em São Paulo. Mas o que sempre me chamou a atenção não foram estes detalhes grandiosos de alguém tão bem sucedido, mas o brilho no olhar ao falar do prazer em viver cercado daquelas obras, na fé de que o livro permanecerá vivo apesar das novas mídias, o prazer na manipulação das páginas...Eu que já trabalhei em biblioteca e sou amante dos ivros em papel, sei bem como é.

Midlin acreditava que a liberdade para ler e o exemplo familiar desde a infância, incentivam o hábito da leitura. Também acredito.

Adorava quando ele contava nas entrevistas, suas peregrinações pelos sebos do centro da cidade.

Para nossa sorte, Midlin teve um gesto de generosidade ao doar grande parte de seu acervo à Universidade de São Paulo.

Um país como o nosso, tão carente de defensores da cultura, da educação e da literatura, tem mesmo que lamentar a perda de alguém como José Midlin, mas precisa também buscar nele a inspiração, o exemplo na busca do desenvolvimento intelectual.

Que ele vá em paz.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Pequeno Comentário

Olá pessoas!

Sem PC em casa fica difícil postar aqui e até no twitter, então vou registrar alguns poucos comentários (diversos) só prá não perder a mania de teclar, teclar e teclar!

Que o Chile saia dessa, na boa, certo?

A Veja desta semana finalmente tá muito boa. Vale a pena ler as cartas dos ex presidentes, a matéria sobre os admiráveis médicos sem fronteira, a entrevista com Merryl Streep, comentários sobre \invictus, 3 perguntas prá Rita Lee, ou seja, quase tudo. Mas, como sempre recomendo o artigo da Lya Luft que em um único e fantástico artigo, aborda um tema do qual vivo falando por aqui, em vários posts, a ignorância da nossa elite. Como Lya é fabulosa! Como escreve....
Não gostei de um comentário da apresentadora do SP TV. Sei que não foi intencional, e que o contexto dela era outro. Mas para os q prestam mais atenção, ficou estranho. Conversando com uma médica sobre a vacinação contra a gripe A ela perguntou se as clínicas particulares fariam a vacinação também, e se seria para qualquer idade e qualquer pessoa, já que na rede pública, existem diferentes faixas da população a ser vacinadas, mas algumas ficam de fora por não estarem entre os grupos de risco. A médica informou que até ontem não havia uma resposta e a apresentadora fez o comentário: Bom, já que a pessoa está pagando, ela pode ter a vacina. Perigoso isso. Nós, que usamos a rede pública também estamos pagando, não?????

Crianças, digo tchau aqui com dor no coração.
Até mais!

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Providências providenciais.....

Vcs já sabem que estou sem computador, por isso não tenho postado ou postado muito rápido.
Hj não deu prá resistir.
A Veja trouxe na carta ao leitor e na reportagem principal a oficialização da candidatura de Dilma, segundo a revista imposta ao partido pelo ´presidente. Ainda temo a força e o carisma de Lula. Se a oposição não for muito coerente e forte, pode derrapar na reta final, aí, serão mais quatro anos de Lula no poder, já que Dilma, nova no partido, dificilmente conseguirá manter a liderança sobre seus "cabeças". Nas páginas amarelas, há a entrevista do sociólogo Bolivar Lamounier que não acredita na fidelidade da classe emergente. Discordo. Acredito que cerca de 70% dela manterá sim fidelidade a Lula. Também há o risco (improvável) de Marina Silva sair da casca e botar a boca no trombone, como petista de primeira hora, com coragem prá dizer adeus diante dos absurdos e com uma biografia tão "emocionante" e comovedora aos emergentes quanto a de Lula. Se ela o fizer, haverá mais divisão ainda.
Aí, vem a noticia sobre a cassação de Kassab e dos vereadores, assunto que abordei em 2009 aqui. Eles podem recorrer no cargo. Tá. Mas como alguém consegue governar diante desta situação que vem somar -se ao desconforto da possível e inédita interdição federal em Brasília.
Acordem pessoas, apesar do artigo ótimo e informativo de José Serra sobre os 25 anos da Nova República na mesma Veja das más notícias, o ´país vive um momento de instabilidade, de terremoto estrutural prejudicial a todos nós. Ninguém pode negar que eu não previ isso no post do carnaval, certo?
Até mais.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Servidores Públicos, os vilões?

A Veja desta semana, fala do aumento do número de funcionários federais e de seus altos salários. Segundo a revista o nº de funcionários cresceu percentualmente mais do que a população do país. Um absurdo.
Mas, para nós, funcionários de carreira de outras esferas de governo (municipal e estadual) este tipo de matéria se transforma num enorme problema já que a população entende que nós também somos "sobrecarga" e que temos os mesmos níveis salariais. É comum que depois de uma publicação assim, as pessoas nos tratem com mais agressividade e desdém.
Um dos maiores problemas do serviço público no país, é a má gestão de pessoas. Enquanto na iniciativa privada, a área é muito bem observada, oferecem benefícios vários como aumentos salariais por mérito, bônus por tarefas melhores executadas, treinamentos adequados e preocupação com o clima organizacional, no serviço público, o servidor é considerado um ser incapaz, inapto e a cada quatro anos, sua experiência é relegada a último plano e novos funcionários são contratados entre aqueles que auxiliaram na eleição dos novos prefeitos e governadores. Assim, não podemos pensar em planos de carreira, em crescimento profissional.
Por não visar lucro, o serviço público tem características especiais, melhor compreendidas por quem lá está há muitos anos. Os que chegam, levam mais tempo de adaptação e compreenssão do "sistema", o que também atrapalha o bom andamento de projetos e metas.
Falta muito sim para oferecermos um serviço público de melhor qualidade, é preciso dar carta branca aos líderes e não colocar no lugar deles, desconhecidos de confiança apenas dos altos escalões. As estratégias e os planos de ação tem que ser melhor elaborados e ter a certeza da perenidade, de que vão sobreviver às sucessivas trocas de poder. A corrupção tem que ser combatida, e deve-se lembrar que o corruptor é a própria população, que prefere oferecer propinas ao invés de submeter-se às exigências da Lei e até da burocracia, que são sim pouco práticas e muito exigentes, mas necessárias.
Também não estou dizendo que não existem aqueles famosos funcionários letra"o", as Marias Candelárias e aqueles cuja participação se limita ao paletó pendurado na cadeira. Mas com austeridade, ética e vontade eles podem e devem ser eliminados ou colocados no prumo.
O que não pode continuar é a generalização feita inclusive pela imprensa a respeito da ineficiência do servidor público.
Sonho com mudanças positivas em minha empresa, tenho qualificações para fazer parte dos que vão executá-las, mas, a 4 anos da aposentadoria é quase certo que não terei oportunidade de receber reconhecimento.
Uma pena. Espero que as futuras gerações de servidores tenham melhor destino, e enquanto estiver lá trabalharei nisso, dentro das pouquíssimas oportunidades que me são oferecidas.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Em Fevereiro tem Carnaval

Bem vindos sras e srs ao país do Carnaval!
País da folia constante e da criatividade, onde objetos corriqueiros ganham usos diferenciados, como meias e cuecas que viram porta notas (superpotentes!). Onde dá-se um jeito em quase tudo menos na falta de oportunidades, de ética, de segurança, de transporte coletivo e de chuvas em Fevereiro.
Nem vi as notícias ainda, mas não preciso de bola de cristal para saber que fantasias e carros alegóricos em S.P foram danificados. Prá quem não sabe, o sambódromo paulistano foi construído às margens do Tietê, assim, como se fosse um Tâmisa, e lá se vão os Pierrots e Colombinas calcular o prejuízo.
Enquanto isso, nos palácios de nobres do Centro Oeste, aproveita-se as folias de Momo em caros camarotes, frequentados por famosos que vendem sua presença a preçode ouro enquanto a juventude ,a fama e a beleza lhes sorriem, mas, tenham certeza, não são os habitantes da nobre cidade bobos da corte, as conversas e atos paralelos não param, ao contrário, aproveita-se o pão e o circo distribuído à plebe (se bem que nem todos possuem o pão) para tecer novas e escusas ações, ainda mais em um ano onde o rei passará o cetro. Ladies MacBethes planejam o destino dos Banquos e MacDuffs pós modernos....
A segurança pública, fica a mercê da sorte, já que por mais que a polícia se esforce, não dá prá controlar o mar de desordem à sua volta.
O país do carnaval é também o país da teimosia, porque enquanto as contas a pagar se acumulam sobre a mesa, o cartão de crédito estoura, a rua alaga e o congresso cega, nós, povo, continuamos a torcer, a vibrar, a cantar e dançar. Afinal, todos somos "meio" Flamengo, temos um Fusca e um violão e não temos a alma carregada de culpa ao menos por 3 dias e noites que restabelecem o equilíbrio emocional de muitos, devolvem a rostos aflitos um sorriso de alegria e deslumbra o mundo com sua beleza.
Assim, senhoras e senhores, aos seus lugares, pois é Fevereiro e tem carnaval.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Experiências Psi

Ter voltado a atender e ter escrito o post anterior, trouxe de volta a vontade de relembrar experiências profissionais, que havia deixado de lado, engolidas pelo dia a dia estafante.

Não sei dizer se vão despertar o interesse das pessoas, mas, quando "baixa o escrivinhador" não tem jeito.

Reencontrei um executivo que atendi no final dos anos 90 e que havia sido transferido para a Suiça. E ele comentou estupefado, que eu tinha razão quando naquela época disse à ele que não dispensasse seus contatos brasileiros durante a sua ausência. Não me ouviu na época e hoje, apesar das experiências adquiridas, vem tendo dificuldades em conseguir uma colocação à altura de sua experiência.... Pois é.

Em meados dos anos 90, empolgada com o suceesso que obtinha com a técnica de psicoterapia breve, aquela que trata um problema específico, pontual, passei a acompanhar carreiras em ascenção. É o que chamam hoje de Coaching.

É um universo fantástico. Hoje é muito comum que esta função seja exercida por Administradores de Empresas e até Economistas, embora o foco do processo seja o gerenciamento do comportamento coorporativo. Não estou dizendo que profissionais desta área não possam fazê-lo. É óbvio que os mais experientes podem dar o mapa da mina sobre crescimento profissional

Mas, ainda vejo o assunto como um "ramo" da gestão de pessoas, e considero a área, mais adequada aos psicólogos. O conhecimento da dinâmica da personalidade humana nos dá uma visão absoluta dos relacionamentos, inclusive do coorporativo. Os executivos e mais ainda os profissionais liberais em funções organizacionais (como médicos e advogados), muitas vezes esquecem que tudo, absolutamente tudo se resume em tornarem-se, antes de mais nada, pessoas.

Hoje a maioria já reconhece que nem sempre o chefe é o líder. Liderança, é uma característica pessoal, que embora possa ser desenvolvida, é mais potente em quem já vem com ela "de fábrica". Se não fosse assim, não teríamos pessoas sem formação acadêmica galgando altos postos por aí.

A característica principal dos líderes é a capacidade de pedir ao invés de ordenar, e transformar seus pedidos em ordens incontestáveis. E não é fácil para quem busca crescimento profissional perceber isso, acreditem! O excesso de competição, as atribulações diárias, faz com que muitos passem a vida se debatendo em suas ações sem perceber a imagem que transmitem aos outros.

Há uma tendência atual também em "espiritualizar" o ambiente de trabalho. Acho isso ótimo, mas é tão básico, não deveria ser sempre assim, com naturalidade. Onde foi que ditaram que no trabalho não devemos ser pessoas????

O que mais me incomoda, é que essas mudanças passem a ser observadas apenas quando se transformam em moda onde? Nos EUA.... Meu Deus, será que nem a crise de 2009 não nos mostra que eles não sabem tudo? Já não cometeram erros suficientes para que desconfiemos?

O "coach" brasileiro, tem que ter características próprias, tem que ter conhecimento profundo de nossas características culturais, de nosso mercado, de nossas tendências.

Prá quem não sabe, gostaria de dizer, que o método de acompanhamento vale prá todo tipo de profissional, dos níveis mais básicos aos mais altos executivos. A diferença é que os últimos tem mais acesso à informação e dinheiro, por isso buscam mais ajuda.

Fiz este trabalho por muito tempo com professores de escolas infantis. Os resultados são fabulosos, mas não vejo professores hoje, buscando este tipo de ajuda.

Acordem pessoas, o país precisa crescer estruturalmente, e isso começa pela sua gente. Nem todos nascemos com o carisma e a sorte de Lulas e Silvios Santos.

Nós, Psicólogos, estamos aqui. Sedentos de exercer nosso ofício e dividir nossas experiências Psi.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Terapia? Eu? Não, não sou louco!

Terapia???? Eu???? Não, eu não sou louco!

Quem nunca ouviu uma reação indignada, até ofendida como esta, ao sugerir a alguém que busque tratamento psicológico?

É muito comum. E a coisa mais incoerente que se pode dizer.
Aos pacientes resistentes, sempre disse o seguinte: louco não procura ajuda.
O indivíduo que reconhece a necessidade de rever suas atitudes, de pedir ajuda, é aquele consciente de sua importância e de sua influência sobre o meio em que vive.

Quantos casamentos poderiam ter sido equilibrados (melhorados ou terminados) com a ajuda de um terapeuta?

Quantos relacionamentos entre pais e filhos poderiam ter sido mais gratificantes e frutíferos?

Quantas promoções no trabalho alcançadas por meio de uma mudança de atitude?

Quantas vidas seriam mais saudáveis emocionalmente?

Além do preconceito e desconhecimento sobre o assunto, existem sim outros empecilhos. O preço é um deles. Para a maioria é caro e no serviço público ou nas Universidades é muito demorado conseguir uma vaga, e em geral, a questão, quando surge, é urgente. Os convênios oferecem um número insuficiente de sessões... Então, o lance é negociar com o terapeuta!

Também é importante que quem procura terapia, tenha conhecimento da possibilidade de escolher entre as técnicas existentes a que mais lhe satisfaz, a mais adequada ao seu jeito de ser e suas necessidades.

De uns 20 anos prá cá, ficou mais comum, pessoas famosas dizerem aos 4 cantos que fazem 'análise", palavra meio genérica, mas que em geral se refere à Psicanálise, técnica de longuíssima duração, muito eficaz, mas que nem todo mundo leva adiante por tempo suficiente. Porém, existem muitas técnicas no mercado como a Terapia Cognitiva, A Psicoterapia Breve, Lacaniana, Psicanálise Junginiana, Psicodrama.... e também há a possibilidade de escolher técnicas individuais ou em grupo. Aliás, este é outro problema do serviço público, a quase total adesão a terapia de grupo, não adequada para todos os casos, e menos aceita por um grande número de pessoas.

Também já ouvi muita gente inteligente dizendo que isso é coisa de artista que ganha muito e tem tempo de sobra... Nada disso! Realmente, atores tendem a buscar ajuda sim, pois para viver tantas personagens diferentes, eles tem que saber exatamente em que ponto de suas mentes e almas está seu verdadeiro eu, se não, como seria?

Há também as Terapias Alternativas como a Cromoterapia, Técnicas de Relaxamento, Terapias Florais. Todas muito bacanas, mas com as quais há de se ter mais cuidado na escolha do profissional, pois muitos se intitulam terapeutas sem nenhuma base de conhecimento técnico sobre a estrutura emocional humana.

Outra grande confusão, é a busca de um Psiquiatra sem o acompanhamento psicoterapêutico. Psiquiatras são médicos, que hoje, com as drogas contemporâneas ajudam imensamente no controle dos sintomas, mas não das causas. Por isso o trabalho de Psiquiatras e Psicólogos, em conjunto é importante. Um, deve sempre indicar o auxílio do outro, nos casos em que isso trará ao paciente uma recuperação mais rápida.

Sempre digo em palestras ou grupos de treinamento, que uma situação típica de quem começa um trabalho terapêutico, é ouvir dos familiares e amigos que está piorando ao invés de melhorar(rsrsrs). E é verdade. Para os outros. Porque quando você inicia a terapia, passa a dizer alguns nãos inesperados para quem convive com você. E também passa a dizer sim a coisas que lhe fazem bem, mas que eram ignoradas antes em favor dos desejos dos outros.

Por isso, repense e faça repensarem a ideia de que terapia é coisa de louco....

Busque ajuda sim, busque sua integridade humana, torne-se alguém melhor através do auto-conhecimento, da busca de sua plenitude.