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domingo, 14 de fevereiro de 2010

Servidores Públicos, os vilões?

A Veja desta semana, fala do aumento do número de funcionários federais e de seus altos salários. Segundo a revista o nº de funcionários cresceu percentualmente mais do que a população do país. Um absurdo.
Mas, para nós, funcionários de carreira de outras esferas de governo (municipal e estadual) este tipo de matéria se transforma num enorme problema já que a população entende que nós também somos "sobrecarga" e que temos os mesmos níveis salariais. É comum que depois de uma publicação assim, as pessoas nos tratem com mais agressividade e desdém.
Um dos maiores problemas do serviço público no país, é a má gestão de pessoas. Enquanto na iniciativa privada, a área é muito bem observada, oferecem benefícios vários como aumentos salariais por mérito, bônus por tarefas melhores executadas, treinamentos adequados e preocupação com o clima organizacional, no serviço público, o servidor é considerado um ser incapaz, inapto e a cada quatro anos, sua experiência é relegada a último plano e novos funcionários são contratados entre aqueles que auxiliaram na eleição dos novos prefeitos e governadores. Assim, não podemos pensar em planos de carreira, em crescimento profissional.
Por não visar lucro, o serviço público tem características especiais, melhor compreendidas por quem lá está há muitos anos. Os que chegam, levam mais tempo de adaptação e compreenssão do "sistema", o que também atrapalha o bom andamento de projetos e metas.
Falta muito sim para oferecermos um serviço público de melhor qualidade, é preciso dar carta branca aos líderes e não colocar no lugar deles, desconhecidos de confiança apenas dos altos escalões. As estratégias e os planos de ação tem que ser melhor elaborados e ter a certeza da perenidade, de que vão sobreviver às sucessivas trocas de poder. A corrupção tem que ser combatida, e deve-se lembrar que o corruptor é a própria população, que prefere oferecer propinas ao invés de submeter-se às exigências da Lei e até da burocracia, que são sim pouco práticas e muito exigentes, mas necessárias.
Também não estou dizendo que não existem aqueles famosos funcionários letra"o", as Marias Candelárias e aqueles cuja participação se limita ao paletó pendurado na cadeira. Mas com austeridade, ética e vontade eles podem e devem ser eliminados ou colocados no prumo.
O que não pode continuar é a generalização feita inclusive pela imprensa a respeito da ineficiência do servidor público.
Sonho com mudanças positivas em minha empresa, tenho qualificações para fazer parte dos que vão executá-las, mas, a 4 anos da aposentadoria é quase certo que não terei oportunidade de receber reconhecimento.
Uma pena. Espero que as futuras gerações de servidores tenham melhor destino, e enquanto estiver lá trabalharei nisso, dentro das pouquíssimas oportunidades que me são oferecidas.

2 comentários:

  1. De Longe o problema não é os funcionários concursados. Mas os comissionados, indicados, apadrinhados... os cumpanheiros...

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  2. O primeiro passo para estas mudanças está no voto que vamos dar ao candidato a Presidente.
    O atual não se preocupa com a qualidade do serviço e sim o emprego em si, sem muita qualificação e incentivo. A qualificação do trabalho não é só para quem precisa de emprego; mas, também para os que já estão empregados.
    Abraço. Julio

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