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domingo, 23 de janeiro de 2011

Emoção

Eu amo música, Eu amo cinema, Eu amo teatro, Eu amo Psicologia, Eu amo Antropologia, Eu amo Sociologia, Eu amo livros, Eu amo observar culturas diversas.

Muita coisa mexe comigo, mas quem me conhece sabe, que nada me abala, me move, me emociona mais do que as histórias da 2ª grande guerra. Não me pergunte por que. Foi sempre assim, desde muito criança. Sei lá vai ver vem registrado no meu DNA(?)!

Há anos, procuro prestar atenção no cinema brasileiro e fico feliz ao vê-lo crescer e se desenvolver. Acho muito importante que um país possa exportar suas ideias, suas percepções, e o cinema é uma boa forma  de se fazer isto.

Assim, acabei de assistir a um filme nacional: Tempos de Paz.

Uma filmagem de um texto que foi dirigido no teatro por Ariela Goldman.

Como raramente acontece, os mesmos atores que encenaram a peça, fizeram o filme.

 Os protagonistas são Tony Ramos (Sigismundo) e Dan Stulbach (Clauzevitz) em interpretações magistrais!

No cinema, o diretor foi Daniel Filho.

O texto usa trechos da peça La Vida es Sueño de Pedro Calderon de La Barca.

Termina com a seguinte dedicatória:

"Anatol Rosenfeld, Berta Loran, Eric Rzepeck, Emerio Marcier, Eugen Szenkar, Frans Krajcberg, Friedrich Gustav Brieger, Fritz Feigl, Giorgio Montara, Jean Manzon, Nydia Licia, Otelo Zeloni, Oto Maria Carpeaux,Paulo Ronai, Ziembinsky e a a todos os outros que a guerra tornou brasileiros."

O filme é simplesmente espetacular.

Aí, me dá vontade de gritar! POR QUE INDICARAM  LULA O FILHO DO BRASIL?????

Prá que isso? Temos pérolas como Tropa de Elite (enqto cinema comercial) e Tempos de Paz (como arte)!

Tá certo que o filme talvez não agrade a todo tipo de público. Mas os que julgam no Oscar com certeza ficariam emocionados com ele.

É de uma sensibilidade a toda prova!

Egberto Gismonti que compôs a trilha diz no making of (tão bom qto o filme) o seguinte: "(...)a música do filme usou os  instrumentos que são mais condicionados ao estudo que demanda solidão. E pq isso? Porque o filme trata disso. Trata de uma solidão tão extrema que como a natureza resolve tudo ela encontra a liberdade através do afeto. A solidão termina assim."

É maravilhoso o diálogo de palavras  gestos e olhares dos dois atores.

É incrível perceber a ignorância, a pobreza a fragilidade daqueles que "cumprem ordens" macabras como fantoches da crueldade alheia.

É sensacional assistir a esperança nos olhos daqueles que fogem de um inferno em busca de terras mais acolhedoras.

Prá falar a verdade nem sei mais o que dizer. Só gostaria muito de convencer os que ainda não viram a assistir ao filme e depois me dizerem como foi prá vocês!

Eu tive a certeza de que plagiando uma fala de Dan Stulbach (que aliás contracena com a mãe Eva Stulbach que NÃO é atriz!) eu diria que o Brasil precisa não de braços para a lavoura, mas de braços de atores como Dan,capazes de arrancar nossas almas pela boca!

Também acrescentaria algo à dedicatória com a qual o filme termina. Eu agradeceria ao Brasil por ser essa terra sempre de braços abertos, disposta a admitir adaptações culturais e de adaptar-se a elas quando necessário.

Muitos torcerão o nariz para isso. Mas com certeza serão aqueles que nunca pararam para pensar com o coração do estrangeiro que aqui encontrou seu refúgio, seu Eden particular, que nós tupiniquins nem sempre conseguimos enxergar devido a dezenas de fatores.

Parabenizo todos os envolvidos nesta produção, especialmente os protagonistas.

Agradeço pela grande Emoção.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Yonath/Weizmann

Cheguei há pouco da Hebraica, onde tive a grata oportunidade de assistir à palestra
“Antibióticos: uma esperança no passado, A dúvida da atualidade e a busca de um futuro promissor” da prêmio Nobel em Química de 2009, Dra. Ada Yonath, oferecida pela Associação dos Amigos do Instituto Weizmann do Brasil .
A palestra foi em inglês, sem intérprete. Como meu inglês não anda lá essas coisas, se virem aqui algo de incorreto, me avisem, porque vou tentar dividir com vocês o que pude compreender!
Antes da palestra, foi apresentado um breve histórico sobre o Instituto Weizmann, universidade em Israel que oferece mestrado e doutorado em ciências naturais e que hoje é considerado o segundo melhor instituto de pesquisas científicas no mundo.
 O instituto foi criado em 1934 por Chaim Weizmann (1874-1952), nascido na Rússia e com formação em Química (1899) na Alemanha. Foi professor da Universidade de Genebra e Manchester. Foi um dos responsáveis pelo desenvolvimento da fermentação industrial que permitiu a fabricação de acetona em grande escala.
Em 1949, Weizmann tornou-se o primeiro presidente do Estado de Israel, cargo para o qual Albert Einstein havia sido indicado mas declinou por não ter interesse em envolver-se em questões políticas. O trabalho de Weizmann em diplomacia até a criação do Estado de Israel durou 50 anos.
O Instituto que leva seu nome, desenvolve um amplo espectro de pesquisas que vão de energias alternativas a medicamentos contra a esclerose múltipla.
Dra Yonath especializou-se em cristalografia em 1968 no Instituto Weizmann onde ainda atua.Recebeu o Nobel em 2009 pelos seus estudos que permitiram interpretar a posição atômica dos ribossomos.
Para quem não sabe  ou não lembra (rsrsrs) , os ribossomos são estruturas nucleares de fundamental importância no controle metabólico. São a sede da síntese protéica onde os aminoácidos são encadeados para construir uma proteína.
Para leigos como eu, o que mais chamou a atenção na palestra foi relembrar, que embora ainda haja muito a se descobrir sobre antibióticos e sua ação contra infecções, hoje temos um grande avanço, capaz de debelar doenças que há poucos anos matavam sem chance de tratamentos eficazes. Dra Yonath citou famosos que morreram vítimas da ação de bactérias como Kafka, Orwell, Keats, Mozart, Chopin. Também comparou a ação dos antibióticos sobre as bactérias a uma briga do porte da Davi X Golias!
Hoje, fala-se muito do aumento da resistência das bactérias aos antibióticos existentes e é nesse aspecto que o trabalho da Dra Yonath torna-se de fundamental importância. A interpretação exata e antes desconhecida da posição atômica dos ribossomos permitirá o avanço na criação de medicamentos mais eficientes ou a possibilidade de encontrar a sinergia adequada entre diferentes antibióticos.
A palestrante é uma "jovem senhora" de 71 anos que exala energia e nos brindou com muito bom humor, tornando a palestra agradável e interessante.
Mostrou ainda que ao contrário da imagem que a maioria de nós tem de cientistas em geral, é possível "ser Nobel" e vibrar com os sentimentos mais primários do ser humano, como o amor e a ternura. Para o encerramento da palestra, Dra Yonath nos apresentou em slide a imagem do certificado de um título que possui e  considera mais importante do que o Nobel: O de melhor avó do ano!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

2 coisas

Deu vontade de contar uma coisa. Uma não, duas.
Coisa 1 - Acabei de ler um livro de Luiz Antonio Gasparetto em parceria com Lucio Morigi, Revelação da Luz e das Sombras.
Gasparetto como muitos sabem é um cara polêmico que encanta ou horroriza muitas pessoas. E por diversos motivos.
É homossexual assumido e isso incomoda muita gente.
É "ex Psicólogo", já que rompeu com uma grande parte das técnicas e filosofias da profissão.
É "ex Kardecista" já que deixou prá trás alguns conceitos da religião em que foi educado.
É "ex Cristão". substituiu a ideia pela confiança em si mesmo e na energia universal, mais ampla  r acessível a todos. Não, ele não rejeita Cristo. Apenas não o tem como único  mentor. Prefere observar e absorver palavras e ideias de todos os que amparam a humanidade desde sempre, como Buda, Krishna, Lao Tsé, Mohammed até chegar aos defensores da neurolinguística, de o segredo e afins.

Coisa 1 - Acabei de comprar um CD. Uma coletânea de Caetano Veloso e todos suas deliciosas canções que nos trazem tantas e boas lembranças além da possibilidade de reflexões sobre uma fase tão difícil de nosso país.
Prá mim, Caetano poderia ter escrito apenas Sampa, já estava bom.
Aí, entre as canções do CD, estava Odara.
A letra e a melodia de Odara, realmente mexem muito comigo e acho que com todos que se lembram dela . Demais!
Aí vai a letra:

Odara (Caetano Veloso)

Deixa eu dançar pro meu corpo ficar odara
Minha cara minha cuca ficar odara
Deixa eu cantar que é pro mundo ficar odara
Pra ficar tudo jóia rara
Qualquer coisa que se sonhara
Canto e danço que dará

http://www.vagalume.com.br/caetano-veloso/odara.html#ixzz1BKu8KhQx
 
Conclusão: Quem se der ao trabalho de ler o livro e ouvir a canção, entenderá do que estou falando. Ou não. Depende do nível de desenvolvimento "espiritual" ou do conhecimento sobre esses assuntos. Ou ainda de boa vontade ou desejo de experimentar todos os caminhos dessa longa e louca viagem chamada vida. 

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

De novo!

Hoje recebi um bom texto de um amigo pelo Twitter ( Maropomo http://bit.ly/eVBASQ Crônica de uma desgraça anunciada há séculos)
Ano passado também falei do assunto aqui.
No texto de Marcos Pontes, ele lembra que desde os tempos de D.Pedro II, já se sabe dos perigos de construções nas encostas da região serrana do Rio.
Isso é só um detalhe da situação.
Precisamos de governantes capazes de colocar em prática as medidas preventivas contra catástrofes naturais. Afinal, grande parte da ocorrência delas é culpa nossa. Ao menos somos culpados pelo fato de elas atingirem tantas pessoas.
Construir em áreas de risco ou de forma irregular é problema dos dois lados: de quem construiu e de quem não fiscalizou nem impediu a construção.
Os problemas que temos com ar, água, terras e até o fogo, elementos ancestralmente formadores da "grande mãe" na maioria das vezes são causados por nosso desrespeito e falta de educação.
De novo a tal educação.
Já que não o fizemos antes, diante de tantas tragédias repetidas, precisamos acrescentar à educação desde os primeiros anos escolares e em família o tópico sustentabilidade do planeta, da vida.
E por favor, não é hora de ficar fazendo comentários inócuos sobre o novo governo do país e sua paralisia por 8 anos. Não vai adiantar, as eleições provaram isso.
O que precisamos fazer é aprender a usar todos os meios de cobrança e fiscalização de suas ações, mas também colaborarmos das formas mais variadas, cada um na sua praia, com seu talento, com sua mão.
Se não nos posicionarmos de forma positiva, portanto produtiva, sabe do que falaremos em Janeiro de 2012?
De catástrofes naturais.
De novo!

P.S. Precisamos de uma Defesa Civil bem treinada e a possibilidade ilimitada de contar com as Forças Armadas também!