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sábado, 28 de janeiro de 2012

Pinheirinho e Cracolândia

Como sou funcionária pública do município de SP, portanto pobre,  fiquei dias sem net por falta de pagamento mesmo.

Assim, não pude fazer comentários sobre os fatos recentes q aconteceram no Estado.

Na verdade, nem tive vontade. As pessoas pareciam alucinadas, opiniões sem fundamento no conhecimento dos fatos ou das circunstâncias, baseadas apenas em uma primeira batalha pré eleitoral, onde uns criticam outros como sempre, tentando derrubar os oponentes.

Pena. Mais uma amostra da barbárie em que se transformou nossa "civilização". Opta sempre pelo negativo, pela agressão.

Seria muito mais adequado que a batalha eleitoral fosse travada com a apresentação das ações bem sucedidas, dos méritos de cada um.

Amigos queridos do tt, falaram por dias de forma contundente contra as ações da polícia e do governo nas duas ações . Tudo bem. Em democracias entende-se a liberdade de expressão.

Assim como não os retruquei de forma agressiva, espero q considerem minha visão dos fatos.

Deixo claro que falo de alguns deles, ligados a ideologias ou partidos opostos ao dos atuais governantes de SP, pessoas que considero brilhantes, inteligentes e tenazes embora pensem diferente de mim em muitas coisas. Aqueles outros totalmente no sense que esbravejaram por aí, deixo como estão.

Vamos lá, embora este post seja longo, portanto poucos vão ler, afinal, não estamos em um país de leitores.
Alguem aí já participou de uma reintegração de posse??

Eu, infelizmente, por obrigação de trabalho, já. De algumas.

É sempre uma situação de extrema tensão, seguida por dias de uma dorzinha que fica no coração e uma revolta complexa ao menos para aqueles que sabem que por trás do cumprimento da Lei, muita água suja rola em paralelo, mas o que resta aos agentes públicos?

Em geral o quadro é o seguinte: muita gente pobre, sem condições de saúde, financeira ou de educação suficiente para "dar a volta por cima" procurando alternativas de sobrevivência. Assim, para muitos dos invasores, tomar posse do bem alheio não é um crime (nem resultado de desespero), mas uma coisa neutra, natural, amorfa até. No meio deles, acabam misturando-se contraventores e criminosos em geral. Esses, normalmente tem mais "jogo de cintura", são bem mais pragmáticos, e escondem-se ali para manter suas ações ilegais e em geral, acabam se sobressaindo nesses lugares e  criando domínio sobre aquelas pessoas menos estruturadas intelectual e emocionalmente. Há o terceiro tipo de pessoas, os oportunistas "políticos". Em geral, sujeitos que JAMAIS se prestariam a viver naquelas condições, mas que passam horas por ali vendendo suas ideias de revolta "contra o sistema" incitando a resistência a qualquer preço e invertendo as bases dos direitos e deveres. Ao fim do dia, saem dali e vão ao Mc Donald's, à cantina, ao cinema... com suas carteirinhas de estudante ou sei lá o que pagando meia. Só precisam fazer sua parte: criar cenários anti aquele que estiver no poder, contra a ordem.

Na cracolândia, poderíamos dizer que a situação é bem parecida. A área é pública, mas também foi invadida. A diferença fica por conta de se tratar de além de outras coisas (as mesmas) de pessoas dominadas por um vício terrível que as deixa obnubiladas.

Na invasão (q ocorreu em 2004), o terreno era de uma empresa falida  e estava bloqueado pela justiça para pagamento de encargos trabalhistas e por determinação judicial, foi feita a reintegração de posse. Claro, a polícia sempre é chamada nessas ocasiões. E é regra que antes de qualquer ação, haja distribuição de informações escritas e orientações verbais. Ela esta lá para proteger a comunidade e os oficiais de justiça. Não para apanhar e ficar quieta. No caso de Pinheirinho, alem das 32 prisões por vários motivos (desordem, dano ao patrimônio, etc) foram feitas 6 prisões em flagrante, 3 de criminosos foragidos da justiça além da recuperação de veículos roubados, grande quantidade de drogas, armas de fogo e até 2 bombas de fabricação caseira. Me parece que alguns ali não estavam preparando um pic nic.

Houve confusão sobre competências entre justiça federal e estadual. Assunto que desconheço. Mas de qualquer forma, a reintegração foi dada como correta. E é.

Evidente que a maioria dos 3.000 moradores do local eram pessoas de bem. É assim no país também. Mas estavam em uma situação irregular. Claro que ninnguem gostaria de expor especialmente crianças a cenas tão terríveis. Mas é o mesmo que dizer que elas, as crianças, deverão ser poupadas em uma guerra. O que precisa acabar é a guerra! E também as ações ilegais cometidas por todos nós. Aí vão falar das ações criminosas de políticos e governos.... É uma discussão sem fim que acaba sempre na mesma coisa. Um país de ignorantes e semi analfabetos que incapazes de raciocínios mínimos e sem memória usam a única arma real que tem, o voto, de forma irresponsável e visando apenas o próprio benefício. Não vai dar certo mesmo. 

Para aqueles que vão dizer que as agressões partiram da polícia, vejam as fotos a seguir::

http://br.noticias.yahoo.com/fotos/reintegra%C3%A7%C3%A3o-de-posse-em-s%C3%A3o-jos%C3%A9-dos-campos-1326476916-slideshow/

http://br.noticias.yahoo.com/fotos/reintegra%C3%A7%C3%A3o-de-posse-em-s%C3%A3o-jos%C3%A9-dos-campos-1326476916-slideshow/pinheirinho-photo-1326476749.html

Para os que pensam que policiais "gostam" de violência, lembrem-se que muitos deles tem um tipo de vida muito parecido com o dessas pessoas da invasão, tem filhos e família e que participam de uma instituição onde ordens são cumpridas sem discussão.

O seguinte comunicado mostra isso:
http://portal.tj.sp.gov.br/Institucional/CanaisComunicacao/Noticias/Noticia.aspx?Id=12936

Não deixem de fiscalizar. Fiquem atentos sim, mas ao fato de que a Lei seja cumprida. A reintegração, por pior que nos pareça é legal. Resta agora acompanhar o restante do cumprimento da ação, que aí sim, precisa garantir a integridade daquelas pessoas com o oferecimento de condições mínimas de trabalho, moradia, alimentação até que possam conseguir alguma estrutura. Mas atentem ao fato de que nesses casos também é comum uma ideia de que o estado tem que oferecer isso de forma eterna e que não cabe ao indivíduo buscar caminhos próprios.

Em relação à Cracolândia, muitos disseram que a ação foi impensada, foi exagerada. Discordo totalmente.
A estratégia de dispersão de usuários visou quebrar os pontos de tráfico. Aqueles imóveis lacrados vem passando pelo mesmo procedimento há vários anos. Eles sempre, voltam, derrubam as barreiras e se instalam novamente. Isso tudo acontece porque a justiça e os conselhos de saúde criaram barreiras que hoje se transformaram em obstáculos intransponíveis, como a discriminalização do consumo e a impossibilidade de internação involuntária.

Também não é verdade que nada tinha sido feito antes no sentido de tentar a recuperação e reintegração daqueles viciados. Fui testemunha dos esforços apoiados por Andrea Matarazzo no sentido de se estabelecer ali, órgãos de saúde física e psicológica que lidassem com a situação da forma mais efetiva possível inclusive com técnicas de redução de danos, considerada a ideal hoje em dia em várias partes do mundo.

Eu, como muitos sabem sou mais radical. Internação para usuário e prisão para traficante.
Mas, a discussão também não acaba nisso. Há questões de fronteiras desprotegidas, facilidade de ingresso no país por qualquer via, impunidade, justiça invadida por mercenários, enfim, tá tudo errado.

E aqueles que tem em si o ímpeto da batalha pelo melhor, preferem lutar por suas próprias ambições, adotando atitudes arbitrárias como as últimas que vimos por aí, no aniversário de São Paulo por exemplo, com aquela chuva de ovos no prefeito. Ninguem odeia mais prefeitos em geral do que nós, funcionários públicos. Mas, atitudes como aquela são nada mais do que desrespeito e falta de educação. Desta vez ele conseguiu se segurar (lembram da gritaria aquela vez no posto de saúde?).

Hoje, as notas sensacionalistas visam atacar e descrever como intolerante o Secretário Andrea Matarazzo.
Não senhores, vocês estão errados. E não falo para bajular ou por que ganhe alguma coisa com isso (ao contrário de muitos dos que atacam). Falo por que conheço a postura e o pensamento do secretário. Cansei de vê-lo em atitudes de assistência a desfavorecidos, longe das câmeras e sem nenhum vínculo com suas obrigações funcionais. Presenciei suas inúmeras tentativas de soluciona assuntos que se referiam a ações de pastas alheias à sua (na época as subprefeituras) como a assistência social, a saúde e a educação especialmente dos menos favorecidos.

O que houve hoje no MAC, foi aquilo que todos sabemos. Bando de gente ligada a opositores ao governo do Estado fazendo arruaça e ainda por cima cobrando do secretario de cultura (!) os fatos de SJCampos.
E isso não sem antes, atacar com empurrões, tapas e ovos o secretário, sua esposa e os que o acompanhavam.

Um dedo em riste e provavelmente alguns gritos é pouco.

E não aconteceram à toa. Imagino o que foi necessário para descontrolar alguem tão gentil e educado que até na cobrança dos trabalhos pelos quais se responsabiliza prima pela firmeza, com elegância.

Lamento pessoas, mas Andrea Matarazzo é o que os que o acompanham profissionalmente vivenciam, não o que alguns querem vender.



  

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Silêncio em 2012?



Olá

Como já devem ter notado, ando sem inspiração para escrever, pensando até em desistir.

Não sei direito a origem do desânimo mas suspeito de algumas coisas.

Estamos em ano eleitoral e portanto uma verdadeira guerra se aproxima. E eu detesto guerras!

Não, não sou boazinha não. E também não é só a política que me enche a paciência. Meu desânimo começa com o ser humano mesmo.

Estou cada vez mais cansada de falatórios belicosos, de sacanagens explícitas e de ver gente bacana se deixando envolver por oportunistas. Pior, é que a gente nem pode tentar intervir, não é da nossa conta e ainda corremos o risco de sairmos chamuscados de determinadas situações.

Adoro a troca e a exposição de ideias das redes sociais. Acho sim que devemos defender nossos pontos de vista. Desta forma, talvez consigamos convencer alguns a adota-los.

E a gente só pensa assim porque cada um de nós sempre acha que é o dono da razão. Mas infelizmente isso nao é verdade.

E tem a tal de liberdade individual. E liberdade implica respeito ou no mínimo tolerância.

Prá mim, um mundo ideal seria assim: todo mundo fala, faz e pensa o que quiser desde que isso não prejudique ninguem...

Se puder haver ajuda mútua, ótimo, mas ao menos uns não devem atrapalhar outros.

Outro fator importante é o cumprimento de deveres. Sem isso, nada funciona. Os que tem deveres para um grande número de pessoas então.... não podem falhar e se falharem tem que consertar seus erros rapidamente.

De qualquer forma, o que martela minha mente no momento é isto: Silêncio em 2012? Ou não?