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domingo, 31 de janeiro de 2010

Desaparecidos

Os mais velhos se lembram com certeza do "caso Carlinhos" , garoto desaparecido nos anos 70 no Rio e que nunca foi encontrado.

Todos já ouviram falar do grupo "Mães da Sé" que reunidas procuram por familiares desaparecidos.

Mas quantos de nós, param prá pensar na angústia dos familiares que da noite para o dia perdem pais, mães, irmãos, filhos, entes queridos?

As hipóteses para desaparecimentos são muitas. Há os casos de morte acidental ou por homicídio que por dificuldade de identificação acabam por não serem solucionados. São muito frequentes os casos de criaças e adolescentes que fogem de suas casas por razões ligadas ao conflito e a violência familiar. Há os sequestros com finalidades ligadas ao tráfico internacional de drogas , de pessoas e de orgãos. Pessoas com deficiência mental, demências senis e com dificuldades de memória ou comunicação. Todos de difícil solução, com os meios utilizados hoje.

Quem sabe, se citarmos os números, as pessoas compreendam a dimensão da coisa e passem a cobrar providências mais eficazes das autoridades e de todos aqueles que lidam com pessoas que estejam dentro do "perfil" de desaparecidos. Então vamos lá: são 50mil/ano só entre crianças e adolescentes, 18 mil só em São Paulo. Os dados são imprecisos por não existirem instrumentos padronizados no país para medi-los.

As dificuldades de solução poderiam ser diminuídas com a criação de bancos de dados nacionais com fotos, descrição de DNA, investimentos altos mas necessários, imprescindíveis. Bem mais importantes do que propaganda governamental....

As redes sociais da Net, também devem ser usadas para divulgação dos fatos assim que eles acontecem, para que as chances de localização aumentem....

Quando falo em profissionais que possam detectar um desaparecido, falo por exemplo de Assistentes Sociais e cuidadores que agem em albergues. Digo isso porque há cerca de 3 anos ouvi um relato incrível! Um senhor, usuário antigo do sistema de albergues em São Paulo, sempre fazia referências a uma filha advogada, isso, por anos. Nunca fizeram perguntas à ele, entrava por um ouvido e saia pelo outro. Em uma dessas vezes,em que repetia o comentário com a mesma Assistente Social com quem ele dizia que a tal filha se parecia, finalmente foi ouvido. Esta profissional fez perguntas simples, qual o nome da filha, onde ela vivia, ao que o tal senhor respondeu. Ela decidiu entrar no site do clube de advogados da capital do estado de origem do albergado, e surpreendeu-se ao encontrar lá, o nome da tal filha, agora juíza! Não teve dúvidas, contatou a moça, descobriu que o pai havia sumido há 15 anos, após a separação, quando desequilibrado incendiou o apartamento da família e "enlouqueceu" imaginando que havia matado a todos. O homem foi resgatado pela família, não sem algumas discussões antes. Mas, um caso solucionado com uma atitude simples e que deveria ser adotada por todos: atenção, interesse e ação.

Agora no mes de Janeiro, em Luiziânia, cidade próxima a..... Brasília(!) 6 jovens sem antecedentes criminais desapareceram. Vão ser encontrados? Espero que sim. São rapazes que poderiam ser nossos filhos.

De qualquer forma o são. São filhos do Brasil!!!!!

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Acessibilidade

Um dos assuntos mais discutidos em São Paulo nos últimos anos, é a questão da acessibilidade.

Mesmo assim, ainda é pequena a parcela da população que compreende ou se interessa pelo tema.

Tentarei aqui, fazer um comentário geral no intuito de fazer com que vocês leitores, sejam o estopim da divulgação e reflexão sobre a questão.

Não sejamos hipócritas. A maioria de nós, sente-se incomodado na presença de deficientes físicos e mentais. Sejam eles cegos, surdos, mudos, cadeirantes, etc...

Na minha opinião, isso acontece porque sua existência nos faz lembrar de nossa fragilidade, de que não somos onipotentes.

Ouço muita gente reclamando da insistência do noveleiro Manoel Carlos em abordar o assunto. Isto é um absurdo! Manoel Carlos e a Globo tem prestado um serviço inestimável, empurrando para dentro de nossos olhos a realidade destas pessoas igualzinhas a qualquer um de nós, uma situação que pode surgir a qualquer momento na vida de todos.

Nos tempos de faculdade estagiei na AACD e depois em um hospital de deficientes mentais. Vocês não tem idéia do que se passa. Na AACD o que chama a atenção é a excelência do trabalho realizado e a impossibilidade deles de atender a todos que procuram ajuda. Afinal, são cerca de 2 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência na cidade. Já no hospital.... Pessoas, acreditem, muitas pessoas abandonavam ali seus filhos, pais avós, maridos e esposas que por questões genéticas ou por acidente, tornavam-se "estorvos" em suas vidas. E não estou falando de gente despreparada não. Entre os pais de crianças ali deixadas por exemplo, havia médicos, advogados, que mandavam dinheiro com regularidade mas nunca mais apareciam. Eu não sabia (no afã de meus 20 e poucos anos) se ficava deprimida ou se me transformava num Rambo de saias e saia em busca desses animais confundidos com seres humanos. Nem com animais eles podem ser comparados, pois são raros os animais que abandonam suas crias.

Optei por continuar meu enfrentamento. Mesmo porque, no primário tive uma amiga cadeirante, vítima de poliomielite (uma bagunceira!) e tenho uma pessoa na família com Síndrome de Down, o que me fez desde cedo olhar o caso com outros olhos, menos preconceituosos. Menos. Porque também me senti desconfortável muitas vezes diante de deficientes. Eles desafiam nossa potência, nos tornam impotentes.

Parece que certas coisas passam por nossa vida com mais insistência do que outras. Assim anos depois daquele hospital, aprendi mais ainda sobre o assunto através de meu filho mais velho que acompanhava o trabalho da vereadora Mara Gabrilli. Não eram raros os dias que ele chegava em casa dizendo que a cada dia de trabalho, tinha mais certeza de que nós, não temos do que reclamar. Dizia isso diante das situações que via São Paulo afora.

No mundo todo, vê-se cadeirantes e deficientes mentais pelas ruas, muito mais do que aqui. Isso porque o preconceito e a desinformação no Brasil é muito maior. As dificuldades também. Só nos últimos anos o assunto tem sido abordado com mais seriedade, com mais compromisso. Recentemente, foi criado em São Paulo uma rede de assistência a deficientes , a rede Lucy Montoro com especialistas na área que traz novas perspectivas para todos. A PMSP também vem desenvolvendo campanhas (e atitudes) importantes como a reforma de todas as calçadas da cidade, trabalho cobrado e acompanhado com afinco pela vereadora já citada durante a gestão de Andrea Matarazzo quando Secretário das Subprefeituras e que vem tendo continuidade através dos programas regionais como o Passeio Livre, vem treinando funcionários em Libras (língua brasileira de sinais), instalação de piso podotáteis (aqueles que tem saliências para orientar cegos) e outros. Também as empresas privadas acordaram para a situação, incluindo por exemplo, textos em Braile em suas embalagens, cardápios e instalações.

É importante que as pessoas entendam que a questão da acessiblidade, que pede mudanças não só nas calçadas mas no acesso aos prédios públicos e privados (cinemas, restaurantes, estádios, supermercados) não beneficia apenas deficientes, mas a todos os que em algum momento da vida, vão ter seus movimentos dificultados pela gravidez por exemplo ou pela idade, o que atingirá a todos. Por isso a necessidade de respeito as regras que vem sendo implantadas como as vagas de idosos e deficientes, a utilização de cães guia, etc...

Mas, o termo acessibilidade, abrange muito mais do que nosso poder (e direito) de ir e vir. Ele trata também do direito de acesso fácil à informação, à justiça e ao trabalho. Fala do direito de todos, debilitados ou não, a uma vida digna.

É muito importante que todos nós busquemos mais informação e conhecimento, que superemos a ideia de que os deficientes são dignos de pena. Eles precisam sim de apoio e incentivo para estarem totalmente inseridos na sociedade.

Precisamos rever também as interferências religiosas diante das descobertas da ciência, que impedem o desenvolvimento de terapias que em um futuro não muito distante poderão trazer a cura para estas pessoas, como as pesquisas em células-tronco.

O assunto é inesgotável. Há muito o que dizer e discutir e aprender.

Espero que essas poucas considerações, possam alimentar a curiosidade de vocês e que busquem informações a partir de agora, assim como procurem encarar os fatos de uma forma renovada, diferente, eficiente.

Sugiro alguns links importantes:

http://ww2.prefeitura.sp.gov.br/passeiolivre/
http://vereadoramaragabrilli.com.br/home.html
http://www.portadeacesso.com/artigos_leis/ct/ct_zats_varella.htm

Procurem acessar e descubram o verdadeiro sentido da palavra Eficiente!

sábado, 23 de janeiro de 2010

São Paulo 456 anos de hospitalidade e tolerância











No próximo dia 25, São Paulo completa 456 anos.

A grande metrópole é conhecida mundialmente como um grande centro de eventos e abriga grandes feiras, competições esportivas, shows, exposições e toda espécie de manifestação artística, inclusive gratuitas.

Temos muitos pontos turísticos que atraem gente de todo o país e a própria população, como os parques (em especial o Ibirapuera) , os museus e até grandes avenidas, algumas eternizadas em músicas, atraem a atenção de todos.

Há bairros típicos, hábitos nacionalmente conhecidos como o pastel de feira, as pizzas, o bauru o happy hour (enquanto trânsito desafoga).

Há ainda o comércio vivaz, desde os shoppings centers de luxo até a 25 de março e a feirinha da madrugada. Dos empórios de importados aos mercados distribuidores de alimentos.

É... alguma coisa acontece no coração daquele que aqui chega e cruza a Av Ipiranga com a Av São João e se depara com as esquinas concretas e encara a dura realidade. Observa a deselegância discreta de suas meninas até que descobre Rita Lee a sua mais completa tradução. E viva Caetano, que grita o sentimento do migrante que durante muito tempo permanece entre as sensações de deslumbre e opressão causados pelos arranhas céu, pelo asfalto e pelo caminhar rígido e rápido de homens e mulheres.

São Paulo durante séculos recebeu à todos indistintamente. Somos a 2ª maior população japonesa depois do Japão. Temos italianos, espanhóis, portugueses, alemães, coreanos, chineses, árabes, libaneses, turcos, aos montes!

Temos também gente de todo o país, especialmente nordestinos.

Por essas e outras, aqui não estranhamos nenhum idioma e nos viramos em quase todos eles, falamos portunhol, arranhamos o inglês, conhecemos pelo menos as palavras eisben e strudels do complexo alemão, arriscamos um arigatô e um sayonara por aí, e até, dependendo da situação podemos chamar pelo sto padim Pe Cícero sem nos acharmos estranhos. Faz parte de nosso show, de nosso avesso do avesso.

Prá completar, nos pegamos comemorando o ano novo chinês na Liberdade, participando dos ritos japoneses, participando de casamentos de amigos em mesquitas, frequentando o forró do Centro de Tradições Nordestinas, sentindo vontade de comer um prato específico da culinária vietnamita. E está tudo lá praticamente ao alcance das mãos.

Se precisamos de ajuda divina, é só escolher. Pai de Santo? Pastor Protestante, Padre (quem sabe um jesuíta fundador)? Evangélico, um Rabino, um Católico Hortodoxo Russo, um Monge (ou monja) Budista? Hare Krisnha? Procure-os, estão ali na esquina.

Também convivemos muito bem com os véus islâmicos na 25, com as lindíssimas meninas (com vestidos de meninas, quase bonecas) e seus pais e irmãos com cabelos estranhos(estranhos?), ternos sisudos, barbas e chapéus ou quipás , os Judeus no Bom Retiro. Até procuramos pelos carecas de roupas laranja e rosa prá comprar bons incensos, ou as senhoras de roupas e turbantes africanos que jogam búzios por aí. Ainda existem as ciganas te perguntando:quer ler a sorte, moça bonita?....

Tudo isso com respeito às escolhas de cada um, sem discriminações. Claro que sempre há exceções. Sempre haverá os que não compreendem a diversidade, temem a diferença. E acreditam que os seres humanos são classificáveis por sua origem e escolhas. Bobagem.

Nos últimos anos, tem havido um grande fluxo de latino americanos para cá. Acho que há mais bolivianos na Móoca ou no Pari por exemplo, do que em La Paz.

A cidade recebeu todas essas pessoas e contou com seu suor para crescer e transformar-se no que é hoje. Porém os tempos mudaram, as características das oportuniddes oferecidas aqui também. E hoje, o trecho de Sampa que mais aparece, em contraste com a imagem de megalópole é aquele que fala do povo oprimido nas vilas, nas filas, favelas. Nas filas do desemprego, do transporte público que daqui a umas 2 horas e meia o deixará na porta do trabalho e na favela onde moram além daqueles que sempre lá viveram, policiais, funcionários públicos e gente com diploma universitário, mas que já não consegue ascender por conta da imensa concorrência.
Hoje, é responsabilidade a se cobrar do governo federal e estadual, a necessidade de desmistificar São Paulo perante o resto do país, e criar condições para que as pessoas sejam fixadas em suas regiões. São Paulo não aguenta mais. É preciso acompanhar de perto o que é feito do imigrante latino e do africano que tem vindo prá cá nos últimos tempos. Há muito murmúrio sobre trabalho escravo...



Há de se cuidar também das crianças nos faróis e de seus (i)responsáveis.

Os nossos problemas de trabalho, saúde, educação e transporte nunca serão controlados se o fluxo de migração com pouca qualificação não for resolvido. E resolvido na origem, criando lugares dignos para se viver.

Gostaria muito de sair agora e ir pro Aeroporto de Congonhas, só prá ver avião subindo, só prá ver avião descendo....ma esta noite, a garoa se fez presente, e também já são 22:50 e se eu não pegar este trem que sai agora às 11 horas, só amanhã de manhã!

Corre aí mano!

(fotos do site da Prefeitura do Município de São Paulo)

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O milagre da reconstrução de vidas - Comecemos em 2010

A perda de Zilda Arns lotou a imprensa mundial e as rodas de conversa mundo afora de notícias sobre a Pastoral do Menor, organização que pertence à Confederação Nacional de Bispos do Brasil (CNBB - entidade católica).

A Pastoral, liderada por Dra Zilda, há anos desenvolve um trabalho comunitário super eficiente no Brasil e também em alguns lugares do mundo. Por isso Dra. Zilda estava no Haiti, divulgando este trabalho. Os mais desavisados, podem imaginar que se trata de um trabalho sofisticado feito por doutores e religiosos super capacitados, mas não é nada disso.

O trabalho desenvolvido em comunidades, identifica e recruta seus líderes que treinados, multiplicam e acompanham o conhecimento recebido. Um conhecimento tão básico, que muitos nem imaginam que alguém não os conheça. Mas isso existe.

O objetivo principal é fazer da pessoa, o condutor da própria vida, sendo capaz de reconhecer sintomas aparentemente simples, mas que podem levar ao desenvolvimento de doenças mortais como a diarréia e o vômito. Lida também com a erradicação da violência doméstica, o estímulo ao estudo e a orientação para o trabalho.

Muitas outras ONGs fazem trabalhos parecidos. Eu cito também o trabalho dos Amigos do Bem, desenvolvidos na área de seca no Ceará, em Pernambuco e Alagoas. Além do que é feito pela Pastoral do Menor, esta ONG cria nas localidades onde atua, vilas de alvenaria construídas por moradores das comunidades sob orientação de engenheiros e arquitetos, constroem infra-estrutura, transporte, escola, padarias-escola, distribuição de sementes e orientação para plantio e colheita, postos de saúde, etc....

Ainda existem muitas empresas privadas como a UNILEVER que desenvolveu um trabalho incrível na cidade de Araçoiaba em Pernambuco, a Natura que faz uma verdadeira reestruturação nas localidades de onde tira sua matéria-prima natural(sementes, frutos,etc...) e a Aracruz Celulose que trabalha com comunidades indígenas, que depois, sequestram seus diretores....

Minha impressão, diante da perplexidade das pessoas a respeito da situação no Haiti, sobre o súbito interesse no trabalho de Zilda Arns, é de que essas pessoas acabaram de chegar de outro planeta. Sejam bem vindos alienígenas! Porém, me preocupa, que, passando a comoção inicial, o interesse desapareça e as informações conquistadas sejam deletadas da memória da maioria.

Mais uma vez, volto a questão da educação em nosso país. Trabalhos como estes, são baseados nas informações mais simples e essenciais que deveriam fazer parte do disco rígido de todos nós. Mas enquanto não pudermos introduzir um chip ou sei lá o que no cérebro de cada recèm-nascido, este trabalho é obrigação de educadores e seres pensantes de cada metro quadrado da nação. É obrigação também do poder público e dos meios de comunicação.

A mídia faz seu trabalho. O governo (nas três esferas) faz mal feito . Talvez essa declaração renda protestos. Mas é o que vejo em 30 anos de atuação profissioal. E seria muito simples apesar das dimensões de nosso país. Basta recrutar educadores informais, educar os professores e fiscalizar a transferência de informação. Este trabalho também precisa ser feito pelos médicos e todos os profissionais de saúde, pelos envolvidos em assistência social. Ou seja, por todo ser humano que compreenda que uma sociedade saudável e equilibrada é vantagem para todos.

Qualquer um pode ajudar. Quer ver? Você é uma dona de casa e tem um empregado doméstico, pouco letrado e visivelmente desinformado. Converse com ele/ela, instrua sempre que for possível.

Muitos chamariam isso de perda de tempo. Mas não é, é exercício de cidadania e solidariedade. Prá quem faz questão, é exercício de consciência Cristã.

Outros ainda, embora neguem, temem que o instruir, criará seres menos dóceis. E criará mesmo. O conhecimento traz liberdade e autonomia. Mas isso, é direito universal. Atravancar este crescimento, prá mim, é crime contra a espécie humana.

Poque não retomar as aulas de higiene e saúde que havia nas escolas primárias de antigamente?
Qual a dificuldade de difundir entre crianças conceitos nutricionais?
Coisas simples, como por exemplo o soro caseiro ( 1 L de água + 1 colher de sopa de açucar + 1 colher de café de sal) pode salvar vidas, freando a diarréia e repondo água e sais minerais.
Lavar as mãos antes e depois de cozinhar, ir ao banheiro, das refeições, é medida inadiável. Tô falando banalidades? Não, tem gente que não sabe, outros não dão a devida importância!

E você, pode colaborar com o que?

Comecemos em 2010.

sábado, 16 de janeiro de 2010

A Tragédia Somos Nós

Haiti (Gil e Caetano)


" ♪ 111 presos indefesos
Mas presos são quase todos pretos
Ou quase pretos
Ou quase brancos quase pretos de tão pobres
E pobres são como podres
E todos sabem como se tratam os pretos
E quando você for dar uma volta no Caribe
E quando for trepar sem camisinha
E apresentar sua participação inteligente no bloqueio a Cuba
Pense no Haiti
Reze pelo Haiti

O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui ♪


Revendo o filme Carandiru esta semana, comentei no twitter que nunca havia prestado atenção na frase do Dr . Drausio Varela que aparece no final e diz quase isso :"Só quem sabe o que aconteceu são Deus, a polícia e os presos. Só ouvi os presos" Digo mais ou menos porque não anotei e como voces sabem minha memória é falha. E não havia notado pois prá mim filmes, livros e músicas são assim mesmo, voce descobre novas facetas a cada revisão.

Estou mais confusa e perturbada do que costumo ficar, com tantas tragédias juntas em um único mês.

Também não é prá menos.

No meio dessa confusão que começou com os desabamentos e enchentes em Angra e São Luis do Paraitinga, permaneceu no Jardim Pantanal (e vários outros pontos de S.P), passou pelo desabamento em Juiz de Fora e Belo Horizonte e culminou com o terremoto no Haiti, vemos situações tão inusitadas que até os monges budistas devem estar tendo dificuldades para meditar.

Lembrei (provavelmente como a maioria dos maiores de 30, aqueles em quem não se deve confiar, lembram?) dos versos da música de Gil e Caetano. Dois sujeitos geniais (não como ministros, tá?) , que por força de suas regiões de origem estão acostumados a conviver com pretos e pobres, ou como dizem os mais idiotas, com "gentinha".Portanto não espero deles preconceito. Gil, negro, é de classe social privilegiada, pai médico. Caetano tambem teve uma boa estrutura familiar. Quem dera o mundo só tivesse mães ao estilo de D. Canô!

Aí vem um desequilibrado e diz que lugares onde existem afro- descendentes são desgraçados. E até agora, algumas horas depois continua em seu posto? SOCORRO!

Ainda temos notícias frescas sobre pedófilos, maridos que matam a mulher e guardam no freezer, terremotos de nem tão pouca proporção assim no Brasil, como é que eu poderia estar me sentindo?

Prá completar a semana, li o texto integral do PNDH III. Tudo lindo e bem escrito. Mas não acredito. E não vejo novidades. Só as ruins referentes à imprensa, à "preservação e resgate da historia" unilateral, é claro, e a proibição de símbolos religiosos em prédios públicos e outras coisas mais que não cabe abordar aqui.

Lamento a morte da Dra Zilda Arns, mas duvido que ela quisesse que seu coropo ocupasse espaço em um avião para voltar ao Brasil com tanta rapidez. Ela era uma mulher do mundo, morreu do jeito que viveu, devia estar feliz e provavelmente teria preferido dar a sua "vaga" prá alguem ainda com vida. Sei lá.

Já disse no Twitter também que há alguns dias, antes até das tragédias do dia 1 , o astrólogo Oscar Quiroga falava em seu site, Astrologia Real, sobre a necessidade de a humanidade acordar para o fato de que termos que ser unidos e buscar o bem e o desenvolvimento de todos, inclusive do planeta, sem que para isso haja a necessidade de grandes tragédias coletivas. Disse ainda que elas aconteceriam em grande proporção em breve.

Hoje, no twitter, Marcos Losekann (lá ele é @losekannn) postou vária vezes com uma coerência e um equilíbrio de fazer inveja! E disse praticamente as mesmas coisa que Quiroga.

O mundo já teve muitas Zildas Arns, Madres Tereza, Irmãs Dulce, Oscars Schindler. Annies Sullivan, Sãos Franciscos de Assis, bombeiros, médicos, enfermeiros e religiosos missionários. Teve também bravos soldados em missão de paz, jornalistas ali, em cima da notícia arriscando sua cabeças em prol de causas justas. Mas eles são apenas um grão de areia no meio do oceano!

Tô começando a cansar de falar (e vocês de ler) sobre isso, mas não consigo calar. Já disse: somos todos iguais, ricos ou pobres, índios ou negros, Nort ou Sul Americanos, Africanos e Europeus. Viemos do mesmo lugar e vamos acabar do mesmo jeito.

Temos feito besteiras demais, destruindo e enfrentando a natureza como se fossemos capazes de vencê-la.

Desafiamos a liberdade alheia de todas as maneiras.

Pisamos uns nos outros de qualquer forma e por qualquer razão, as mais banais inclusive.

Acreditamos em luxo e status ao invés de em integridade e amizades.

Quando adquirimos mais conhecimento do que o normal, nos achamos Deuses. Tenha paciência!

Quando é que vamos admitir nossa pequenez e passar a agir como gente, como seres humanos básicos e ainda no início (pífio) da evolução?

Quantas guerras ainda vão haver? Quantas tragédias e miséria por falta de boa vontade e ganância.

Em oposição às fotos terríveis que vi ontem, enviadas por Fernando Gabeira (@gabeiracombr) e veículadas pelo Los Angeles Times, vi hoje num jornal de TV a cena de pessoas lá no Haiti, cantando louvores, preces.....tentando reaver uma migalha de estrutura emocional.

O momento não é de chorar, nem de fixar a atenção apenas no aspecto tenebroso dos fatos.

O momento é de reconstrução e de trabalho de construção de um mundo melhor.

Mãos à Obra enquanto há obra a realizar.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Se Eu Fosse Presidente



♪ Por mais terras que eu percorra não permita Deus que eu
morra sem que volte para lá.Sem que leve por divisa este V que simboliza a vitória que virá(...) ♪ (trecho da Canção do Expedicionário)



Se eu fosse Presidente, acho que seria uma espécie de ditadora.

É sério.... toda aquela minha alma democrática e conciliadora iria por água abaixo (das enchentes).

Isso pq eu não admitiria e tomaria providências drásticas em relação aos castelos, panetones , nepotismo e tantas outras coisas que vemos por aqui.

Talvez não fosse muito radical em relação ao nepotismo, pq afinal, pode ser importante ter alguém de extrema confiança quando vc ocupa um cargo muito importante, desde q essa pessoa tenha competência para auxilia-lo. Mas não é possível que em uma mesma família (mais os agregados) haja tanta gente competente e adequada que complete os quadros de pessoal de um gabinete ou secretaria.

Criaria um Ministério de Apoio à Presidência, com gente apta a observar e com poder para interferir nas ações de cada ministério, do Congresso, da Câmara, do Senado. Ficariam de olho até nos Estados e Municípios. Fariam parte desta equipe, alem de técnicos muito hábeis e de minha total confiança, representantes de todos os partidos.

Talvez tivesse que governar por Decreto, para botar ordem na bagunça mais rápido (lembrem-se que disse que seria uma ditadora).

Iria propor uma nova Constituição, mais enxuta, com menos detalhes. E exigiria que suas linhas mestras fossem respeitadas.

Minha prioridade seria a educação, pois sem ela nada é possível. Iria melhorar o ensino fundamental e o médio, principalmente treinando melhor os professores e diretores de escola. Estes últimos teriam que receber orientação sobre gestão e não só entendimentos pedagógicos.
Falando nisso ia ser muuuiiito chata com as faculdades de pedagogia.
Traria de volta matérias hoje vistas com desdém mas que considero importantes para a formação de todos: Educação Moral e Cívica (pq não falar desses dois itens na escola?) e Organização Social e Política Brasileira. Porque será que não querem ou não fazerm questão que conheçamos essas áreas?
Iria rever as autorizações para abertura de novas escolas e analisar as já existentes.
Proibiria a adaptação de clássicos para leitura escolar. Acho isso absurdo! É adaptar pérolas à ignorância.
Incluiria também nos curriculuns escolares desde a infância, noções de ecologia, sustentabilidade (inclusive sobre projetos sustentáveis, não só meio ambiente) e uso e ocupação do solo, e iria sofisticando o entendimento até a Universidade que é prá depois ninguém ficar colocando a culpa das tragédias por aí só nos governos.
Também incluiria algo como filosofia religiosa, ensinaria o criacionismo mas não abriria mão em hipótese alguma de ministrar a Teoria da Evolução. A decisão final ficaria por conta de cada um.
Daria nova força ao antigo Projeto Rondon, elevando a participação do aluno ao status de condição indispensável para receber o diploma.
Voltaria a exigir o diploma de jornalismo. Que ¨droga foi essa?

Daria muita importância ao desenvolvimento do turismo nacional,às arte e aos esportes.

A próxima área de maior importância seria a da saúde. As pessoas seriam orientadas sobre nutrição e manutenção da saúde desde o ensino básico. Os pais seriam envolvidos neste processo. Seria extremamente exigente com as faculdades de medicina inclusive (ou talvez principalmente) com as de medicina sanitária.


Para melhorar a questão do trabalho, convocaria empresas já experientes como o SEBRAE e as universidades públicas, o SENAI e o SENAC e ainda as Forças Armadas para participação ativa numa profissionalização nacional em todos os setores produtivos e de serviços, e seria muito exigente quanto aos
resultados.
Também faria um trabalho junto aos empregadores, derrubando barreiras (exigindo mesmo, afinal, ditadores não pedem, mandam!) que fossem aceitos deficientes físicos e que o quesito para contratação fosse a competência técnica e emocional e nunca houvesse restrições sobre a idade dos contratados.

Daria mais independência e melhores condições às Forças Armadas.
E mais ouvidos também. Gente! Os caras não se metem em quartéis uma vida inteira por nada... eles tem o que nos ensinar...

Seria muito cuidadosa em relação à Justiça e ao Direito. Não existe país que sobreviva sem eles. Exigiria menos morosidade.
Melhoraria (talvez usando a experiência de outras nações) o Sistema Penitenciário, buscando sim a recuperação do detento, mas sem me deixar levar a crer que todos eles são recuperáveis, e prá isso precisamos de um judiciário competente, coerente e com apoio de psicólogos e psquiatras.

Daria muito apoio e também contolaria muito de perto o trabalho das Polícias Civis, Militares e a Federal, premiando boas ações e punindo desvios com extremo rigor.

Quanto à economia... bem aí seria melhor eu não me meter muito. Mas, ficaria com pé atras em relação aos grandes gurus mundiais, especialmente os americanos. Porque será?

Exigiria das Embaixadas e Consulados brasileiros maior apoio e proteção ao brasileiro expatriado.

Ouviria com muita atenção as experiências dos estados do Sul. É uma gente organizada e batalhadora que tem o que ensinar. Apoiaria no que fosse possível.
Faria tudo o que fosse necessário para manter a boa situação do Sudeste (tá, tem o que acertar, mas no geral...)
Impulsionaria o desenvolvimento do Centro Oeste que tem um grande potencial (natural e de pessoas) mas questões muito específicas a serem resolvidas.
Daria um fim nos problemas do Norte Nordeste, nem que prá isso tivesse que contratar a peso de petróleo especialistas árabes em irrigação.
Usaria também a experiência de algumas ONGS que desenvolvem trabalhos de crescimento por lá, inclusive buscando a fixação da população na região.
Alimentaria no N Ne a idéia do cooperativismo.
Protegeria mais a Amazônia e as fronteiras de Norte à Sul, de Leste à Oeste. Isso aqui não pode continuar sendo a casa da mãe Joana!

Daria dinheiro à rodo para bons cientistas e tentaria não perdê-los....

Manteria sempre e a todo custo, nossa capacidade de resolver conflitos de forma pacífica.

Criaria o voto realmente livre, o opcional.

É fácil falar... Mas se eu fosse presidente faria o possível prá realizar tudo que citei aqui e muito mais.

Pensando bem, faria se sobrevivesse ao primeiro trimestre do mandato, concordam?

E voces, o que fariam se fossem presidentes?

domingo, 10 de janeiro de 2010

SP - MG Uma Longa Jornada

Quem me acompanha sabe que digo sem vergonha nenhuma que não entendo de política.

E com menos vergonha ainda, digo que não quero entender.

Ignorância? Pode ser, depende do ponto de vista. Meu intuito é guardar meu coração da tristeza que é ver a falta de ética e competência da maioria dos políticos e das políticas públicas nacionais.

Mas, como a cada 4 anos sou obrigada a votar, tenho o direito de fazer pequenas considerações por mais insignificante que elas sejam.

Outra bobagem? Não. Sei da importância do voto livre e quero votar. Apenas gostaria de ter o direito de não fazê-lo caso me deparasse com opções absurdas ou como forma de protessto.

Vocês também sabem que sou mineira embora esteja em São Paulo desde os 3 meses, mas de qualquer forma sou filha e irmã de mineiros da Zona da Mata, o que me rendeu a vida toda uma situação peculiar. Quando em Minas, estranhavam meu sotaque, minhas roupas, o jeito de agarrar a bolsa... Em SP, estranham meu sotaque, hábitos alimentares e cotidianos.

Às vésperas das eleições presidenciais, me deparo com a desistência de Aécio Neves a candidatura, deixando o caminho livre para José Serra.

Não dá prá não pensar um pouco e relembrar a história desses dois Estados brasileiros e seus representantes.

São Paulo e Minas Gerais sempre estiveram "na boca do povo", competindo pela posição de maior estado da federação, trocando farpas pelo jeito de ser de cada um, na política do café com leite.

Hoje, MG é o 4º Estado em extensão territorial , o 2 º mais populoso, portanto o 2ºmaior curral eleitoral e o 3º PIB nacional.

S.P tem a maior população,o maior PIB, uma extensão territorial equivalente a da França e é um polo internacional de negócios.

Se Minas destaca-se no artesanato (bordados, pedra sabão, prata e pedras) SP distingui-se na produção de produtos indústrias prá todas as utilidades.

Até uns 25 anos em MG, causava espanto a presença de orientais, raros por lá, onde a população descende especialmente de portugueses.

S.P. é a encarnação da torre de Babel. Aqui convivemos e compartilhamos hábitos com portugueses, italianos, árabes, japoneses, coreanos, chineses, alemães.....

A hospitalidade e a cozinha mineiras são famosas.

A efervecência e a quantidade de restaurantes paulistanos também.

SP transformou-se num polo de serviços, MG mantém suas faendas e avança sempre na siderurgia.

Serra é economista, já foi Prefeito de S.P., Deputado Federal, Senador, Minisstro do Planejamento e da Saúde. Hoje é Governador. Eu, paarticularmente, respeito e admiro sua atuação, apesar de discordar da rigidez de sua lei mais polêmica a anti-fumo.

Aécio, neto de Tancredo é muito jovem mas tem um histórico invejável como Deputado Estadual por 4 mandatos, Deputado Federal e atual Governador. Conheço sua gestão pela imprensa, e me parece muito bem aceita por seus governados.

Os dois são dinâmicos, competentes e tem história de ética e equilíbrio comprovada.

Ao que parece, Aécio continuará a apoiar Serra e emprestando suas características de inovação e dinamismo ao governo do país. Seu choque de Gestão no Estado de Minas, também vem sendo implantado (embora com mais lentidão) na cidade de SP desde o início desta gestão (quando Serra era Prefeito). E é indispensável que seja levado para todo o país.

Além disso, são a alternativa aparentemente mais viável para a dupla Dilma/Lula.

Só espero que vencendo, a união SP- Minas seja o final de Uma Longa Jornada.

Uma jornada que nos leve a um ponto de união nacional onde nem Norte nem Sul nem Nordeste nem Centro Oeste e nem Sudeste tenham privilégios.

Que o país se beneficie desta união, e que todas as regiões vejam suas questões de educação, saúde, trabalho, uso e ocupação do solo e economia bem planejados e executados.

Comecemos em 2010!

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Sobre Dalvas e Heriveltos Cultura IV Comecemos em 2010!

(...)
Já fui moço, já gozei a mocidade
Respeite ao menos meus cabelos brancos
Ninguém viveu a vida que eu vivi
Ninguém sofreu na vida o que eu sofri
As lágrimas sentidas,
os meus sorrisos francos
Refletem-se hoje em dia
nos meus cabelos brancos
E agora, em homenagem ao meu fim
Não falem desta mulher perto de mim

(De Marino Pinto e Herivelto Martins)

Tomei a liberdade de destacar um trecho da música Cabelos Brancos, para começar esta postagem de hoje.

A mini-série que acabou de terminar na Globo, nos trouxe além do prazer de voltar a ouvir esta dupla que sem dúvidas marcou uma época, também nos permitiu conhecer um pouco daquele tempo, os carros, os vestidos de shantung de seda, os ternos de linho, os chapéus Panamá, ver lugares como o Cassino da Urca lindamente recriados e constatar que houve um tempo em que se podia sentar prá namorar à noite nos calçadões do Rio.

Já falei aqui em posts anteriores, que além de amar música, acho que ela é um excelente canal de informação se vc se dispuser a saber um pouco mais sobre ela, conhecer o contexto em que foi criada.

E quem se dispuser a perder um tempo pesquisando, na empolgação da série, ficará surpreso com a riqueza de informações que envolvem o Trio de Ouro ( o outro membro era Nilo Chagas) desde o início em meados dos anos 30 do séc. XX.

Vão encontrar alusões a gravadoras com muita história prá contar como a RCA, a Odeon e a Columbia. Sobre as rádios Mayrink Veiga e Nacional. Afinal foram 99 discos gravados.

Porém, a ascensão e queda do trio e em especial do casal, também nos deve fazer pensar sobre como tudo é passageiro, como o sucesso é momentâneo (embora no caso deles tenha sido formidável por no mínimo 30 anos).

Especialmente nos nossos dias onde o tempo parece ter se tornado mais rápido do que podemos perceber, onde a toda hora é possível que surjam Susans Boyle em nossos caminhos.

Também é muito importante prestar atenção nos melindres da mídia que decide lançar e apagar artistas a toda hora de acordo com seu interesse.

Podemos idolatrar Lady Ga Ga ou a Orquestra Sinfônica de Munich. O Royal Ballet ou o grupo É o Tchan (tá bom, fiquemos num Michael Jackson, vai!)

Podemos amar Fábio Barreto ou Ingmar Bergman, ir de Grazie Massafera à Fernanda Montenegro.

Podemos também ler Paulo Coelho ou Maquiavel. Admirar Picasso ou Pancetti.

O importante é compreender que todos eles são importantes se quisermos compreender este globo girante e maluco em que vivemos.

Quantos ídolos a mídia substituiu em nosso país, assim, da noite para o dia? Martelam em nossos ouvidos aquilo que elegem como o "must" da vez e muitos de nós, aceitam e qdo percebem estão dançando "Cada um em seu Quadrado"....

Podemos e devemos mudar para o novo principalmente hoje em dia. Mas tem que ser um processo cumulativo, onde o que vem acrescenta algo ao que deixamos lá, registrado em nossa placa mãe anatômica. E é importante também alimentar este interesse nos mais jovens e transmitir-lhes o conhecimento adquirido (alô educadores!).

Bem, foi só um desabafo movido pela emoção trazida pela série.

Mas encerro este post perguntando à você: Lembra de alguém que sumiu "antes da hora"?

E começo a lista com o íncrível Wilson Simonal (felizmente resgatado agora pelos filhos em livro e filme" Também lembro de Waldick Soriano (tá, eu também não gosto do gênero mas ninguém pode negar o estrelato) também resgatado em filme pela fã famosa Patricia Pilar.

E você?, acrescente nomes à lista....

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Comecemos em 2010! Carnaval

O Carnaval, a grande festa de Momo está chegando.

Uma tradição que ganha força e novos moldes a cada ano, e que projetou o Brasil no exterior. Hoje, não tem só japonês no samba. Tem alemão, grego, inglês.....

Tem também o "mundo de gente" que vem ao Brasil assistir estupefados a grande cena que é o carnaval do Rio.

A festa é linda, só se fala nisso.

A principal função do Carnaval sempre foi alegrar o povo que antes saia nas ruas em blocos entusiasmados ou se reunia em clubes país afora ao som de sambas ou marchinhas. A coisa cresceu tomou proporções incríveis e aquelas pessoas foram confinadas à locais específicos, controlados por tempo e juízes que dizem quem fez o melhor trabalho. Uma pena, pq só quem vive este mundo pode dizer o trabalhão que dá criar toda aquela fantasia.

Ainda existem valentes foliões que continuam saindo em pequenos blocos por aí, visando apenas diversão.

Um outro papel importante do carnaval é a captação de dinheiro (muito dinheiro) trazido pelos turistas principalmente para o Rio, São Paulo, Salvador, Olinda e Ouro Preto, cidades que já tem uma enorme tradição da festa. Trazia muito dinheiro também para a paulista São Luis do Paraitinga, mas.... a festa foi substituída pela tentativa de reconstrução.

Traz lucros para o comercio específico de fantasias e apetrechos típicos, para as revistas e jornais e para o mundo dos CDs e DVDs .

Sem dúvida a festa funciona como um grande estímulo para quem gosta dela. Faz esquecer as tristezas, os problemas, traz alívio para a alma. Mas também traz verdadeiro pânico para polícia, profissionais de saúde, esposas e namoradas, pais de lindas donzelas (elas ainda existem?) e qualquer um que tenha que se responsabilizar por qualquer coisa naquele período, felizmente,neste caso, prá tudo se acabar na quarta-feira.

Acontece que, não digo na quarta, mas lá pela quinta, ainda meio grogues, nos lembramos que estivemos por dias vivendo em outro planeta. Num mundo povoado por reis, rainhas, princesas, Pierrots e Colombinas. Lindos enredos, grandes bundas e.... onde foi parar o mundo real?

Os mais rápidos logo perceberão que novos decretos foram assinados, panetones comprados, assaltos (de todo tipo) realizados.

E entra ano sai ano, deixamos à mercê da alegria o controle do que se passa em nossa vida real.

Não quero parecer uma desmancha prazeres. Inclusive, a quem interessar possa, sou uma viciada em Carnaval desde tenra idade, no carnaval de clube (típico de S.P.), que me fazia regatear com meus pais o ano inteiro prá brincar as 5 noites e as 3 "matinées".

Mas precisamos ficar atentos, mais ainda neste ano eleitoral. A cortina de fumaça, de confetes e serpentinas, não pode tirar nossa visão. Fiquemos atentos, alertas.

Vocês concordam?

Então comecemos em2010!


Enquanto isso vai lembrando aí:

" ♪ A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei, ou de pirata, ou jardineira
E tudo se acabar na quarta-feira.♪ "

Vinicius de Moraes - A Felicidade

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Famosos no Twitter

Olá Pessoas. Dando uma pausa no Comecemos em 2010, resolvi falar um pouco sobre os famosos e sua relação com o twitter e seus seguidores.

Falo do Twitter e não de todas as redes sociais, pq é dele que participo mais e é lá que acredito que vão acontecer muitas coisas doidas ainda, até que surja uma outra rede mais eficiente e melhor...

Há pessoas (inclusive um avatar se não me engano) que definitivamente não seguem famosos. Não entendo o porque. Até onde eu saiba, eles são apenas pessoas.

O que chamo de famosos? São os atores, jornalistas, escritores e profissionais de diversas áreas que conseguiram um destaque maior em suas profissões ou atividades. Entre eles as celebridades da alta sociedade e os políticos.

Eu sigo alguns poucos. São uns 10. Destes apenas 4 me seguem também.

Acho natural que tenhamos prazer em saber o que dizem aqueles que admiramos ou com quem simpatizamos por alguma razão. Eu por exemplo sigo por admiração. Um deles, que havia ouvido menções em revistas de celebridades me surpreendeu. É uma super pessoa.... não aquele ser fútil que eu imaginava.

E é muito gostoso quando uma dessas pessoas famosas que seguimos nos dá o prazer de interagir conosco, de ouvirem o que temos a dizer. É uma grande oportunidade de desfazer mitos, trazê-los para o mundo real.

Também é uma grande chance de percebermos se merecem nossa admiração, nossa tietagem. Sim, pq pelo que observo, alguns colocam-se numa espécie de Olimpo fora de época e do espaço, uma posição inatingível como se fossem seres especiais....e não são não....

Concordo que alguns tem muitos seguidores e que é complexo acompanhar todo mundo. Mas alguns conseguem. Então, não é desculpa. Imagino também que sejam alvos de muita pegação de pé, de exageros dos fãs. Mas, prá isso existe o unfollow e o block, certo?

O que não dá prá entender são aqueles que além de não seguir ninguem que também não seja famoso, não se dignam nem a agradecer RTs e elogios escancarados. Falta de atenção e educação.Estrelismo, narcisismo, etc...

Sugiro aos famosos em geral que repensem suas atitudes. Vcs vivem de seus fãs, eles tem o poder de alça-los a fama ou joga-los no ostracismo...

Não se fiem no poder de seus "patrões" sejam eles emissoras de TV, grandes jornais, hospitais ou partidos políticos....

Uma palavra desabonadora numa rede como o Twitter pode causar uma onda de opiniões concordantes que abalam qualquer estrutura.

O que deu em mim prá falar disso hoje?

Foi a proximidade das eleições. Há uns 3 ou 4 meses, vejo a presença de muitos políticos por lá, alguns bastante interativos. Nos últimos 15 dias surgiram outros vários.... Mais a frente surgirão outros.

Prá eles e prá nós fica o recado. Observem.... Mas, não percam de vista o objetivo de quem só vai surgir agora. E com que gráu de interatividade.

Ser famoso dá trabalho e é difícil. Manter a fama pelos motivos certos é mais ainda.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Comecemos em 2010! Cultura III

As características culturais de um povo podem sofrer modificações por adotar hábitos de outros povos, acumulando-os ou adaptando-os também.

Mas, vejo como o maior fator de alterações culturais, a influência dos meios de comunicação, todos eles, mas especialmente a TV por sua abrangência.

No Brasil, há cerca de 65 milhões de aparelhos de TV. Mesmo nos mais pobres e distantes municípios do país, sempre haverá um aparelho na praça central, reunindo a população.

A questão é que temos no país uma emissora que predomina e atinge praticamente 100% do território nacional com sua programação, a Rede Globo. É indiscutível que com o crescimento da emissora, muitos brasileiros tomaram conhecimento de assuntos e "maneirismos" de que não haviam ouvido falar antes. Os mais velhos se lembram bem do impacto causado pelo surgimento de programas como o JN o Globo Reporter e o Fantástico. Lembram também de atores e cantores de outros estados que não o RJ sendo orientados a fazer aulas para mudança de sotaque (Elis Regina, Xuxa e outros) adotando o "carioquês" como uma espécie de sotaque nacional.Esta talvez seja a mudança de traço cultural mais facilmente perceptível. Mas existem outras. Há 30 ou 40 anos, no interior dos estados, vc via pouca gente consumindo a coca-cola por ex, havia os refrigerantes de fabricação local(ótimos). A maneira de vestir no país também foi uniformizada.

Copacabana e Leblon viraram o quintal da nossa casa; mesmo que vc more em Rio do Sul ou Quixeramobim....Os filmes americanos trouxeram prá nós comportamentos e hábitos que não existiam antes.

Adotar bons ou interessantes hábitos de outros países, não é necessariamente uma coisa ruim. Porém, é preciso que haja bom senso, que saibamos separar o joio do trigo e que quem educa tenha a noção total desta influência e principalmente o conhecimento daquilo que é nosso, exclusivo, arraigado lá no fundo de nossas almas.

Não podemos deixar de transmitir aos mais jovens as nossas características primárias como povo. Nossas origens, nosso jeito "original" de ser.

Acho interessante que nossos índios, fazem isto bem melhor que nós brancos e negros. Eles tem celular, GPS, calças jeans, filmadoras, mas, não abandonam suas cerimônias, seus rituais e suas tradições. Ou seja, mantem o melhor de tudo.

Me preocupa nos últimos anos (+ou_ 25) a adoção de comportamentos tipicamente americanos que não se viam por aqui da maneira que constatamos hoje como a tal necessidade de "ser popular". Que que é isso minha gente? Não tô falando que o ser humano desde o início dos tempos não tem este desejo, mas isto se conquistava naturalmente, não por imposição de séries e filmes americanos....Mais ou menos como essa história de adotarem as "team leaders" por aqui. Faça me o favor! Brasileiros nunca precisaram ser animados por ninguém! Nossa alegria é cultural.... Também me apavora o tal do "bullying". Ele também sempre existiu, mas era tratado pelos pais e educadores como um ato de vandalismo ou falta de educação e exterminado rapidamente. Claro, alguns não tinham sucesso nesse "extermínio", mas eram poucos. Infelizmente a "psicologização"(eita!) de fatos próprios do desenvolvimento humano leva ao adiamento das soluções, e olha que sou psicóloga.... Daqui a pouco estaremos justificando, como os norte-americanos garotos que metralham colegas na escola por terem sido vítimas de "bullying". Assim não dá, assim não pode ser...(quem foi q disse isso mesmo?).

Também precisamos valorizar mais as produções nacionais de filmes e séries, os programas infantis, etc... Em São Paulo temos a garantia de uma ótima programação na TV Cultura.

Prestem atenção, nossas crianças não podem ser formadas apenas pelo que é ensinado pelo Discovery Kids, Disney Channel ou MTV!!!!! Filtrem as coisa, sejam cautelosos....

Ou perderemos completamente nossa identidade cultural.

Portanto , pais, professores e educadores em geral. Pensem nisso, me digam o que vcs pensam, divulguem a idéia se acharem pertinente, pois acreditem, tem gente que não a conhece ou ao menos não despertou prá isso.

Entendeu cara pálida?

Então, comecemos em 2010!

Comecemos em 2010! Cultura II

A outra definição de cultura, é a de cultura erudita, a de apropriação do conhecimento.

Aquele conhecimento que vem do estudo, da leitura, das viagens, do que vc vê na TV, no cinema, no teatro, em exposições...

É possível educar sem ter um bom nível cultural? É.`Porém, vc só pode oferecer aquilo que possui, o que é previsível. Qualquer questão ligeiramente afastada do que vc planejou não poderá ser esclarecida. Também não será possível "ilustrar" uma aula, uma conversa de forma a torna-la melhor compreendida.

Ninguém consegue ser especialista em tudo, mas se vc buscar conhecimentos sobre vários assuntos, só terá benefícios.

Seja crítico em relação as observações que recebe.

Ao assistir a filmes e peças teatrais, procure trazer a história pro seu cotidiano, buscar semelhanças, analisar as diferenças.

Conheça um pouco de história da música que vc gosta. Em que contexto ela foi criada, qual a origem de quem a compôs, as influências que recebeu...

Ao viajar, conheça mais que os pontos turísticos do lugar, converse com a população local, busque mais informação.

Esstas atitudes são fáceis de adotar e vc se surpreenderá com os resultados um dia lá na frente quando um detalhe de suas observações fizer parte de uma conversa, de um acontecimento...

O que vc pensa disso?
Quais suas atitudes em relação a aquisição e disseminação da cultura?

sábado, 2 de janeiro de 2010

Comecemos em 2010 - Cultura I

Sei que alguém aí vai dizer: pensar, trabalhar, começar projetos em pleno sábado?! Que mala!

É que prá termos uma melhoria na educação deste país, precisamos rever, revisitar alguns conceitos, e o primeiro dele é o de Cultura.

Cultura pode ser definida como um conjunto de atitudes, valores, comportamentos e regras que identificam um grupo de pessoas, uma sociedade. Também é o conjunto de conhecimentos e costumes adquiridos por este grupo que a transmite de geração em geração dando-lhe identidade.

No Brasil temos traços culturais magníficos como a opção pela solução pacífica de conflitos, pela alegria, descontração, pela solidariedade.

Mas temos algumas características culturais que precisam ser modificados para que os esforços pela melhoria na educação sejam produtivos.

Exemplos:
-Trabalhar iniciar projetos, estudar é coisa prá qualquer dia! Se a idéia surgir no feriado, pq não coloca-la em prática? A não ser que sua religião não permita....
- Achar que tudo que vem de fora é melhor. Não é não. Temos grandes atores, engenheiro, cirurgiões em diversas áreas, geneticistas, etc....
- Ficar em pânico ao constatar que há muitos orientais disputando a mesma vaga ou a mesma prova que vc. Pq? Que tal sermos tão esforçados e estudiosos quanto eles?
- Temos que esquecer a tal Lei de Gerson. Aquilo era um comercial e de cigarro!Ninguem vai ser feliz sempre se prá vencer tiver que pisar nos outros. Disputas éticas são uma coisa, sacanagem é outra bem diferente...

Outra hora falo da influência dos meios de comunicação sobre a cultura de um povo ( e a nossa foi muito afetada nos últimos 40 anos...)

A melhora na educação é indispensável mas sem a mudança cultural ela não acontece.

Perceberam o ciclo? uma situação leva a outra que devolve à outra, que.....

Gostaria de ser mais abrangente, mas prefiro lançar as sementes para que vcs colaborem com suas reflexões.

Comecemos em 2010

Isso é uma vergonha.....

Não há neste país ninguém que não conheça há anos o apresentador de tele jornais Boris Casoy.

Eu, particularmente o acompanho há anos e admiro seus comentários pessoais sobre as notícias que apresenta.

Hoje porém, ao tomar conhecimento de sua declaração captada inadvertidamente pelos microfones da Band que permaneceram ligados durante o intervalo comercial, me decepcionei profundamente.

O apresentador, fez uma retratação, ao meu ver pouco contundente.
De qualquer forma, nada conserta este tipo de erro. Ali, Bóris mostrou que é preconceituoso e desrespeitoso em relação ao ser humano. A dois seres humanos, felizes com seus 15 min de fama e inundados pelo sentimento de amor fraternal que surge em todos nós nesta época do ano, menos nele, Bóris Casoy.

Quem me acompanha aqui sabe que minha busca é pela volta à nossa essência enquanto seres humanos, enquanto pessoas. Iguais apesar das diferenças.

O repúdio foi geral. Até colegas de emissora fizeram comentários decepcionados a respeito.

Como poderemos continuar a confiar em seus comentários?

Como confiar em alguém em que, como agora sabemos, classifica os bons votos que recebe pela condição social das pessoas e despreza os que venham de outro lugar que não do alto de um microfone, geralmente entregue a famosos e pretenciosos?

Bóris fez parte do governo paulistano, sofreu acusações sobre a suspeita de ter pertencido a grupos de perseguição a comunistas durante o regime militar, foi afetado pela poliomielite...mas parece que todas as suas experiências não mostraram a ele que viemos e vamos todos pro mesmo lugar e do mesmo modo.

Não sei quantos vão fazer o mesmo.

Mas eu, deixei agora de admirá-lo como antes, pois, não sei se concordam, mas, Isso é uma vergonha!