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sábado, 27 de dezembro de 2014

2014 foi o fim?


Que ano!

Difícil de passar.

Aliás, demorou foi prá começar. Sabíamos que seria assim.

Deixando de lado a tradição brasileira em que o ano começa após o carnaval, neste ano teríamos que esperar ainda pela copa do mundo e pelas eleições.

Em resumo, foi um ano de um mês e pouco...

E o resultado será mais claramente visto nos primeiros anos de 2015.

Foi um ano em que a loucura da humanidade foi sedimentada em ameaças de invasão motivadas por um mero filme, de ataques a aviões de passageiros, em um ensaio sério de uma nova guerra fria e em cabeças decepadas ao vivo e à cores.

Foi um ano em que a diplomacia foi exercida por quem deveria cuidar das almas e onde os que deveriam cuidar delas atuaram em políticas catastróficas.

A queda de popularidade foi resolvida oferecendo vantagens a imigrantes clandestinos ou retomando relações com excluídos enquanto ficou-se em alerta contra antipatias diversas.

O terrorismo foi manchete diária e nos perguntamos em que ponto de uma possível evolução estamos.

Ao menos algumas evoluções tecnológicas trouxeram esperanças, mas fica o medo, a incerteza sobre que tipo de uso faremos delas.

Nos tornamos uma raça pouco confiável.

Celeiros de grandes nomes de muitas ciências veem atos de guerra vindos de seu povo e de seu governo, colocam o resto do mundo em uma tremenda saia justa onde é impossível tomar partido. 

A natureza quase confirmou a profecia poética transformando o mar em sertão e o sertão em mar.

Estão todos alucinados.

Alucinada também esteve a natureza no ano em que se faz lembrar uma década do Tsunami arrasador.

Tivemos um número inacreditável de mortes entre gente essencial em sua área. Foram atores, escritores, cantores, cientistas...
  
Morreu também uma grande parte da famosa esperança brasileira. Ao menos 50% dela em alguns casos ou 100 % dela diante de um memorável e estarrecedor 7 X 1.

Vemos assassinada a cada dia nossa confiança diante dos intermináveis casos de corrupção e impunidade. 

Também nos cansamos de assistir à queda ininterrupta dos índices de progresso divulgados.

Cai tudo: emprego, qualidade na saúde, o nível das represas, o volume das vendas até no Natal, o crédito, a pontuação na educação.

Só não diminui a capacidade de mentir e enganar e a ignorância de uns que traz prejuízo a todos.

2014 foi o fim?

Creio que sim. O fim de uma forma de olhar os fatos. 

Como a vida vem em ondas, precisamos repensar as novas investidas. Quem sabe seguir o "método Medina" de manter a calma e surfar por ondas ruins ou indiferentes enquanto a melhor não chega.

Vamos lá 2015! Mostre ao que veio que a gente vê o que faz.   
   

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Golpe Militar





Hoje sai o relatório da Comissão da Verdade.

Quem tem mais de 40 nem precisa ler o relatório para saber que ele é estarrecedor.

Sabemos que para muitos vai parecer coisa de filme de terror, mas sabemos também que não é.

Há um grupo por aí gritando em altos brados que quer um golpe militar, a volta da antiga ditadura. E esse grupo, por ser um tanto quanto eloquente acaba arregimentando desavisados.

Há ainda os que não querem a ditadura, mas pensam que talvez um timão nas mãos dos militares possa reconduzir a nau.

Por outro lado, há um número gigantesco de gente ridicularizando e rejeitando com muita força os que acham que pensam assim.

Mas muitos sabem que não é nada disso! Inclusive entre os que seriam prejudicados diante de uma provável vitória dos partidários de um hipotético golpe.

O que as pessoas querem é outra coisa, e aqui excluo os defensores reais do golpe militar. Falo dos que ouvem e seguem sem pensar.

O que esses fazem é seguir a onda (viram o filme? se não, vejam!).

E o fazem por não vislumbrarem alternativas.

E não as vislumbram porque a educação que receberam foi tão precária que além de não fornecer informação suficiente também não desenvolveu sua capacidade de raciocínio, o que os impede de ter uma opinião própria mais segura e clara.

O que o brasileiro quer, ao menos metade da população é ter, por um lado, partes boas do período militar como a educação pública de qualidade, a segurança nas ruas e um certo norte em relação a princípios morais e de comportamento.

Conheço muitos pais que adorariam ver a volta da prisão por "vadiagem", ao menos seria uma forma de quem sabe, manter em casa filhos de 15, 16 anos que insistem em frequentar lugares pouco recomendáveis.

O brasileiro já vinha se "acertando" com a democracia. Gostamos do regime que adotamos com seus benefícios, com seu cheiro de liberdade, de livre pensamento, de possibilidade de expressão e de cumprimento de leis e direitos e deveres.

Mas de repente (nem tão de repente assim). o povo (uma parte dele) se dá conta de que por mais que cumpra seus deveres não vem recebendo direitos.

Vê também que as leis são descumpridas ou mal aplicadas, além de continuarem sendo diferentes para uns e outros.

Vê ainda que o que se diz em campanha eleitoral não se faz. Tá, sempre foi assim, mas não em tamanha proporção.

Dia após dia, a cortina cai e as mentiras, os maus resultados e as falcatruas aparecem brilhantes diante dos olhos de todos.

O novo velho-governo ainda não iniciou sua gestão e já pudemos ver que muito vinha sendo ocultado. A partir do início do ano isso vai piorar. E muito.

Só como exemplo, as ações de nossa empresa mais importante a Petrobras nunca tiveram um valor tão baixo e o dólar há muito não chegava onde está. Além disso, teremos que pagar , em dólar claro, os prejuízos causados a investidores norte americanos que um dia compraram ações da Petrobrás....

Vemos professores e profissionais de saúde com salários atrasados, a violência nas ruas piorando a cada dia, a saúde ladeira abaixo, o país em primeiro lugar no crescimento da AIDS, o 69º lugar entre os países mais corruptos (os primeiros são ditaduras africanas e orientais ou latinas)e por aí vai.

Vocês que andam pedindo pela ditadura, parem e pensem antes de continuar.

Vocês que ridicularizam os partidários de um golpe, pensem e reflitam se é de chacotas que precisamos.

O que o brasileiro quer é a democracia sim, mas com qualidade de vida e decência, principalmente aquela que emana do poder público.

Não é mais possível perder tempo com discussões intermináveis. Quem está no poder tem que começar a reconstruir o país antes que seja tarde demais, antes que de país do futuro nos transformemos em país do passado.

E quem está no poder, apesar de tudo, é o povo.

O problema maior é que "moldaram" em alguns anos, um povo frágil e facilmente distraído com um bom e eficiente trabalho de marketing. 

Mas tenho fé de que ainda existam aqueles capazes de olhar em volta e descobrir por onde começar.

Golpe Militar? 

Não, nem os próprios querem.

    

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Eleições 2014 uma odisseia no inferno



2014 parecia que jamais começaria, agora parece que não acabará nunca.

Se não bastasse o 7 X 0, veio todo o resto.

Eu queria ter escrito algo no domingo, mas achei melhor deixar a poeira abaixar para não me igualar aos vencedores que agiram de forma surpreendentemente agressiva, com ataques pessoais ou provocações de toda espécie. Sabemos que é o modus operandi deles, mas desta vez foram longe.

Ganhou o velho, o que está aí há muitos anos, muito mais do que convém a uma real democracia. Um breve olhara ao redor do mundo e veremos que só em ditaduras um mesmo grupo permanece tanto tempo no poder.

Além disso, criou-se algo que o brasileiro sempre tentou evitar: uma divisão do país.

Mais uma vez, como é tradição, Minas Gerais definiu o ganhador com uma importante ajuda dos que foram ausentes, o que dá a Minas uma grande responsabilidade sobre o resultado da escolha .

De qualquer forma, foi uma eleição muito apertada que alegrou metade e entristeceu e preocupou a outra metade do país, especialmente sua maior cidade, São Paulo, onde o candidato do PSDB ganhou com folga.

É mesmo muito estranho imaginar que depois de tantos debates e diante de todas as denúncias COMPROVADAS, a população tenha optado pela continuidade. Claro, houve o apelo ao medo de perder os auxílios financeiros de programas sociais, mas esse tipo de estratégia infelizmente parece fazer parte dos hábitos de algumas ideologias.

Enfim, não há nada mais que possamos fazer agora, a não ser que as denúncias de fraude sejam investigadas e resolvidas. Mas será que o farão?

Mas desta vez tem que ser diferente.

Não podemos mais deixar que as coisas rolem soltas sem fiscalização ou cobranças.

A situação do país é muito ruim. O que eles chamam de crescimento das classes inferiores não passa de uma oferta de crédito que já demonstra seus efeitos na inadimplência. 

Indústria, comércio e serviços assistem à queda contínua de ganhos.

Os empregos de que falam, são medíocres, o empreendedorismo que creditam às facilidades do MEI, não passa, na maioria dos casos, de um novo nome para ambulante, camelô.

Falam do crescimento do acesso à universidade. Parece brincadeira! Basta um mínimo contato com alunos saídos das universidades nos últimos anos para saber que teria sido melhor que não tivessem tido acesso à ela. Em um futuro muito breve teremos sérios problemas com a péssima qualidade dos profissionais que formaram. 

Educação fundamental e média também não merecem menção, assim como a segurança, o combate ao contrabando, às drogas, a saúde. 

Resumindo: tudo

Os discursos de campanha e  pós vitória falam de vamos fazer isso e aquilo. Soa estranhíssimo vindo de quem está na cadeira há tanto tempo. Só nos resta esperar e cobrar.

E tem que começar com as reformas fiscal e política. Elas são inadiáveis e emprestando um termo usado várias vezes de ontem prá hoje, digo: doa a quem doer (deve ter sido ensinado pelo Collor).

Cabe a presidente fazer o que precisa e já deveria ter sido feito.

A nós, cabe continuar fazendo o que sempre fizemos mas com olhos e ouvidos mais atentos, acompanhar os atos de nossos deputados, senadores, governadores e prefeitos e finalmente mostrarmos que o brasileiro existe, age, vibra e não só no futebol. 

Eu começaria modificando os tais programas sociais porque enquanto não ensinarem a pescar, peixe nenhum será suficiente. 

Precisamos exterminar do país essa condição de extrema pobreza mas com a participação dos envolvidos ou a classe média não vai aguentar.

Não percam de vista que aos políticos não interessa a reforma política. Itens como voto distrital, representatividade e o fim da reeleição não é sonho de consumo de nenhum deles mas é necessário se quisermos evoluir.

A Aécio, PSDB e os que os apoiaram resta uma tentativa de seguir os passos de Lula, fazendo uma oposição acirrada, a qualquer preço como ele fez por tanto tempo, mérito que ninguém pode tirar.

Falar em reunir o país pode funcionar para muitos. Para mim não. 

Amo o Brasil, sempre fiz a minha parte mas não tenho que mudar nada desde que aceite o que for bom para o país e combata o que não for.

Deus em 2014 resolveu mudar de nacionalidade. Fomos parar na porta do inferno. Resta saber se entramos ou conseguimos voltar ao paraíso. 

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

chegou a hora

"Chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor"  

Opa! o título da postagem me lembrou a música.

E na verdade o momento ao qual chegamos tem tudo a ver com ela, afinal, nenhum momento na vida de um país mostra tanto a capacidade de um povo quanto a hora do voto. 

E esperamos por ele por tantos anos! É uma história longa e complicada, cheia de meandros.

Recomendo a leitura do texto de meu querido amigo Antonio Figueiredo 

em http://www.epensarnaodoi.blogspot.com.br/  para conhecer um pouco dessa saga.

Assistimos eleições em países democráticos mundo afora e percebemos que em geral a população acerta. Os eleitos seguem os princípios apresentados em campanha e quando não o fazem são cobrados e obrigados a acertar o rumo.

Mas estamos falando de Brasil, o eterno país do futuro (que nunca chega) e por aqui tudo é possível.



Infelizmente, nossos problemas educacionais nos deram uma geração de pessoas sem conhecimento nenhum e facilmente seduzida por qualquer promessa.

Temos um cenário obscuro e inexplicável até o domingo.

A população precisa estar atenta e olhar com muita clareza principalmente aos votos que dará ao legislativo. Precisamos dele para nos representar junto ao executivo.

O cenário mundial não ajuda em nada.

O cenário doméstico também não.

Há muita desconfiança por parte dos investidores, a própria população teme um cenário econômico pior para os próximos meses e o comércio e a indústria estão em maus lençóis 
.
A saúde pública e a educação continuam produzindo péssimos resultados e todo mundo sabe disso, especialmente quem faz uso dos serviços públicos.

Qualquer um que vencer a eleição vai ter sérios problemas a enfrentar.

O que vem sendo mantido longe dos olhos da população e de investidores estrangeiros virá à tona quer queiram quer não.

Os problemas econômicos e estruturais vão botar a boca no trombone ao raiar de 2015.

E quem estiver com a faixa de presidente terá que tomar medidas duras e nada populares.

Se houver continuidade no governo, corremos o risco de que adiem a apresentação dos fatos reais.

Isso seria um risco enorme.

A candidata alternativa que as pesquisas dizem estar no segundo lugar, parece confusa e instável.

 Embora tenha uma história respeitável, caiu de paraquedas nas urnas e suas constantes mudanças de opinião não combinam com o planejamento e ação necessários para manter o barco na superfície.

O outro candidato tem experiência no legislativo e no executivo, característica muito importante neste momento. Aquele que ganhar, não terá tempo de aprender a governar...

O que vemos por aí são eleitores preocupados com a perda de benefícios sociais. Ora! Isso não vai acontecer. Nenhum candidato seguiria esse caminho. 

Ai ficam as possibilidades

1- a continuidade certa do que está aí (escândalos, erros diplomáticos, economia em queda, educação de má qualidade, etc...)

2 - A instabilidade, a incógnita.

3 - a experiência e a competência comprovadas.

Cada um de nós é responsável pelo que virá.

Todos nós teremos que sobreviver com seja lá quem for que esteja no comando.

Se alguém a sua volta está indeciso ou fazendo escolha pelos motivos errados, mostre o que pensa, apresente sua posição.

Só assim, estaremos tranquilos quando sair o resultado.   

Chegou a hora!

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

O Salário Mínimo 2015




Pois é, vou tentar ser rápida hoje, mas não dá para não comentar o aumento do salário mínimo anunciado hoje para 2015.

O novo salário será de R$ 788,00.

Aí eu pergunto: todo mundo lembra o que é o tal salário mínimo?
Só pra lembrar, uma descrição facilmente encontrada, a da wikpedia: 

A nova constituição do Brasil de 1988 estabelece no capítulo II (Direitos Sociais) artigo 6 o direito de todo trabalhador a um salário mínimo. A cláusula IV manteve basicamente a definição da antiga CLT ao estabelecer que o valor do salário fosse "capaz de atender a suas [do trabalhador] necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social". Esta cláusula também garante reajustes periódicos a fim de preservar o poder aquisitivo do trabalhador.
Baseado nesta premissa, o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) divulga o salário mínimo necessário para se cumprir o que a constituição estabelece.  "

E aí eu continuo a perguntar:

1- Todo mundo sabe qual era o salário dos deputados federais na gestão anterior? 
Resposta: Era de R$ 16.000,00

2- Todo mundo sabe qual é o salário dos deputados hoje?
Resposta: É de R$ 26.000,00



3- E todos aí sabem que além do salário eles tem verbas enormes para transporte, moradia e outras coisas, certo?  

4 - Todo mundo sabe de quanto era o salário do Presidente da República na gestão anterior?
Resposta: Era cerca de R$ 11.000,00

5- Qual o salário do Presidente da República hoje?
Resposta: R$ 26.000,00

Ou seja, o reajuste em 4 anos dos salários foram mais ou menos o seguinte:

- + ou - 62% para os deputados.
- + ou - 110% para o presidente.
- + ou - 30% para o mínimo



E não se esqueçam! Todos eles tem carro, motorista, e verbas que ultrapassam o dobro de seus salários.

Agora, o tal do salário mínimo, permite a você fazer tudo aquilo que está previsto na constituição?
Resposta: Claro que não. Não dá nem pra começar...

Se o mínimo tivesse no período um reajuste igual ao dos deputados seria em 2015 de cerca de R$ 1.020,00 o que também não daria para nada.

Portanto, transmitam essas informações aos que recebem o mínimo, ou tem seus reajustes baseados nele para que quem sabe eles repensem sua passividade, sua falta de voz e acordem para o fato de que não há motivo para comemorações e sim para reivindicações em altos brados! 

Somos tratados como idiotas e ainda pagamos pelos salários deles...

Assim não dá!





-    

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

O Debate




Nas eleições anteriores postei o debate aqui quase linha a linha.

Desta vez, até o penúltimo bloco cheguei a recolher material para repetir a dose. Desisti.

Desisti porque não faria sentido.

O debate foi cansativo e sem novidades.

Embora seja um mecanismo democrático importante, ninguém merece ficar horas ouvindo nada...

Continuam indispensáveis os candidatos sem chances de vitória já que eles desfilam a vontade entre os "grandes" falando como fala o povo em momentos de desabafo.

Ninguém precisava de um debate para saber o que temos pela frente.

A situação atual é conhecida por todos nós. A inflação dispara a cada dia, os empregos que eles dizem que existem são muito mal remunerados, isso quando existem realmente.  A saúde é o caos. Se melhorou lá nos confins do país com a presença do mais médicos, continua indecente no resto do país. E o que chamam de melhor "lá" é muito relativo e depende da avaliação daqueles que recebem o atendimento. Fica a pergunta: eles sabem avaliar a qualidade do serviço? Duvido. De educação já falei demais. E repito que ensino técnico sem base anterior é nada, forma robôs e robôs pouco eficientes.

As outras possibilidades também não nos estimulam. Como olhar para um ex participante de determinado partido como algo novo? 

Um dos pontos importantes a observar em debates é a capacidade de expressão dos participantes e nisso também não há discussão. Apenas Aécio consegue responder a perguntas de forma compreensível. 

Tudo bem que o debate não encerra o caso, não fecha a porta as análises necessárias na decisão das urnas.

 Mas poderia ser feito de outras maneiras.

Sou a favor inclusive de uma espécie de sabatina on line, através das redes sociais e também um debate no mesmo formato.

Quem está nas redes sabe que a presença de políticos e gestores públicos dispostos a ouvir e a responder à população é algo muito bom e mostra coragem para uma  exposição pública indispensável.  

Quanto aos jornalistas, exceto Pannunzio, não foram úteis.

Foi apenas uma propaganda política coletiva.

Não muda nem acrescenta nada a opinião de ninguém.

E aí está o perigo.

As pessoas que responderam às pesquisas sabem em quem estão dizendo que vão votar? Me parece que não.

Seja lá quem for o vencedor, terá uma batalha tenebrosa pela frente.

O próximo presidente não terá como esconder por muito tempo a real situação do país, como vem sendo feito há anos.

As medidas para a correção do rumo ao desastre não serão nem um pouco populares. Serão duras, causarão desconforto. E sabemos que quem mais sofre com isso são sempre os mesmos...

É assustador.

E para enfrentar o monstro que temos pela frente, não é possível considerar quem fez o que fez nos últimos anos nem quem imagina que o país se resume ao campo e aos índios ou coisa que o valha.

Experiências bem sucedidas e boa assessoria são as únicas âncoras possíveis no momento. 

E apenas um candidato oferece isso.

É aguardar e rezar, orar, macumbar, sei lá!

quinta-feira, 31 de julho de 2014

O Aquário quebrou?


Vocês lembram de "Hair" (visitem a música mais famosa do musical em


Pois é. 

Hair registrou a esperança de várias gerações que aguardaram ansiosamente pela tal Era de Aquarius.

E ela chegou lá em 2009 (há controvérsias) prometendo o fim do autoritarismo, o desenvolvimento da tecnologia de comunicação, a paz e o amor não sem muita irreverência.

Que maravilha seria não?

Mas parece que a coisa não caminhou como o esperado. 

O que deveria ser uma alegre irreverência transformou-se em uma descontrolada demonstração de desrespeito em diversas situações.

O amor romântico virou uma confusão, com vários outros sentimentos e pretensões envolvidos.

A única previsão assertiva foi a da evolução das comunicações.

Mas que bom seria se nos comunicássemos mais facilmente para falar de coisas boas, de vida, de alegria, de evoluções pessoais e coletivas.

Infelizmente, estamos nos arriscando a algo que definitivamente aqueles caras do filme e das plateias dos cinemas não almejavam, uma nova guerra mundial.

Não é um pensamento catastrófico, é realista.

As mortes na Faixa de Gaza nas últimas semanas e os conflitos na Rússia, na Ucrânia ou no Iraque são um passo importante na direção de uma tragédia sem precedentes.

A Europa fragilizada pela crise econômica é pressionada pelo fornecimento do combustível  pela Rússia.

A ONU insiste em pedir trégua em Gaza e não é ouvida.

Em poucos dias as posições de apoio vão aparecer. Muito vai se falar em intervenção por motivos humanitários.

Me desculpem, mas não há nada de humanitário no assassinato de milhares de pessoas, especialmente de crianças.

E também não há nada que justifique isso, nem dinheiro, nem poder, terra, óleo, água.

 Nada, simples assim. 

Alguns membros importantes e poderosos desse jogo ainda estão calados, mas por pouco tempo.

Que posição vão adotar?

E a desastrada diplomacia brasileira, o que vai sugerir? 

O que fazer?

Onde essa gente pensa que vai chegar? 

Espero por um milagre.

Que algo aconteça e repentinamente tudo isso mude de rumo.

Tá, sei que estou falando de uma utopia, mas ainda não cobram por nossos sonhos e nem por algumas perguntas.

Me digam por favor, O Aquário Quebrou?


segunda-feira, 14 de julho de 2014

Quais estrelas?

A brincadeira acabou.



Até houve festa, ao menos até a semi final.

Vibramos, nos reunimos nas casas, nos condomínios e nas festas de rua como se fossemos todos velhos amigos. Isso é comum quando todos tem o mesmo objetivo ou os mesmos anseios. 



E ansiávamos por mais uma estrela em nossas camisas de torcedores. Queríamos o hexa, mas os últimos jogos mostraram que era impossível já que outras seleções se mostraram mais empenhadas e preparadas.

E olha que as europeias e mesmo a sul americana sobrevivente tem seus países em uma fase extremamente complicada com desemprego e um verdadeiro sumiço do vil metal, mas eles tem algo admirável, sempre foram grandes lutadores quando o assunto é a defesa dos próprios interesses. São o país da saúde e da educação, nós nos intitulamos o país do futebol. Deixamos de ser, uma pena.



Mas, pena maior ainda é deixarmos de lado toda a nossa força de união e nosso direito a exigir que o país seja governado com planejamento e seriedade absolutos.

Não podemos continuar a dar ouvidos a discursos utópicos, a estórias de exceção de gente que se diz do povo mas que trabalhou por muito pouco tempo ou foi educada em escolas de elite e que portanto não sabem do que falam. Para saber o que fazer eles tem que nos ouvir.

Quando uma seleção de futebol perde, nos entristecemos e isso afeta nosso humor e nosso ânimo por alguns dias.

Quando um país perde, quando ele vive de discursos mentirosos e ações desastrosas isso afeta nossa vida, nosso desenvolvimento e especialmente nosso futuro.

O mundo está em uma crise sem precedentes. Muito parecida com os períodos de guerras mundiais. O Brasil, até as próximas eleições, provavelmente conseguirá manter a farsa de que por aqui está tudo bem. 

E depois? 



Será que quem esteve no poder na última década, esta  que nos trouxe ao atual estado de coisas onde no dia a dia nosso dinheiro acaba muito antes do que o mês, onde crianças nascem na recepção de hospitais e onde recém formados em universidades mal sabem ler e escrever, serão capazes de manter o conto da carochinha que vem nos contando?

 Dificilmente.

Por isso, peço a vocês que continuem a torcer e vibrar pelas estrelas que desejamos ver estampadas com orgulho.

 Mas não estou falando daquela 6ª estrela da camisa da seleção, mas daquelas 27 estampadas em nossa bandeira, que representam nossos estados e que sumirão uma a uma se nada fizermos por elas.



Que saibamos transferir para o desejo de uma nação que nos cause orgulho toda a energia que dispensamos ao futebol.

Vamos mudar Brasil! 


sexta-feira, 11 de julho de 2014

Carta aos Turistas






Prezados turistas,

Vocês que já foram embora ou vocês que ficaram, o que acharam do Brasil?

Pelo que a imprensa diz e pelo que eu mesma pude constatar, parece que gostaram bastante!

Nós também ficamos felizes com a presença de todos vocês.

Eu apenas gostaria de falar um pouco sobre nós. Afinal, por aqui nem tudo é festa e vocês podem levar uma imagem meio utópica de nosso país.


Se vocês estranharam a pouca intensidade de nossa torcida nos estádios, entendam que a maioria das pessoas que lá estavam não são habituados a assistir jogos de futebol. Eu explico: é que a dificuldade para comprar ingressos e o preço da maioria deles ou ainda dos deslocamentos necessários, não permitiu à maioria da população de classes sociais menos abastadas  participar.





Vocês devem, como nós, ter gostado dos estádios. Mas não se enganem, a gente ainda não sabe o que vai fazer com eles. Também não pensem que são uma amostra do país. Temos sérias deficiências estruturais como menos hospitais do que deveríamos ter, menos escolas, uma rede de abastecimento de água e esgoto menor do que precisamos e por aí vai. Aliás, alguns de vocês devem ter notado que temos muitas deficiências estruturais. O transporte é um bom exemplo. Vocês que estiveram em São Paulo e usaram o metrô e o trem, precisam saber que no dia a dia, eles transportam cerca de 8 pessoas por metro quadrado! Já imaginaram? É, é uma loucura e é muito estressante também. Mas a gente tem uma velha música que descreve bem nosso comportamento. A letra diz assim "a gente vai levando, a gente vai levando essa vida!".



Sabe, também temos sérios problemas de segurança urbana. Até achamos meio estranho que nada tenha acontecido. Ou será que aconteceu e esconderam de nós?  Também não pensem que aquele monte de policiais que vocês viram nas ruas estão sempre presentes! Isso foi só durante a copa.  



Quanto ao fato de nós não termos ganho a copa em nossa casa prefiro não dizer nada...

Estamos chateados sim, mas é que temos uma disputa muito mais importante para vencer daqui a 2 meses e meio. São as eleições para presidente, governadores, senadores e deputados federais. Perder nesta disputa seria terrível! Essas eleições vão definir nosso destino nos próximos anos e há muito o que pensar, muito mais ainda a evitar. A população brasileira não está feliz. Ela teme pela economia, pela saúde, pela educação, pela segurança e pelo emprego entre outras coisas.

A vocês parece estranho alguém dizer que nosso povo não está feliz, não é?

Isso é porque dificilmente quem não vive nossa rotina perceberia a tal tristeza, a apreensão.

É que somos mesmo um povo muito acolhedor, hospitaleiro, que sempre procura receber de braços abertos todos que vem até nós. mesmo que não saibamos falar seu idioma, que professemos fés diferentes ou esbarremos em qualquer diferença, sempre vamos nos esforçar para nos comunicarmos, para ajudar, para que aqui vocês se sintam bem.

Portanto, voltem em breve! Nosso país tem muitas belezas a mostrar. Muitos sorrisos a oferecer. E quem sabe a presença de vocês,faça  com que nossos governantes criem melhores condições de vida que se estendam a nós? Lucraríamos também!



Agora é desejar boa sorte aos finalistas e dizer a vocês: obrigada, e voltem sempre!





quarta-feira, 25 de junho de 2014

A COPA DO ESPANTO!




Ela já começou espantosa pelo simples fato de acontecer.

Acontecer fora de tempo, em meio a dificuldades, em ano com muito mais coisa para se pensar do que futebol.

Espantou pela abertura minguada e superficial. Como não espantar quando se entrega a apresentação de um país, de um povo, para alguém vindo de outro continente?

É um espanto por não ter sido atingida pelas promessas de manifestações que aconteceram sim, mas em menor intensidade e longe dos olhos da imprensa.

Aliás, é um espanto também que a imprensa só fale de futebol enquanto o país é assolado por catástrofes naturais e convenções partidárias....

Espanto pelas falhas básicas da toda poderosa FIFA. Que vexame! 

Falta de comida, contaminação de voluntários, invasão de estádio, imagens totalmente sem sentido...Dá próxima, deixa que a gente cuida.

E quer mais espanto do que dar adeus às poderosas Itália e Inglaterra? E ver a possibilidade de ter a Costa Rica na final?

Também foi um espanto imensurável descobrirmos que é necessário distribuir vacinas anti- rábica aos que enfrentarem o Uruguai, aqueles, que tiveram que comer doce de leite mineiro.

Os turistas que invadiram o país trouxeram muita alegria, muita festa e estão levando para casa muita simpatia pelo brasileiro. Mas isso não é um espanto, é a única coisa de que tínhamos certeza. Sempre fomos hospitaleiros e tolerantes.


Agora é aguardar, para assistir aos próximos passos.

E haja coração para tanto espanto! 

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Copa 2014

Não dá pra não falar

Meus comentários no Twitter e no Facebook sobre a abertura da Copa tiveram a concordância da maioria. Porém, a minoria contrária foi muito intensa.

O trabalho da apresentação não ficou feio, tava bem bonito, mas totalmente em desacordo com o tamanho do evento!

Como já disse, qualquer festa junina ou de final de ano de escolas comuns faz apresentações mais interessantes! Se dessem o trabalho pro pessoal de escolas de samba então, o resultado seria infinitamente melhor.

Não sei por quanto tempo a coreógrafa belga pesquisou a nossa essência. Só sei que ela "pescou" pouco.

Mas também, como podem querer que gringo de qualquer origem entenda o povo brasileiro se nem nós o conseguimos!! Só podia dar no que deu.

Se você tem mais de 7 anos, com certeza se lembra mesmo que vagamente da abertura de outras copas. Foram eventos grandiosos, empolgantes, deslumbrantes mesmo. 

A questão é que a abertura de um evento como este, deve pretender apresentar o anfitrião ao resto do mundo de forma encantadora. Não foi o que vimos. Eu mesma fiquei ali, sentada na frente da TV esperando ansiosa pelas surpresas que viriam, pelo momento especial que empolgaria a todos. Não aconteceu.

Dizem que a apresentação da música da copa pelos 3 intérpretes agradou muito. Não gostei não. A começar pela música que não empolgou.

Restaria aos dirigentes da FIFA e do país, darem as boas vindas aos visitantes. Sem comentários.





Tenho visto nas redes sociais, todo mundo creditando as inadequações à FIFA. Dizem que foi ela que contratou os produtores, que não queria muita gente no gramado, etc.

Entre todas as "acusações" está a de que foi a FIFA que cortou da apresentação, a exibição do chute inicial dado pelo rapaz usando o exoesqueleto desenvolvido pela equipe de Miguel Nicolelis. IMPERDOÁVEL.

Mas tem uma coisa. Um único detalhe da abertura da Copa que valeu a pena e que foi lindo demais: a alegria dos participantes. O sorriso daqueles jovens acrobatas, bailarinos, músicos, orgulhosos de estarem ali mostrando cada um uma parte do Brasil ao resto do mundo.A eles nossos aplausos.

Faltou ziriguidum.

Vamos ver como levaremos nossa imagem ao mundo daqui até 12 de Julho.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Não se enganem!



Não se enganem!

Eu não vou boicotar meu "brazilian way of life"!

Vou torcer pela seleção sim, como sempre fiz e como as fotos aí podem comprovar.

Mas pela primeira vez na vida de torcedora fanática por copa do mundo, não sinto aquela expectativa nem aquela alegria meio idiota e sem sentido de outras vezes.

É que não dá para ser a favor da realização de grandes eventos como a copa e as olimpíadas em um país que carece de tudo, de saúde à educação, de segurança à habitação.

Em um país onde trabalha-se 5, 6 meses apenas para pagar impostos que não trazem os benefícios correspondentes.

Um país onde gente inteligente e bem informada tem a cara de pau de ir pras redes defender um sistema de saúde que alguém que foi obrigado a usar sabe que não funciona.

Onde a imprensa nos trata como imbecis, propagando ideias sem o menor cabimento.

Onde o povo é tão desinformado de seus direitos e de seu valor que poucas são as categorias que se mobilizam em manifestações pró valorização. O resto tem medo, muito medo.

E gente frustrada fica amarga mesmo né?

Sim! Estou tremendamente frustrada pelo fato de que em meu meio século de vida e muito trabalho, não alcancei uma condição suficiente para assistir à Copa do Mundo em meu próprio país! 

Nesses anos, vi amigos e familiares saírem do Brasil para trabalharem funções aquém de seu potencial  e com isso construir um pé de meia suficiente para virem hoje ao Brasil acompanhar os jogos.

 É que lá fora, mesmo sem salários milionários é possível guardar dinheiro. Ao menos era, afinal, tá tudo de ponta cabeça

Mas, ainda há casos como o da Suíça onde o salário mínimo é de 10 mil reais. 

Furiosa também por assistir as  determinações da FIFA . Como dinheiro determina tudo não?

E também enlouquecida por ver as matérias que saem no exterior, que na verdade tem mostrado a realidade. Mas sabe como é... nós podemos falar, eles não.



Agora só nos resta torcer.

Pelo nosso futebol.

Por nossa tão inconsistente capacidade de oferecer atendimento à saúde, segurança e até meros e corriqueiros serviços aos turistas que aqui vierem.

Pelo bom senso e pelo equilíbrio dos governos em relação às manifestações que vão sim acontecer.

Para que extremistas mundo a fora continuem a nos ignorar como sempre fizeram e nada de grave aconteça.

Para que mesmo com tanto circo à disposição não fiquemos distraídos ao ponto de deixar acontecer, na surdina ou sob ruído alto dos apitos e pandeiros, desmandos que nos diminuam o pão, já tão escasso.

Torcer ainda, para que a maioria da população não se deixe contaminar pela vitória ou pela derrota da seleção. Isso é futebol, política é outra coisa, baseada em outros fatos não relacionados ao rolar de uma bola de nome esquisitíssimo.

Haja energia para tanta torcida.

Faltam poucos dias.

Aguardemos.