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segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Princesas e Revólveres

Hoje foi dia.



Logo pela manhã, li um texto de uma conhecida psicanalista e escritora onde mais uma vez se discutia o efeito nocivo dos contos de fada sobre as mulheres.

Mais tarde, vejo uma matéria de uma Lei que proíbe o uso de qualquer arma de brinquedo.

Discordo das duas posturas e por uma simples razão. A observação da história das gerações anteriores prova que nenhuma das duas coisas por si mesma é capaz de trazer malefícios.

Armas de "mentirinha" foram os brinquedos favoritos das crianças, meninos em especial, durante séculos e sempre de acordo com o desenvolvimento de sua época. Começaram com as espadas, as facas, os revólveres, as metralhadoras, etc.  E isso não interferiu em nada em sua personalidade. Ninguém virou bandido ou policial por causa disso.

Contos de fadas são ilhas de encantamento e de demonstração de algo muito real, a luta do bem contra o mal, onde em geral mostram a união de um casal pelo amor capaz de derrubar qualquer obstáculo. Se os homens são os "heróis " dessas estórias e as mulheres as "vítimas" a serem salvas isso não é motivo para tanta gritaria. Afinal, sejamos realistas, há motivos concretos para essa visão dos fatos. Mulheres são mais delicadas, homens mais fortes. Eles também sempre foram mais objetivos e estrategistas. E essas estórias foram escritas há séculos! No seu contexto social!

Dizer que armas de brinquedo  deformam a personalidade de alguém é negar os milhões de meninos que se divertiram com suas armas e que se transformaram em homens dedicados à paz e é justificar a marginalização dos jovens nas últimas 3, 4 décadas por um motivo raso, longe da realidade.


Rebelar-se contra a beleza e o lirismo dos contos de fada dizendo que transformam as mulheres em seres de 2ª categoria, fragilizados e incapazes é negar a história do movimento feminista ou a existência das princesas (nobres reais) de hoje em dia com postura bem diferente do ditado pelas estórias infantis. Ou alguém imagina que as feministas dos anos 60 e 70 ou as princesas e imperatrizes executivas de hoje não os leram?

Isso me lembra a tentativa de enquadrarem Monteiro Lobato ou Mark Twain no crime de racismo.

Isso, para mim, é mais uma "gracinha" da trupe do politicamente correto. 

Tenham cuidado ao ouvir essas críticas. O buraco é mais embaixo! 

A violência de hoje é fruto de nosso descuido com a educação e com o respeito ao próximo, a busca indiscriminada do lucro acima de tudo e a confusão feita entre os termos autoridade e autoritarismo.

Quanto às mulheres princesas que estão por aí, são resultado da valorização da beleza e do ter no lugar de ser. Se é que leram contos de fadas, só prestaram atenção aos vestidos e às jóias das personagens e não em seus corações.

Além disso, temos Merkels, Tatcheres, Indiras e Dilmas aos montes que leram TODOS os contos de fada e estão aí para desmentir essa ladainha.

Obrigada. 

  

domingo, 22 de setembro de 2013

Não sou pátria de chuteiras



Não sou pátria de chuteiras.
Sou pátria mascarada desmascarada quando a técnica legítima do uso da Lei mostra o quanto a multidão grita para o nada.
Sou pátria sem liderança que aceita qualquer comando e vai às ruas por 0,20 mas não pelos milhões furtados todos os dias.
Sou pátria mentirosa que se faz brilhar em estatísticas mas que é pega na ignorância e na pobreza dependente da população. 
Sou pátria incompetente onde as maiores fortunas são geridas por quem não conhece regras básicas de administração.
Sou pátria inacessível e intransitável onde quem projeta me pensa em uma Limusine, uma Ferrari ou em um Camaro amarelo.
Sou pátria sem dinheiro que escala os ônibus de degraus altíssimos para chegar todos os dias ao mínimo salário oferecido.
Sou a pátria do mínimo que sustenta o caviar e o foie gras dos que me representam.
Sou pátria dos que a muitos sustentam, orientam e cuidam mas onde a saúde  deixa morrer em seus corredores e filas enquanto oferece a  devolução da vida  aos que muitos preferiam mortos.
Sou pátria da diversidade cultural vista pelo mundo como futebol, praia e carnaval.
Sou pátria espionada que se assusta com as informações a oferecer.
Sou pátria que ouve, vê e sente, mas é resiliente e vai levando a bola até o gol por laterais, por altos e baixos e tem a certeza que sobreviverá. Sobreviverá, dificilmente viverá.
Sou pátria onde a terra seca não foi nem umedecida por quem sabe o que é viver assim.
Sou a pátria dos desabamentos e enchentes recorrentes alimentadas pelos desvios de atenção e doações.
Sou pátria que recorre a diversos deuses já que nos homens jamais pode confiar.
Mas tenham certeza, jamais serei pátria de chuteiras sem cravos, e se uma hora acordar eles podem pisar,na sua soberba, na sua certeza de que os anos de alienação forçada nos calaram para sempre. 
Sou pátria de chinelos que já não posso comprar, de botas e coturnos, de tênis e sapatos chineses.
Sou pátria uniformizada e espremida com roupas medidas em coreanos.
Não sou pátria de chuteiras.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013





  1. Motos, motoqueiros, motociclistas e preconceitos. Taí algo que pelo jeito nunca vai mudar. Há preconceito inclusive entre eles...



    Motivos? Oras! Os mesmos de sempre. Em geral há uma diferença de classe social, por exemplo.
    Mas, quero dar um toque para que todos pensem sobre o nariz torto que a sociedade dirige aos dois grupos que estão sobre essas máquinas.
    Eu, sempre fui louca por motos, embora depois de ter os filhos nunca mais tenha chegado perto de uma. Elas são perigosas sim, e como diz um famoso apresentador de TV foram feitas para cair e um dia vencem!
    Quanto aos motoqueiros, aqueles caras que tem na moto seu modo de vida, seu ganha pão, por culpa de alguns, todos pagam pela fama de malucos, irresponsáveis no trânsito e outras coisas do tipo. Dos motociclistas, há quem diga que são “bon vivants”, ainda há quem pense que sempre estão ligados à marginalidade ou milionários sem ter o que fazer...
    Bobagem, como sempre, preconceitos são apenas isso: pré-conceitos, aquilo que praticamos ao falar de algo sem conhecer. Conheço muito motoqueiro hiper responsável, gente boa demais e muitos motociclistas que levam vidas inimaginavelmente “certinhas” para o que pintam deles.
    Qual o ponto em que a presença dessas turmas desloca nas pessoas?
    Na minha opinião o principal é a “inveja” da liberdade que a moto representa. Tanto a real quanto a cultivada pelo cinema.
    Quanto à vocês motoqueiros e motociclistas, pensem bem, vocês podem ter muito o que aprender uns com os outros!
    E vocês? O que tem a dizer?