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quarta-feira, 10 de abril de 2013

CF 1 - Água Mole em Pedra Dura





Água mole em pedra dura tanto bate até que fura diz o velho ditado.
Talvez tenha chegado a hora de considerarmos essas sabedorias populares no que diz respeito às nossas leis.
Não é possível que continuemos a assistir a vitória da violência sobre a ordem pública e social.
Existem inúmeros pontos onde em minha  opinião as leis do país já não fazem sentido.
A própria Constituição Federal precisa ser substituída. Muito pouco de seu texto vem sendo cumprido e o que vem só nos traz prejuízos.
O Código Penal então sofre de todas as demências senis possíveis e imagináveis.
Hoje, a imprensa deu visibilidade a mais um crime absurdo em São Paulo. Não que eles não ocorram diariamente, só que este caso apareceu na TV.
Um menino, universitário e trabalhador foi morto covardemente por uma besta de 17 anos.
Já sabemos o resultado certo? Nada vai acontecer além de uma temporada de um ano (tempo em que fará 18 anos) as custas do Estado.
Embora a maioridade penal seja um direito fundamental individual, ou seja, uma daquelas "clausulas pétreas" portanto imutáveis na CF, temos que considerar que segundo a mesma legislação, aos 16 o sujeito pode votar.
Eu faria mais (Dizem q Deus sabe o que faz, provavelmente por isto ele não me deu poder algum). abaixaria a idade penal para 14 anos e com a certeza de que em 10 anos nova alteração (pra baixo) seria necessária.


Hoje, um jovem de 14 anos sabe muito bem o que está fazendo. Ele tem muito mais informação, portanto sabe distinguir o certo do errado, o possível do impossível, o moral e o imoral, o ético e o não ético.

Basta observar as conversas deles por aí. A gente fica espantada!
Discorrem com perfeito raciocínio sobre todos os assuntos pontuais do país e da vida, embora limitados por um vocabulário primário e inflamados pelos impulsos juvenis.
Ma este impulso também poderia ser moderado como era antigamente pelos pais, pela sociedade e pelas autoridades.
A certeza da impunidade, a lentidão da justiça e a cada vez mais aparente ineficiência das polícias estão tornando nossas vidas insuportáveis.
O caso de hoje não aconteceu em um bairro periférico e pobre... nem em um local isolado como eram comuns os crimes de antigamente.
Foi ali, no meio de uma rua asfaltada, próxima ao metrô em um bairro central e até muito pouco tempo tranquilo e quase bucólico.
Precisamos decifrar todos os porquês, já que isto parece uma necessidade neurótica de muitos teóricos.
Mas convenhamos, todos conhecemos as causas.
É preciso uma força conjunta da sociedade para intervirmos em cada um dos aspectos que nos levaram a atual situação.
Porém, não da mais para esperar os resultados disto que seriam demorados e graduais.
No momento, a situação é emergencial.
Lamento, mas cabe ao poder público honrar seus altos salários, seu status poderoso e seus mecanismos legais de atuação e... agir.


Dá trabalho? Dá.
Causa polêmicas? Causa.
Mas autoridades existem para mandar e ponto. Pelo menos em situações calamitosas como as que estamos vivendo!
Falar em democracia na hora de legislar ou agir perante os ditames da lei, só faz sentido quando você tem certeza de que a sociedade prima pela ética, repudia a corrupção e cumpre todos os seus deveres.
Este seria o caminho para desfrutarmos de todos os nossos direitos.
Porém, enquanto agirmos como primatas enlouquecidos teremos que implorar a ação firme e eficiente dos instrumentos legais. 
Mas, instrumentos eficazes.
Nossa Constituição e nosso Código Penal já não o são.
Constituinte já! 


terça-feira, 2 de abril de 2013

Decepções







Pois é...

Publicar artigos tem vantagens e desvantagens.

As desvantagens estão sendo demonstradas com o patrulhamento de blogs por aí.

As vantagens se relacionam a tornar nossas opiniões eternas e nos permitir revê-las descobrindo o quanto somos crédulos...

Passeando pelo site do Konvênios ( http://www.konvenios.com.br/Index.aspx ) encontrei um artigo meu, publicado em 29/10/11, intitulado Implantação de Sistemas de Gestão por Processo em Organizações Públicas.

Naquela época, já estávamos há 2 anos em um processo de adaptação das rotinas de trabalho à Norma ISO 9001.

Foi um período de muito trabalho, inúmeros treinamentos aos servidores, uma luta diária na quebra de preconceitos e temores infundados dos servidores.

Nossa maior batalha com certeza foi levar o conhecimento de práticas de gestão padronizadas a uma força de trabalho desacostumada com termos e ideias organizacionais ainda mais comuns na iniciativa privada.

Aproximar a execução de serviços públicos do estilo privado causa temores de que isso se estenda a outras características únicas do funcionalismo, especialmente aquelas relacionadas a estabilidade e formas de ascenção profissional.

Por outro lado, nos traz instrumentos mais que perfeitos para garantir uniformidade no atendimento e garantia de conquistas trabalhistas. Mas, infelizmente, a maior parte dos funcionários não percebe e pior, não acredita nisto.

Um dos maiores problemas do serviço público para levar adiante projetos de longo prazo é o processo eleitoral. A cada mudança de governo, tudo muda junto, planos são abandonados, modificados, enfim, interrompidos mesmo que temporariamente o que causa uma queda na motivação e na dedicação a sua execução.

Com tantos anos de serviço público, é óbvio que sou pessimista quanto a isto. Já vi acontecer muitas vezes.
Por outro lado, ainda mantinha um otimismo crônico que me levava a uma dedicação intensa a este processo.

Todos sabem que programas de mudanças estratégicas dependem de uma visão sistêmica do processo e do envolvimento de todos os atores do projeto.

Lamentavelmente, por aqui, o processo foi interrompido com a nova gestão. Eu não esperava isso já que o nosso novo prefeito é um catedrático, jovem e dinâmico. Mas, aconteceu. Ainda é cedo para sabermos o que vem pela frente. Mas lamento pela perda de um trabalho de tanta dedicação de tanta gente.

O artigo de que falei é este: 


Publicado em 29/10/2011

Mudanças causam stress.
Mudanças no ambiente de trabalho causam stress maior ainda.
Imaginem em organizações públicas, onde a estabilidade e os procedimentos padronizados pela legislação sempre foram inquestionáveis!
Mas não há mais volta.
As organizações públicas estão convivendo com um furacão de mudanças desde 2005 com a instituição do GESPÚBLICA .
Conceitos baseados em planejamento estratégico, gerenciamento de processos e desenvolvimento de pessoal, vem sendo adotados e com certeza vão mudar “ a cara” do serviço público, diminuindo sua tendência burocrática estagnante.
A alegações contra a aplicação desses conceitos partem do princípio de que a legislação causa entraves a algumas ações. Pode ser, mas a mudança também inclui alterações na legislação.
Outra dúvida é sobre a adaptação dos servidores públicos aos novos conceitos.
Mas isso é questão de informação e tempo, afinal, ninguém pode ser contrário à melhoria nas rotinas de trabalho e à definição de tarefas.
Entre todas as mudanças, em minha opinião, a mais urgente é criar mecanismos que garantam benefícios e melhorias de toda ordem com base na meritocracia.
E meritocracia aplicada a funcionários de carreira.
Esta medida reduziria em muito os gastos públicos com folha de pagamento e estimularia os servidores a dedicar-se ao auto desenvolvimento.

Patrícia Maria Mendonça