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sábado, 27 de dezembro de 2014

2014 foi o fim?


Que ano!

Difícil de passar.

Aliás, demorou foi prá começar. Sabíamos que seria assim.

Deixando de lado a tradição brasileira em que o ano começa após o carnaval, neste ano teríamos que esperar ainda pela copa do mundo e pelas eleições.

Em resumo, foi um ano de um mês e pouco...

E o resultado será mais claramente visto nos primeiros anos de 2015.

Foi um ano em que a loucura da humanidade foi sedimentada em ameaças de invasão motivadas por um mero filme, de ataques a aviões de passageiros, em um ensaio sério de uma nova guerra fria e em cabeças decepadas ao vivo e à cores.

Foi um ano em que a diplomacia foi exercida por quem deveria cuidar das almas e onde os que deveriam cuidar delas atuaram em políticas catastróficas.

A queda de popularidade foi resolvida oferecendo vantagens a imigrantes clandestinos ou retomando relações com excluídos enquanto ficou-se em alerta contra antipatias diversas.

O terrorismo foi manchete diária e nos perguntamos em que ponto de uma possível evolução estamos.

Ao menos algumas evoluções tecnológicas trouxeram esperanças, mas fica o medo, a incerteza sobre que tipo de uso faremos delas.

Nos tornamos uma raça pouco confiável.

Celeiros de grandes nomes de muitas ciências veem atos de guerra vindos de seu povo e de seu governo, colocam o resto do mundo em uma tremenda saia justa onde é impossível tomar partido. 

A natureza quase confirmou a profecia poética transformando o mar em sertão e o sertão em mar.

Estão todos alucinados.

Alucinada também esteve a natureza no ano em que se faz lembrar uma década do Tsunami arrasador.

Tivemos um número inacreditável de mortes entre gente essencial em sua área. Foram atores, escritores, cantores, cientistas...
  
Morreu também uma grande parte da famosa esperança brasileira. Ao menos 50% dela em alguns casos ou 100 % dela diante de um memorável e estarrecedor 7 X 1.

Vemos assassinada a cada dia nossa confiança diante dos intermináveis casos de corrupção e impunidade. 

Também nos cansamos de assistir à queda ininterrupta dos índices de progresso divulgados.

Cai tudo: emprego, qualidade na saúde, o nível das represas, o volume das vendas até no Natal, o crédito, a pontuação na educação.

Só não diminui a capacidade de mentir e enganar e a ignorância de uns que traz prejuízo a todos.

2014 foi o fim?

Creio que sim. O fim de uma forma de olhar os fatos. 

Como a vida vem em ondas, precisamos repensar as novas investidas. Quem sabe seguir o "método Medina" de manter a calma e surfar por ondas ruins ou indiferentes enquanto a melhor não chega.

Vamos lá 2015! Mostre ao que veio que a gente vê o que faz.   
   

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Golpe Militar





Hoje sai o relatório da Comissão da Verdade.

Quem tem mais de 40 nem precisa ler o relatório para saber que ele é estarrecedor.

Sabemos que para muitos vai parecer coisa de filme de terror, mas sabemos também que não é.

Há um grupo por aí gritando em altos brados que quer um golpe militar, a volta da antiga ditadura. E esse grupo, por ser um tanto quanto eloquente acaba arregimentando desavisados.

Há ainda os que não querem a ditadura, mas pensam que talvez um timão nas mãos dos militares possa reconduzir a nau.

Por outro lado, há um número gigantesco de gente ridicularizando e rejeitando com muita força os que acham que pensam assim.

Mas muitos sabem que não é nada disso! Inclusive entre os que seriam prejudicados diante de uma provável vitória dos partidários de um hipotético golpe.

O que as pessoas querem é outra coisa, e aqui excluo os defensores reais do golpe militar. Falo dos que ouvem e seguem sem pensar.

O que esses fazem é seguir a onda (viram o filme? se não, vejam!).

E o fazem por não vislumbrarem alternativas.

E não as vislumbram porque a educação que receberam foi tão precária que além de não fornecer informação suficiente também não desenvolveu sua capacidade de raciocínio, o que os impede de ter uma opinião própria mais segura e clara.

O que o brasileiro quer, ao menos metade da população é ter, por um lado, partes boas do período militar como a educação pública de qualidade, a segurança nas ruas e um certo norte em relação a princípios morais e de comportamento.

Conheço muitos pais que adorariam ver a volta da prisão por "vadiagem", ao menos seria uma forma de quem sabe, manter em casa filhos de 15, 16 anos que insistem em frequentar lugares pouco recomendáveis.

O brasileiro já vinha se "acertando" com a democracia. Gostamos do regime que adotamos com seus benefícios, com seu cheiro de liberdade, de livre pensamento, de possibilidade de expressão e de cumprimento de leis e direitos e deveres.

Mas de repente (nem tão de repente assim). o povo (uma parte dele) se dá conta de que por mais que cumpra seus deveres não vem recebendo direitos.

Vê também que as leis são descumpridas ou mal aplicadas, além de continuarem sendo diferentes para uns e outros.

Vê ainda que o que se diz em campanha eleitoral não se faz. Tá, sempre foi assim, mas não em tamanha proporção.

Dia após dia, a cortina cai e as mentiras, os maus resultados e as falcatruas aparecem brilhantes diante dos olhos de todos.

O novo velho-governo ainda não iniciou sua gestão e já pudemos ver que muito vinha sendo ocultado. A partir do início do ano isso vai piorar. E muito.

Só como exemplo, as ações de nossa empresa mais importante a Petrobras nunca tiveram um valor tão baixo e o dólar há muito não chegava onde está. Além disso, teremos que pagar , em dólar claro, os prejuízos causados a investidores norte americanos que um dia compraram ações da Petrobrás....

Vemos professores e profissionais de saúde com salários atrasados, a violência nas ruas piorando a cada dia, a saúde ladeira abaixo, o país em primeiro lugar no crescimento da AIDS, o 69º lugar entre os países mais corruptos (os primeiros são ditaduras africanas e orientais ou latinas)e por aí vai.

Vocês que andam pedindo pela ditadura, parem e pensem antes de continuar.

Vocês que ridicularizam os partidários de um golpe, pensem e reflitam se é de chacotas que precisamos.

O que o brasileiro quer é a democracia sim, mas com qualidade de vida e decência, principalmente aquela que emana do poder público.

Não é mais possível perder tempo com discussões intermináveis. Quem está no poder tem que começar a reconstruir o país antes que seja tarde demais, antes que de país do futuro nos transformemos em país do passado.

E quem está no poder, apesar de tudo, é o povo.

O problema maior é que "moldaram" em alguns anos, um povo frágil e facilmente distraído com um bom e eficiente trabalho de marketing. 

Mas tenho fé de que ainda existam aqueles capazes de olhar em volta e descobrir por onde começar.

Golpe Militar? 

Não, nem os próprios querem.