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domingo, 31 de janeiro de 2010

Desaparecidos

Os mais velhos se lembram com certeza do "caso Carlinhos" , garoto desaparecido nos anos 70 no Rio e que nunca foi encontrado.

Todos já ouviram falar do grupo "Mães da Sé" que reunidas procuram por familiares desaparecidos.

Mas quantos de nós, param prá pensar na angústia dos familiares que da noite para o dia perdem pais, mães, irmãos, filhos, entes queridos?

As hipóteses para desaparecimentos são muitas. Há os casos de morte acidental ou por homicídio que por dificuldade de identificação acabam por não serem solucionados. São muito frequentes os casos de criaças e adolescentes que fogem de suas casas por razões ligadas ao conflito e a violência familiar. Há os sequestros com finalidades ligadas ao tráfico internacional de drogas , de pessoas e de orgãos. Pessoas com deficiência mental, demências senis e com dificuldades de memória ou comunicação. Todos de difícil solução, com os meios utilizados hoje.

Quem sabe, se citarmos os números, as pessoas compreendam a dimensão da coisa e passem a cobrar providências mais eficazes das autoridades e de todos aqueles que lidam com pessoas que estejam dentro do "perfil" de desaparecidos. Então vamos lá: são 50mil/ano só entre crianças e adolescentes, 18 mil só em São Paulo. Os dados são imprecisos por não existirem instrumentos padronizados no país para medi-los.

As dificuldades de solução poderiam ser diminuídas com a criação de bancos de dados nacionais com fotos, descrição de DNA, investimentos altos mas necessários, imprescindíveis. Bem mais importantes do que propaganda governamental....

As redes sociais da Net, também devem ser usadas para divulgação dos fatos assim que eles acontecem, para que as chances de localização aumentem....

Quando falo em profissionais que possam detectar um desaparecido, falo por exemplo de Assistentes Sociais e cuidadores que agem em albergues. Digo isso porque há cerca de 3 anos ouvi um relato incrível! Um senhor, usuário antigo do sistema de albergues em São Paulo, sempre fazia referências a uma filha advogada, isso, por anos. Nunca fizeram perguntas à ele, entrava por um ouvido e saia pelo outro. Em uma dessas vezes,em que repetia o comentário com a mesma Assistente Social com quem ele dizia que a tal filha se parecia, finalmente foi ouvido. Esta profissional fez perguntas simples, qual o nome da filha, onde ela vivia, ao que o tal senhor respondeu. Ela decidiu entrar no site do clube de advogados da capital do estado de origem do albergado, e surpreendeu-se ao encontrar lá, o nome da tal filha, agora juíza! Não teve dúvidas, contatou a moça, descobriu que o pai havia sumido há 15 anos, após a separação, quando desequilibrado incendiou o apartamento da família e "enlouqueceu" imaginando que havia matado a todos. O homem foi resgatado pela família, não sem algumas discussões antes. Mas, um caso solucionado com uma atitude simples e que deveria ser adotada por todos: atenção, interesse e ação.

Agora no mes de Janeiro, em Luiziânia, cidade próxima a..... Brasília(!) 6 jovens sem antecedentes criminais desapareceram. Vão ser encontrados? Espero que sim. São rapazes que poderiam ser nossos filhos.

De qualquer forma o são. São filhos do Brasil!!!!!

4 comentários:

  1. Parabéns. um assunto q nunca deve ser esquecido.

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  2. Seu texto me fez lembrar da menina ARACÉLI, desaparecida em Vitória - ES, há mais de 30 anos, virou até livro. Nunca houve uma resposta para o caso. Parabéns. Como sempre voce é brilhante.

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  3. Nunca mais me esqueci do Guilherme, um menino desaparecido em Curitiba acho que aos 6 anos de idade. Na época, eu tinha a mesma idade...e aquilo me marcou muito. Passei anos perguntando pra todo mundo se ele tinha sido encontrado... Uma vez até me emocionei muito qdo vi na tv que haviam encontrado um garoto tb Guilherme em Curitiba...mas não era ele. Mas casos assim devem ser lembrados todos os dias. As pessoas não podem simplesmente desaparecer... Caso Priscila Bellfort, por ex. Nenhuma resposta praquela mãe?? Nunca??

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