Ter voltado a atender e ter escrito o post anterior, trouxe de volta a vontade de relembrar experiências profissionais, que havia deixado de lado, engolidas pelo dia a dia estafante.
Não sei dizer se vão despertar o interesse das pessoas, mas, quando "baixa o escrivinhador" não tem jeito.
Reencontrei um executivo que atendi no final dos anos 90 e que havia sido transferido para a Suiça. E ele comentou estupefado, que eu tinha razão quando naquela época disse à ele que não dispensasse seus contatos brasileiros durante a sua ausência. Não me ouviu na época e hoje, apesar das experiências adquiridas, vem tendo dificuldades em conseguir uma colocação à altura de sua experiência.... Pois é.
Em meados dos anos 90, empolgada com o suceesso que obtinha com a técnica de psicoterapia breve, aquela que trata um problema específico, pontual, passei a acompanhar carreiras em ascenção. É o que chamam hoje de Coaching.
É um universo fantástico. Hoje é muito comum que esta função seja exercida por Administradores de Empresas e até Economistas, embora o foco do processo seja o gerenciamento do comportamento coorporativo. Não estou dizendo que profissionais desta área não possam fazê-lo. É óbvio que os mais experientes podem dar o mapa da mina sobre crescimento profissional
Mas, ainda vejo o assunto como um "ramo" da gestão de pessoas, e considero a área, mais adequada aos psicólogos. O conhecimento da dinâmica da personalidade humana nos dá uma visão absoluta dos relacionamentos, inclusive do coorporativo. Os executivos e mais ainda os profissionais liberais em funções organizacionais (como médicos e advogados), muitas vezes esquecem que tudo, absolutamente tudo se resume em tornarem-se, antes de mais nada, pessoas.
Hoje a maioria já reconhece que nem sempre o chefe é o líder. Liderança, é uma característica pessoal, que embora possa ser desenvolvida, é mais potente em quem já vem com ela "de fábrica". Se não fosse assim, não teríamos pessoas sem formação acadêmica galgando altos postos por aí.
A característica principal dos líderes é a capacidade de pedir ao invés de ordenar, e transformar seus pedidos em ordens incontestáveis. E não é fácil para quem busca crescimento profissional perceber isso, acreditem! O excesso de competição, as atribulações diárias, faz com que muitos passem a vida se debatendo em suas ações sem perceber a imagem que transmitem aos outros.
Há uma tendência atual também em "espiritualizar" o ambiente de trabalho. Acho isso ótimo, mas é tão básico, não deveria ser sempre assim, com naturalidade. Onde foi que ditaram que no trabalho não devemos ser pessoas????
O que mais me incomoda, é que essas mudanças passem a ser observadas apenas quando se transformam em moda onde? Nos EUA.... Meu Deus, será que nem a crise de 2009 não nos mostra que eles não sabem tudo? Já não cometeram erros suficientes para que desconfiemos?
O "coach" brasileiro, tem que ter características próprias, tem que ter conhecimento profundo de nossas características culturais, de nosso mercado, de nossas tendências.
Prá quem não sabe, gostaria de dizer, que o método de acompanhamento vale prá todo tipo de profissional, dos níveis mais básicos aos mais altos executivos. A diferença é que os últimos tem mais acesso à informação e dinheiro, por isso buscam mais ajuda.
Fiz este trabalho por muito tempo com professores de escolas infantis. Os resultados são fabulosos, mas não vejo professores hoje, buscando este tipo de ajuda.
Acordem pessoas, o país precisa crescer estruturalmente, e isso começa pela sua gente. Nem todos nascemos com o carisma e a sorte de Lulas e Silvios Santos.
Nós, Psicólogos, estamos aqui. Sedentos de exercer nosso ofício e dividir nossas experiências Psi.
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