Enter your email address:

Delivered by FeedBurner

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Drogas e Responsabilidade

Hoje no Twitter, foi publicada a fala do Vereador Floriano Pesaro no plenário da Câmara Municipal  de São Paulo sobre drogadição.
Me fez pensar a respeito deste assunto do qual falamos, falamos, ouvimos, mas.... não vemos melhorias concretas.
Fica sempre a tênue linha que coloca a situação entre duas possíveis interpretações: é um caso de segurança pública ou de saúde pública?
Acredito que pertence às duas áreas.
E só conseguiremos nos livrar do problema quando as duas áreas resolverem trabalhar juntas.
Especialmente após o "advento" do crack, que começou em São Paulo mas já se espalhou para outros estados, a coisa ficou completamente fora de controle.
As cenas que vemos na região central de S.P. a famigerada cracolândia, são assustadoras. O local é repleto de verdadeiros zumbis que circulam pela região consumindo pedras e mais pedras da droga.
Sabe-se que o crack a princípio visava o consumidor de renda inferior, sem recursos para o consumo de cocaína, da qual é um subproduto. Porém, está mais do que provado que chegou às classes mais abastadas. E por um motivo simples. Qualquer tipo de droga, conta com o fator curiosidade como ponto de partida.Assim, consumidores de outras drogas (menos devastadoras ou ao menos mais lentas), devem ter tomado a bela decisão de experimentar. O problema é que ocrack vicia de forma muito rápida, muitas vezes em dois, três episódios de consumo.
Do ponto de vista da saúde, a responsabilidade começa nas famílias, passa pela escola e ancora no poder público, que tem a obrigação de intervir de forma eficiente. Falo de atuação por parte de municípios, estados e federação. Se não estiverem unidos nada vai acontecer.
O que existe hoje, passa muito longe do ideal. Não existem profissionais de saúde suficientes com experiência específica no assunto nas unidades públicas, que aliás são em menor número do que o necessário.
Falta um maior investimento financeiro.
Falta investir em pesquisa, em pessoal, em medicamentos, em terapias. Falta também rever as condições de internação. O movimento anti manicomial, que tem seus motivos e méritos, não deveria ser considerado nesses casos. O dependente dificilmente é voluntário. Quando chega a isso (se não morre antes), já destruiu a si mesmo, à família e muitas vezes sua comunidade, arrastando outros para o buraco.
Existem alguns projetos desenvolvidos paralelamente ou em parceria com o poder público. Mas são incapazes de atender à demanda e não são de conhecimento público. Falta divulgação.
Pelo lado da questão segurança, polícia, justiça e legisladores, tem que sentar para falar do assunto.
O viciado é um transgressor legal. O traficante é um criminoso que em geral é inteligente o suficiente para não usar o produto que comercializa.
A polícia não pode agir pq a justiça não permitiria e muito menos as organizações do tipo defesa de direitos humanos. Pois é, dá-se o direito de liberdade aos envolvidos no drama e cria-se um drama para o cidadão obediente e mais saudável . Aumenta-se a prática de outros crimes para se manter o cconsumo. E aí? como é que faz? Ficamos discutindo o sexo dos anjos e SE um dia chegarmos a uma conclusão conjunta agimos? Olha, não vai dar. Até lá, isso vira um hospício, um purgatório, o fim do mundo.
E não acredito na ideia de dizer ao jovem (ainda sem vícios) que droga é ruim. Não sejamos cínicos. Não é ruim. Causa malefícios... Que o digam os que  dizem que usam álcool, cigarro e maconha "socialmente".
Eu mesma sou fumante inveterada. Não bebo graças aos deuses. Por enquanto o cigarro não é ilícito. Costumo dizer que se passar a ser, vou subir morro e frequentar o submundo do tráfico! Como o craqueiro, não tenho vontade nem força para parar apesar de conhecer os riscos. Agora, o cigarro, não é uma droga que altere drasticamente minha consciência. O Álcool e as outras são. Se eu (nós) não consigo ou ao menos tenho dificuldades de  parar com o cigarro, o que dizer de uma pessoa com a consciência alterada, com raciocínio prejudicado e um alto grau de dependência física?
Há ainda a questão que prá mim é a mais crucial de todas: o controle de nossas fronteiras. Qualquer criança de 11 anos que já tenha assistido um telejornal sabe exatamente como a droga entra no país. E fazemos o que? Apenas falamos do assunto e declaramos que não há pessoal suficiente para cobrir um território tão vasto?
Há muito o que discutir e mais ainda a fazer. Mas precisa ser rápido. A situação é urgente.

Um comentário:

  1. No fundo creio que falta seriedade, força de vontade em toda a sociedade. Cientes sempre estamos sobre os danos que as drogas causam, mas o que nos falta é atitude.
    Concordo com você..."Há muito o que discutir e mais ainda a fazer. Mas precisa ser rápido. A situação é urgente."
    Bjs

    ResponderExcluir