Acompanho as iniciativas de algumas pessoas como Claudia Costin, José Luiz Goldfarb e Fred Barbosa entre outros no incentivo de leitura no Brasil.
Mas tenho lá minhas teorias pessoais, embora hoje não tenha como colocá-las em prática. Fazia isso nos tempos de consultório. Sempre perguntava nas primeiras sessões, quais os livros, revistas e jornais que o paciente lia, assim como de quais personagens havia gostado ou não. Perguntava também sobre filmes e novelas. Isto me dava ao menos 60% das informações sobre quem era aquela pessoa na minha frente!
Tenho para mim o seguinte:
- Lêem jornais, aqueles que desejam ou necessitam de informações imediatas. Só que aí, há de se saber quais informações são essas, afinal, jornais tem inúmeros cadernos com informações das mais variadas.
- Lêem revistas, aqueles que querem algo a mais. Neste caso, se você analisar qual revistas a pessoa lê, perceberá facilmente seu grau de maturidade, por exemplo.
_Quem lê livros? Muito poucos, infelizmente.... Pessoalmente, credito isso ao analfabetismo funcional no país. Claro, porque os totalmente analfabetos não leriam mesmo. E os funcionais, não conseguem fazê-lo, já que tem dificuldades sérias de interpretação de textos.
Outro problema é o alto preço dos exemplares. Fora de nossos padrões.
O pior, é que há aqueles que não são analfabetos, tem o dinheiro para comprar e não lêem....
Isto talvez aconteça pela falta de tempo, pela exigência da pressa diária em tudo o que se faz. Mas, quem gosta de ler sabe, que arruma tempo. Nem que para isso tenha que diminuir as horas de sono! O que falta à essas pessoas é o hábito mesmo. Muitos foram desestimulados no começo da vida escolar pela indicação errada de textos.
O que fazer? Sei lá, pessoas! Mas, como sempre, lá vão meus palpites:
- Abaixar os preços
- Modernizar não só os espaços das bibliotecas públicas, mas adequar o atendimento, com profissionais capazes de sugerir títulos, falar sobre eles...
- Repensar os textos sugeridos no ensino fundamental e médio, buscando uma maior proximidade com os interesses dos alunos, segundo sua faixa etária, nível de desenvolvimento...
- Só depois indicar os clássicos. Mas por favor, clássicos no original, nada de adaptações (meu maior pesadelo no assunto!)
- Fora do âmbito escolar, não torcer o nariz para aqueles que preferem pérolas da sei lá o que contemporânea, já é um começo. Um dia eles esgotam determinados autores e irão procurar por outros, menos vendidos, mas mais interessantes e inteligentes...
- Fazer paralelos com livros/letras de música; livros/ filmes e teatro.
- Ao viajar com crianças e adolescentes, buscar nos livros um guia sobre o local, autores da região, hábitos e cultura regional.
Há muito que se pode fazer. Isto aqui foi só um desabafo, um ataque verborrágico de alguém que só pode assistir e agir à sua volta, mas gostaria de poder disseminar ideias e criar no país o hábito de ler.
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