Sabe lá porque, uma frase martelou minha cabeça na noite passada:
Povo guiado é povo feliz e manterá sua postura amorfa enquanto abastece o poder e o enriquecimento de seus candeeiros.
Isso às vezes acontece antes de uma ideia para postagem, embora eu não trabalhe com ideias mas com impulsos mesmo. E esse "fenômeno" sempre tem a ver com algo que acontece à minha volta.
E, diante de tantas coisas que temos visto no país nos últimos tempos especialmente na política e no mundo da prestação de serviços públicos não era prá menos, mesmo tentando não abordar o assunto ele surgiria.
Estamos na antevéspera de outro carnaval e é só esperar para ver a extrema demonstração de alegria, de euforia da população. É o pão e o circo de novo.
No final do ano passado, vimos outra demonstração dessa capacidade brasileira de vibrar e sorrir, o campeonato mundial no Japão. Mais uma vez, o pão e o circo.
Tô falando em pão, porque é tudo cereal, mas caberia bem dizer como alternativa: a cerveja e o circo.
Políticos e seus gestores públicos (da situação, os q ontem eram esquerda) dão informações de que está tudo ótimo no país.
Os de oposição (hoje os que antes eram direita ou centro ou centro direita), começam a bradar, atirando para todos os lados, meio sem rumo e sem noção.
Claro, que mais uma vez, uso os termos convencionais, mas falar em direita e esquerda neste país é uma grande bobagem, já que por aqui, muda-se de partido como de roupa .
Todos os fatos que nos chegam pelos noticiários ( e costumo acompanhar uma boa parte deles) parecem negar que está tudo bem.
Tudo que acontece na vida do trabalhador, de verdade, não o que dizem sobre ela, também negam as águas plácidas anunciadas.
A dona de casa que vai fazer compras, pode não entender direito da coisa, mas sabe que a inflação está presente e que o tão festivamente anunciado aumento de salário mínimo não vai ajudar.
Aliás, todo trabalhador se pergunta como é que alguém pode imaginar que o salário mínimo supre necessidades básicas de alguém. Será que pensam mesmo? Claro que não!
O cotidiano de todos virou uma aventura arriscada até mesmo no Estado que antes tinha os menores índices de criminalidade. E ainda por cima, legalizam a omissão de socorro.
A saúde pública ou privada continua a mesma. E isso só sabe quem faz uso das duas.Escapam de ter uma péssima experiência aqueles que podem usufruir de planos privados de valores que estão por volta de 3 salários mínimos para cima. Abaixo disso é aquilo que todos sabem: filas, péssimo atendimento, carências absurdas....
De educação não vou falar, já falo demais nisso.
Confunde-se ascensão social com acesso a crédito.
E o povo feliz prossegue sorrindo pacificamente, acreditando nas promessas de sempre e se deixando levar pelo alardear dos defensores da tese do está tudo muito bem. Esses, em geral, não são os beneficiários de salários mínimos, bolsas auxílio ou que não tiveram educação. São teóricos. Alguns muito bem intencionados, outros guardiões da esperança, mas a maioria navegando em busca de um lugar ao sol nem que para isso tenha que gritar aos quatro ventos que está tudo bem embora seus olhos, seus sentidos, seus vizinhos mostrem algo diferente.
Também não se pode fazer muito quando Leis são descumpridas ou foram criadas de forma equivocada ou quando ainda estão ultrapassadas.
Nas redes sociais, muitos falam. Já é alguma coisa. Porém, a grande massa que deveria se manifestar não vai ouvi-los. Os mais prejudicados nem sabem que eles existem. Alguns privilegiados por sua posição na sociedade ou por causas que abraçam tem a chance de fazer algo, mas num raio de ação muito restrito que não vai acabar com todas as misérias deste país.
Uma nau alucinada, sem portos, mas com uma turma disposta a enfrentar maremotos de todo tipo desde que em um amanhecer qualquer naveguem calmamente até alguma ilha, um paraíso qualquer, onde não cheguem nunca o povo ou o fisco.
Não sei mais o que esperar.
Mas o povo continua feliz.
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