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terça-feira, 21 de junho de 2016

Minha cara de pau me faz aprender e muito ou como somos culpados




Começo alertando que tudo que falo aqui é opinião minha...

Há quem não acredite mas sou muito tímida.

Mas quando algo me chama a atenção, minha cara de pau assume seu papel e isso sempre me levou a caminhos interessantíssimos.

Nesta semana tive a oportunidade antropológica de estar por duas horas e meia em uma UBS, Unidade Básica de Saúde em SP.

Esse tempo todo só para ser atendida na farmácia.

Se era para ficar ali por um longo tempo e sendo o ambiente pouco afeito a tecnologias de ponta, a boa e velha conversa seria o melhor passa tempo possível.

Foi um ótimo papo com 2 moradores de rua (um na faixa dos 28,29 e o outro na dos 60 e tantos) e 3 moradoras de favela.

Confirmei várias de minhas opiniões sobre a saúde e o serviço de assistência social na cidade e reforçaram informações que tinha sobre o Bom Prato.

Eles disseram adorar a comida do Bom Prato especialmente a feijoada das quartas. E me convidaram.

 Aceitei e vou mesmo só não sei quando, mas vou.


Foto Fábio Brito- Estadão

Vocês deveriam saber um pouco mais sobre a vida dos moradores de rua de SP.

Digo isso porque vejo tanta gente fazendo o maior alarde a cada vez que um deles morre por causa do frio que fico me perguntando como as pessoas pensam que isso chega a acontecer.

São décadas de uma administração distante da realidade dessa gente...

Coisas como não querer abandonar o animal de estimação são ignoradas. Como se entre os das classes mais altas não fosse comum gente que os tem como filhos.

Imagine o que é um cachorro quando você vive na rua, sozinho sem ter em quem confiar?

Outra questão bastante conhecida mas que em relação a qual pouco se faz é a da doença mental e das drogas lícitas ou não...

Faça uma comparação: o que seria daquele seu cunhado que BÊBADO faz altos rebus se ele não tivesse uma família por trás?

Também pouco é feito para que essas pessoas sejam reintegradas à sociedade instituída.

Eles não tem vontade de trabalhar, de estudar, de reconstruir suas vidas. E deixam prá lá, é assim mesmo.

Afinal ninguém nas classes mais altas já ouviu falar em depressão por exemplo...

Está tudo errado.

Gastam fortunas em formação, treinamento e programas bombásticos de interferência social mas tudo sai da cabeça de gente que parece viver em outra dimensão...

E a culpa é nossa! Afinal, os governantes estão onde estão através do nosso voto. E achamos que nossa missão termina nas urnas.

Isso faz com que não possamos ficar postando mi mi mi nas redes sociais, sinto muito.

Ao invés disso, cobre seus eleitos, cobre seu pastor, seu padre...

Quantas pessoas caberiam dentro das igrejas nas noites de frio?  

E existem os conselhos municipais onde vc pode cobrar ações que mudem a imagem que os moradores de rua tem dos albergues, sugerir mudanças.

Ou seja, falar é fácil.

Sair de casa e ir aos conselhos é meio chato mesmo.

Mas se não agirmos, nada vai mudar. 

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