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quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Pacificação dos Morros Cariocas

Em plena véspera de 7 de Setembro, o Morro do Alemão volta a fazer barulho.

Na sequência das notícias pela net e dos plantões dos telejornais, vieram as reações nas redes sociais.

Críticas ao governo do Rio, ao Exército e à PM.

Lamento, mas o buraco é mais embaixo. Ou começa em outra localização: num planalto.

E não é só lá, e nem começou ali! Vem sendo cavado há décadas pelo descaso com a coisa pública, com os direitos do cidadão e com os deveres do Estado.

Não faz o menor sentido as pessoas dizerem que a política de polícia pacificadora não deu certo. A não ser que isso seja usado como tiroteio político eleitoreiro, arma vazia e também sem fundamento quanto à busca de soluções reais.

As UPPs são apenas 1 passo para a solução. E não é possível que acreditemos q a presença ostensiva de militares seja a saída. É remediação e como tal não pode se tornar eterna.

É preciso investimento pesadíssimo em "civilizar" o povo brasileiro. Dar educação, saúde, emprego, noções de cidadania e direitos sem esquecer de lhes apresentar os deveres. É preciso traduzir aos menos avisados seu papel como eleitores.

Indispensável políticas públicas de direito e saúde que orientem quanto ao planejamento familiar, para que muitos descartem o raciocínio de ter muitos filhos para receber mais bolsa isso ou aquilo, salário família e coisas no gênero. Para esta etapa precisamos de médicos, advogados e assistentes sociais bem capacitados.

Lentamente, alcançaríamos a meta de ter uma população pensante  e bem orientada que saberia distinguir medo de respeito.

Mas respeito pelo quê?

É preciso haver respeito pelo Estado que tomaria seu lugar de origem, aquele que organiza e sustenta uma nação.

Só quando a população tiver a certeza de que pode contar mais com o Estado do que com o traficante ou as milícias ela fará um movimento na direção inversa à de hoje.

A polícia do país tem problemas. Em todos os estados. Mas as UPPs tem feito o trabalho possível.

Cabe à nós, toda a população do país, fiscalizar e torcer à favor, independente de quem está no poder.

Cabe à nós também, levar ao poder gente honrada, ética e competente.

E tudo isso leva muito tempo.

Por enquanto, qual a solução além de apagar incêndios?

Um comentário:

  1. Uma população orfã do Estado durante anos, acostuma a anarquia da vida no morro, será mesmo que eles se adaptarão assim tão rápido a vida civíl comum? A vida onde todos nós assinamos um contrato informal com o Estado? Não é apenas policia, não é apenas escolas, é muito mais, é preciso ensinar cidadânia para essas pessoas! Mas como ensinar-lhes isso se o Estado não trata a ninguem como cidadão?

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