Parece que agora vai.
O governo federal já delineou a contratação de médicos para periferias e interior do país.
Pelo que vi não há nada de muito novo alem da dispensa do REVALIDA, da obrigatoriedade de trabalhar no SUS por 2 anos (para novos médicos) e da definição do salário de 10 mil reais.
Pois bem.
O governo diz ainda que os brasileiros terão prioridade na escolha de vagas e que os estrangeiros só serão chamados para vagas não preenchidas.
Então pode mandar as passagens porque duvido que brasileiros trabalharão por 10 mil. Europeus também não. Sobram, claro, os cubanos. Parece que isso resolve a situação para alguém, certo?
Mas desisto de discutir isso.
Quero apenas lembrar alguns detalhes que considero importantes diante da situação:
-Já disse e repito: estrangeiros terão dificuldades de comunicação especialmente no interior. Esse item me faz lembrar uma aula na faculdade em que o professor nos chamava a atenção para expressões idiomáticas e palavreado próprio dos moradores de periferia especialmente os migrantes. Ficamos espantados! Era praticamente necessário criar um dicionário específico.... Imagine para alguém de língua estrangeira!
-Não revalidar diplomas estrangeiros é muito arriscado. Aliás, a população usuária de serviços médicos espera ansiosa por uma prova de avaliação até de nossos médicos, aos moldes do exame da OAB...
-Quanto aos 10 mil por 8 horas/dia é necessário fazer um outro cálculo, aquele que dirá quantos pacientes serão atendidos neste período, afinal, os médicos também tem um desgaste no uso de seus conhecimentos e médicos estafados erram mais.
-Hoje em dia, os médicos (de qualquer lugar) tem uma dependência imensa dos recursos laboratoriais e tecnológicos. Não são mais como aqueles antigos que diagnosticavam sem auxílio de exames ou aparelhos. Portanto, além de médicos tem que haver estrutura adequada e não o contrário como está sendo proposto (diz o governo que no próximo ano investirão em estrutura e novas unidades).
-Não entendo também, porque diabos falam em médicos de forma genérica. Hoje, o foco é em especialidades, certo? Portanto, as áreas carentes precisam também de especialistas.
-Porque diabos também, não assumem de vez que precisamos de médicos capazes de lidar com o básico do básico? Doenças que só existem por força da falta de saneamento e de educação sanitária? Será que não é o caso de contratarem também, enfermeiros, psicólogos e educadores de saúde? Isso pra não falar dos especialistas em medicina sanitária e especialmente em doenças tropicais...
-E engana-se aquele que ouve as novidades anunciadas e acha que ali se encerram os problemas da saúde do país. Esquecem que há uma enorme necessidade de pensar urgentemente em logística de transporte? Ou alguém esqueceu que muitas das áreas a serem atendidas permanecem alagadas durante a maior parte do ano, ou que estão muito longe de hospitais? Seria preciso investir em atendimento em barcos (como a marinha faz) e no uso de aviões para transporte em emergências. Que tal diminuir o uso dos jatos da FAB para levar autoridades a festas e jogos de futebol e usá-los no transporte de pacientes?
Que tal também atacar o desvio de dinheiro, o super faturamento de contratos e licitações?
E por favor! lembrem-se! Estamos às vésperas de uma campanha eleitoral e no meio de uma "ressuscitação" assustadora (para políticos)da população do país. Nestes momentos, tudo se diz,mas nem sempre se faz, a não ser que fiquemos muito atentos e ouçamos todos os envolvidos.
Tenho muitas dúvidas se essa providência dará certo.Problemas seculares do Brasil querem agora resolver rapidamente de qualquer maneira para"sossegar" o povo.
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