Não sou professora, apenas Psicóloga Educacional (clínica e organizacional também).
Nunca estive a frente de uma sala de aula,a não ser algumas horas como estagiária.
Mas sempre me interessei e me preocupei com o assunto. Além disso, tenho muitos amigos na área e dei muitos cursos livres para pais e professores.
A Veja 2171 de 30/0602010 trouxe uma matéria sobre um conjunto de propostas para melhorar o ensino no Brasil, criado por um grupo de 80 especialistas.
Não poderia deixar de comentar.
Concordo com os seguintes pontos:
-Criar a Lei de Responsabilidade Educacional
-Dar Autonomia aos Diretores (não dá prá diretor ficar conferindo merenda e muito menos é possível que não possam intervir na escolha dos professores que quer na sua equipe.)
-Oferecer formação prática aos professores (entendam que concordo se isso for visto como treinamento contínuo e não para encobrir falhas de formação)
-Premiar os bons mestres (meritrocacia funciona em qualquer lugar, mas há de se ter cuidado com a forma de avaliação sobre quem é o melhor)
Fico na dúvida em relação aos seguintes pontos:
-Elaborar um currículo Nacional Unificado: Qual seria a base da unificação? Por quem ele seria criado? Porque acredito que alguém lá nos escritórios de Brasília,não conhecem o suficiente sobre as necessidades dos alunos de Sta Catarina ou do Piauí. Aliás, como mostrou o CQC, alguns lá de Brasília, não sabem que há diferença entre Pernambuco e Alagoas...
-Fexibilizar o Ensino Médio. É, no meu tempo era assim,você escolhia entre humanas, exatas ou biológicas. Mas eram outros tempos. Nós sabíamos o que isso significava. Tá certo, que esta flexibilização funciona em outros países. Mas acho que isto só pode ser implantado aqui depois de algum tempo, quando o ensino melhorar o suficiente para que o aluno seja capaz de optar.
-Ampliar a Jornada Escolar. Isso resolve um problema dos pais. Não sei se resolve, no momento, o dos alunos. Também é melhor esperar por avanços no ensino e aumento do interesse pela escola para depois manter os alunos nela por mais tempo, se não,vira tortura e não benefício.
Na verdade, acredito que uma melhora acontecerá a médio e longo prazo assim que melhorarem o ensino e o sistema de avaliação nos cursos de magistério e pedagogia, assim como naqueles que fornecem licenciatura. Isto levaria aí uns 12 anos, já que vão haver necessidades de mudanças e adaptações no ensino dos primeiros formandos submetidos ao novo modelo. Depois, precisaríamos de mais uns três ou quatro anos prá ver se a formação melhor surtiu efeito em seus alunos.
Na mesma edição, há também um artigo de Gustavo Ioschpe com o qual me identifico muito. Aula de ética é em casa, não na escola , como diz o título do texto. Nem eu nem ele estamos dispensando aulas de filosofia, sustentabilidade etc... O problema é que hoje as escolas parecem mais interessadas em produzir alunos com discurso politicamente correto sobre estes assuntos do que em desenvolvimento cognitivo.
Educação por aqui é um grande problema, mas também a única solução, o único caminho para o desenvolvimento e para a conquistade coisas que deveriam ser básicas ao ser humano como a capacidade de pensar,a paz e a harmonia.
Sempre sonhei com uma escola onde os alunos ficassem mais tempo, mas não só comprometidos com a severa matemática e a gramática portugesa. Sonhava com uma escola que revelasse talentos, que desse opções para os alunos decobrirem sua vocação...mas é utopia no país onde sequer podemos contar com a frequênia assídua de seus professores mau remunerados, desiludidos e/ou acomodados...
ResponderExcluirlendo Papert, compartilho com suas idéias construcionistas, vejo as tecnologias de informação e comunicação como instrumento que motiva os educandos. Contudo, nossas escolas estão defasadas,moldadas no sistema fábril, enquanto tudo muda a cada instante. Em grande parte do sistema educacional, a tecnologia e a arte entram apenas com caráter ilustrativo. Não vejo uma educação que não seja criativa, motivadora. Entretanto os educadores continuam afogados em carga horária, sem tempo de realmente refletir, pensar no pensar, enfim, como falar de metacognição para educandos, quando os próprios educadores estão sendo castrados de aprender a aprender?
ResponderExcluirPatricia.
ResponderExcluirLegislação e regulamentação é necessario, mas em educação, a flexibilização é necessaria.
Dimensões continentais do país e a dinâmica social e cientifica acelerada exigem metodos e conteúdos adequados. Cada região tem suas peculiaridades, necessidades e exigencias.
Parabéns pelo seu texto que nos faz refletir sobre êsse assunto primordial em nossas vidas.
Abraços
Paulo