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quarta-feira, 7 de julho de 2010

Comentando Ivan Angelo na Veja

Na última semana, estranhei as poucas notas na imprensa sobre o um ano da morte de Michael Jackson.

Afinal, pessoas como eu que acompanharam a carreira do rei do pop desde os primórdios (ele era só um ano mais velho q eu), ainda estão perplexos com a morte precoce.

Aí, tardiamente, efeito da copa do mundo, só ontem li o artigo de Ivan Angelo na Veja, que recomendo à todos. Aos que gostavam e aos que não gostavam de Michael.

Michael com certeza foi um dos artistas mais completos que o mundo conheceu. Intérprete que emocionava e entusiasmava com sua voz, dançarino inimitável criativo.

Personalidade estranha? É aí que Ivan Angelo faz a diferença.

Ele fala da delicadeza de Michael. Não de sua fragilidade, causada pela vida louca e cheia de atropelos a que foi submetido por um pai neurótico lá no comecinho da vida, que para aproveitar-se do talento dos filhos e especialmente do caçula, submeteu-os a verdadeiras torturas,tirou-lhes a infância. Fala da delicadeza de quem "rejeita a agressividade o domínio do território a submissão dos frágeis, das fêmeas, o brandir das espada em riste" .

Fala também da necessidade de Michael de estar com pessoas que iniciaram suas carreiras muito cedo e também, de alguma forma foram afetados por isso: Tatum O'Neal, Brooke Shields, Liz Taylor, Liza Minelli. E sobre sua declaração :"sou Peter Pan" Tanto era um Peter Pan que criou para si uma terra do Nunca e lá viveu por anos! Psicanalistas à parte, porque alguem não pode assumir sua falta de vontade de crescer? Especialmente alguém que teve que agir como se tivesse feito isso muito cedo? Não assumiu responsabilidades? Assumiu sim e isso ficou claro na declaração de amor não programada de sua filha em seu funeral.

Foi vítima de acusações de pedofilia várias vezes, mas nada foi provado. E para mim nunca será. A cultura norte americana é pautada na busca da fama e do lucro a qualquer preço. E qual oportunidade maior do que um astro riquíssimo e famoso que gosta de ter crianças por perto para servir como alvo para golpes oportunistas?

Ivan cita uma resposta dele ao repórter que fez uma matéria sobre o assunto ao ser perguntado sobre o caso de pedofilia em Neverland, disse entre outras coisas: "Vc fala cama com uma conotação sexual, esquece que cama é um lugar de dormir, de descansar e de sonhar".

Neurótico? Sim, como a grande maioria de nós. Apenas mais visível, ter privacidade no patamar que alcançou parece impossível.

O que fica de Michael para mim, são lindas recordações: a primeira vez que dancei em um baile ao som de Music and Me, a doçura de sua voz em Ben, o vibrante talento nos tempos de Jackson Five e tudo de bom que veio depois. Inclusive a inesquecível e emocionante We are the world.

Na Veja também o médico e guru indiano Deepak Chopra, amigo pessoal e ídolo do cantor, fala coisas boas sobre ele.

Apenas gostaria de poder intervir para que Michael esteja em paz em uma Tomorrow Land, onde o mundo não exige de meninos negros que se transformem em brancos, que nunca engordem, que criem mais que o Criador , que agradem a gregos e troianos e que sejam "machos". Quanta bobagem!

Que Michael esteja em paz e sempre presente em nossos corações.

E parabéns à Ivan Angelo pela homenagem delicada e providencial.

2 comentários:

  1. Qualquer tentativa de se tentar romper padrões e modelos pré-fixados de verdade, de se ir além do pensamento normativo é um gesto profundo de humanismo. Gostei muito! bj

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  2. O mundo não estava pronto para compreender
    Michael Jackson...mentalidade de gado, é o que as pessoas tem.
    Michael foi, antes de tudo, um notável humanista.Mais dois ou três iguais a ele e o
    mundo seria um lugar bem melhor de se viver.
    Ainda choro a morte dele . Saudades. Rosane

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