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sábado, 17 de julho de 2010

A Lei Anti Tapa

Tá rolando aí um projeto de Lei que proíbe castigos físicos de qualquer extensão contra crianças, inclusive os filhos.

Enquanto criança, nunca levei um tapa sequer. Também, não foi preciso, era comportada ao extremo.

No inicio da adolescência (tinha uns 13 anos), levei um tapão estalado de meu pai. Mas desde aquela época, acho que ele estava certíssimo! Na brincadeira, eu puxei a cadeira em que ele ia sentar, aí ele se espatifou como um tomate! (rsrs)  Foi engraçado? Foi. Mas irresponsável. E o tapa foi uma reação instintiva dele, que depois passou meses pedindo desculpas.

Portanto, ironicamente, não posso falar "de cadeira".

Posso falar como observadora, como psicologia, como mãe, avó, enfim como pessoa razoavelmente civilizada.

Se a Lei falasse em torturas ou castigos abusivos, físicos ou emocionais, vá lá. Mas parece que fala de qualquer forma de castigo, como por exemplo o conhecido como "psicotapa".

É claro que não sou a favor de castigos físicos aplicados a qualquer ato considerado errado pelos pais. Mesmo porque é preciso muito auto-controle e bom senso para avaliar se aquela atitude do filho é mesmo abusiva ou se é você que está em um momento ruim. Sim, porque pais estressados (como a maioria) não tem condições de avaliar o ambiente em que vive com suficiente clareza.

Mas também é claro que ninguém vai me convencer que dar um tapa em uma criança que foi pega no alto de uma escada depois de muitos avisos de que não poderia fazê-lo. Ou que tenha tentado acender o fogão sem permissão. Principalmente em crianças pequenas, até os 5 anos, o tapa vai funcionar muito mais do que um discurso de horas, brevemente esquecido.

Não estou dizendo que o tapa é a única forma de "educar". Falo dele como último recurso, quando avisos e explicações não funcionaram.

Esta aversão ao tapa, aos castigos,à palmatória, apareceu na civilização de 50 anos para cá. Neste período popularizou-se a psicologia e a pedagogia, que foram parar em publicações leigas, nas rádios, na TV. Se as duas ciências são de difícil compreensão para os que a pesquisam, imagina para leigos! O que se viu, foram interpretações radicais, sem margem a exceções ou doses adequadas. Mais ou menos o que se viu quanto ao que se entende hoje, especialmente entre as mulheres sobre estar em boa forma. Qualquer mulher com manequim 40 se acha uma baleia!

Também gostaria de chamar a atenção de vocês para o seguinte: Quando foi que começamos a perder o controle da sociedade? Quando foi que surgiu, e não se brecou esta história de rebeldias sem causa, jovens transviados, mauricinhos e patricinhas que matam atropelam, põe fogo e coisa e tal? Exatamente de 50 anos para cá.

Vão dizer que antes tínhamos medo dos pais e que o certo é ter respeito. Verdade. Mas o ser humano tem habilidade de migrar do medo ao respeito, quando é capaz de reconhecer que a situação ameaçadora seguiu-se a um ato trangressor.

Percebo ainda, que muitos que levaram tapas na infância e receberam castigos na adolescência,tendem a compreender e aprovar a atitude dos pais na idade adulta. Assumem o merecimento. E a maioria não repete o método. 

Acho a lei desnecessária e invasiva. O que precisamos é que as leis já existentes sejam cumpridas rigorosamente e que pais neuróticos e psicopatas sejam neutralizados por elas..

E por último, mas não menos importante, lembremo-nos que se a lei for promulgada, será por pessoas que são a favor do auto flagelo, dos outros. Que se calam diante de "gritos famintos" que protestam contra ditaduras e coerção.

Sei que este texto vai me render tapas digitais, mas tudo bem, tenho direito de me manifestar, e estou aberta a discussões. Prefiro o diálogo. Acho que não chegaria aos tapas. Mas não condeno quem chega na hora e momento certos. Especialmente se isso for capaz de mudar a atual falta de limites especialmente entre os jovens e as crianças. 

14 comentários:

  1. Patrícia, eu penso que seria bom até para os pais nunca precisarem dar umas palmadinhas nos filhos, mas também acho que a sociedade está tão permissiva que no final será difícil direcionar os jovens. Precisa ter muita cautela e fazer cumprir a lei aos que extrapolam nas medidas educacionais, tudo na medida certa.
    Ótimos textos, excelentes reflexões.
    Grande abraço!

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  2. Não sei o que dizer sobre o tema. Uma vez minha cunhada pisou litelamente no meu pé. DEi-lhe um tapa como se fosse um reflexo. Tipo aquele martelinho no joelho, onde a perna dá uns pulinhos. Ambas acabamos rindo!
    Nunca sentiu que as vezes crianças pedem para apanhar? Eu arrependo de uns tapas que não dei e hoje ando me sentindo que faltei ou fui omissa em alguns casos

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Educo meus filhos nas leis das consequencias.Se pisar na bola a consequencia é sem computador, video game sem TV e porai vai.Desde muito pequenos aprenderam a pensar no cantinho.Sempre digo pra eles:prefiro sofrer punindo (não agredindo)doque ter que sofrer vendo a punição ser dada por um delegado ou juiz.Sem regras não tem futebol.Derrubou na area é penalt.

    Roberto Laranjeira
    Filho de Mãe rigorosa e Pai bravo.
    Obrigado Mãe e Papai (que ja ta no céu),por terem me ensinado a respeitar meus semelhantes e os diferentes.

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  5. Puta falta de sacanagem, minha mãe me batia muito, essa lei deveria existir a 30 anos passados!

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  6. Eu e a Silvana lemos e somos totalmente a favor do que voce escreveu. Ufa .Até que enfim encontrei uma educadora dom formação profissional empsicologia , que esclarece exatamente a necessidade do psicotapa. Poucas vezes fpi necessário usá-lo em casa , mas graças a Deus nossos filhos estão obtendo sucesso e estão felizes e lutam para sobreviver bravamente. Fico horrorizado nomeu consultório , pois as mães não colocam nenhum limite para as crianças , em qualquer idade , outro dia uma criança quebrou um objeto e a mãe para justificar disse , qera fraco e que este tipo de objeto quebra a toa . rsrsr ´da pra entender?? Ruy e Silvana

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  7. Trata-se de imbecilidade e socialismo. Ou uma coisa só!

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  8. Na verdade, tudo que vem de cima pra baixo, mesmo tornado lei, não tende a vigorar na prática. Ainda mais, quando em termos que anseiam por ser mais realistas que a própria realeza. Mas tem um lado positivo:inspirou o debate, e isso é bom.

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  9. Concordo c o q disse Silvana madid. A falta de limites é um grande problema p/os pais de hoje. Nossos congressistas deviam estar mais atentos p/pais q abusam sexualmente dos filhos.
    Cumprir as leis existentes já é bem difícil p nossa sociedade.

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  10. Patricia.
    O perigo de leis desse tipo é estimular o surgimento de outras leis invasivas a liberdade individual. Hoje o Estado quer regular o patrio poder e amanhã ? Regular atividades religiosas e de consciência ?
    O Estado deve estar atento às agressões sexuais de pais e parentes contra as crianças e adolescentes.
    Dar palmadas ou não deve ficar ao arbitrio dos Pais.
    Religião, psicologia, terapias, dialogo entre país mestres. Este é o caminho para educar tanto pais quanto filhos para se encontrar os limites adequados à vida em sociedade.
    Meu direito começa onde termina o do proximo.
    Parabéns pelo seu blog, admirável escritora.
    Grande abraço
    Paulo

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  11. Ufa!!! Obrigada por publicar isso!!! É exatamente o que penso, sou mãe e fui filha, sei mt bem q um tapa é necessário de vez enquando e não mata e não traumatiza!!! Acredito q para não bater mts pais são omissos as atitudes dos filhos e por isso estamos vivendo num mundo onde regras não são cumpridas e que excessões são regras, ou seja, cada um faz o que bem entende! E pelo jeito vão continuar fazendo! Ah, não batam nos seus filhos, deixem que eles apanhem da vida, dos ladrões, dos policiais, do marido...

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  12. Muito complexo, o fato de haver uma lei que controla nossos comportamentos cotidianos para mim já é preocupante.

    E existe coisa muito mais violenta que castigo físico, que não deixa cicatrizes, mas marcas psicológicas que nunca se apagam.

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  13. PER-FEI-TO!

    Penso exatamente assim. Ótimo se nunca precisarmos dar um tapa. Mas às vezes é preciso. Há crianças e crianças. Há as que são tranquilas, que raramente desobedecem, que cedem a um tom de voz mais firme e alto ou olhar bravo. Mas há as que não têm limites, não prestam atenção, não escutam, não obedecem, ou, pior, têm prazer em desobedecer.

    E há situações e situações. Se já foi avisado uma, duas, três vezes... está na hora do tapa bem estalado na parte da anatomia feita sob medida para isso: o bumbum - e geralmente ainda muito bem recoberto pela fralda. Nem dói! Só assusta pelo impacto e pelo barulho. É o aviso máximo. Dez pontos na carteira!

    E não me digam, que é melhor dialogar com uma criança de 2 anos... Como vou regredir mentalmente pra alcançar o vocabulário e compreensão dela?

    Isso sem falar que não é papel do Estado interferir na maneira e métodos de educação dos pais. Educar não é crime! Deixar que os filhos façam o que quiserem, que sejam criados e educados pela televisão, internet, babás e avós (sim, avós raramente educam - cuidam, mas não educam), isso sim pode ser considerado desleixo, desinteresse, descaso, negligência. Já dizia a minha avó: "quem os pariu que os crie", e eu complemento: - e que os eduque. Não custa lembrar que os filhos das nossas avós e avôs, que criaram-nos e educaram-nos, foram adolescentes e adultos decentes que não saíram por aí botando fogo em mendigos e empregadas domésticas, estuprando meninas, ou protagonizando cenas de sexo explícito transmitidas para o mundo.

    Ss fosse para legislar sobre isso - que insisto, não é da conta do Estado - seria para punir aqueles que não ensinam os filhos que a vida dá tapas bem mais fortes e doloridos, em lugares muito mais sensíveis, inclusive no nosso senso de moral e civismo quando vemos os governos deixando de fazer o que devem para fazer o que não devem.

    Há dois anos atrás escrevi o texto "A favor do psicotapa", caso interesse ler como complemento.

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  14. Ops! Esqueci de deixar link do texto: http://www.plenamulher.com.br/plena/blog/?p=61

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