Dia desses cobrei de uma amiga querida do Twitter pelo seu sumiço da TL. Quis saber o motivo do afastamento.
E ela disse algo sobre estar desapontada com questões políticas que vem acontecendo no país e que obviamente são muito comentadas nas redes sociais. Também falou sobre suas reflexões pessoais sobre Política.
Eu respondi que procuro não me envolver no assunto,do qual não gosto e para o qual não vislumbro soluções ideais pelos próximos 30, 40 anos.
Só que aí, sabe como é, né? Fiquei com isso na cabeça e sabia que ia ter que escrever sobre o assunto.
Então tentei pensar de como falar a respeito e o que me veio a mente, foi um paralelo com nossa formação escolar.
Ninguém começa o 1º ano da escola tendo todas as respostas. Seguimos passo a passo destrinchando conceito após conceito, somando conhecimentos até que nos tornamos detentores de informações coletivas mas com um que de individualismo, de originalidade.
Bem ao menos é assim que acho que deveria ser.
Adolescentes, aos 16 já nos cobram discernimento sobre Política, na medida que nos permitem votar.
Vivo dizendo aqui que não entendo (e nem gosto) do assunto, mas diante da reflexão causada pelo diálogo on line, resolvi voltar aos primórdios do meu conhecimento e repensar, rever o assunto.
Então vamos lá:
Existem inúmeras e cansativas definições para o termo. A maioria todos conhecem, ou deveriam conhecer a partir do momento em que tem aquele documento tão desprezado nas últimas eleições chamado Título de Eleitor.
Política, para começar,é uma ciência.
A ferramenta para resolução de situações de interesse coletivo, público.
É por isso que seus representantes são escolhidos por grupos de uma determinada comunidade,seja ela um município, um Estado, um país.
O que parece é que as pessoas se perdem em um detalhe: a observação dosignificado do conceito de ciência.
Todas as abordagens chamadas de ciência tem uma característica indispensável em comum. Todas elas lidam com fatos, situações, fenômenos que podem ser observados ou provocados mas que também são previsíveis em situações que apresentem as mesmas variáveis.
Assim, e se eu estiver totalmente equivocada (pode ser,viu?), que me corrijam os cientistas de plantão, mas eu tendo a deduzir, que os processos políticos,assim como as formas de se exercer um cargo público devem ser vistas como coisas absolutamente previsíveis.
Porque então estamos nessa confusão toda há séculos? Porque não atingimos um mínimo de equilíbrio nos acontecimentos do país.
Será que é algo assim? :
Os fatos:
Um sujeito, nasce lá pelo começo do século 20 em um Estado qualquer do país. Uns 20 e poucos anos depois inicia uma carreira política, galgando os degraus existentes. E por uns outros 20, 30 anos mais , ele chega ao topo da carreira política.
As variáveis a observar:
Desde pouco depois do início da carreira, observa-se que as ações do sujeito não condizem com o discurso que o levou à ser eleito. Ele passa a ter uma atitude um pouco mais autoritária do que o normal, passa a executar atos indignos como agir como "o dono do pedaço" ou rei da cocada preta, como queiram. Enfim, ele se transforma em uma espécie de candidato à imperador superpoderoso. E chega lá, já que se continuarmos a observar, veremos que cada vez mais toma posse de coisas e ações que deveriam pertencer ao povo ou dirigidas ao seu bem estar. Ao invés disso o sujeito demonstra claramente um enriquecimento pessoal significativo acompanhado de arbitrariedades de todo tipo, enquanto o povo que representa se vê cada vez mais numa miséria e falta de condições gerais crescente. E o mesmo fenômeno se repete a cada novo pleito eleitoral.
Resultado:
Podemos observar por 30, 40,50 anos e mesmo com a alteração de alguns aspectos das variáveis, constataremos que o nosso sujeito subiu, subiu, subiu, e! chegou onde queria,afinal,dali não dá mais para passar....
Claro, alguns não chegam tão alto, mas cometem os mesmos atos dentro de suas possibilidades. E não tem prejuízoo não, se assim fosse, desistiriam com certeza.
Aí eu penso... será que ao invés de discutirmos política como fazemos, e tentar explicar à população como funciona o voto, o que deve ser considerar ao exerce-lo, o que se deve evitar,etc... não deveríamos começar pelo ensino deste conceito de exatidão do método científico de observação?
Quem sabe assim, os eleitores compreendam que não adianta insistir em alguns candidatos, partidos ou tendências, pois os resultados serão sempre os mesmos.
Quem sabe se começarmos a demonstrar (cientificamente, é claro) que uma macieira não produz jabuticabas ou que um pato não pode cumprir a promessa de gerar uma mula, as pessoas consigam compreender de onde podem partir suas observações ao começarem a pensar na sua escolha em futuras eleições.
Se você discordar 100% do meu desabafo, peço a gentileza de tentar me responder:
O que é Política?
Patrícia, esse assunto desencadeou uma conversa no twitter que começou comigo e foi para outros participantes. Eu saí e não vi o resultado. O importante é tornar o tema acessível. Parabéns pela iniciativa. Em qualquer tempo estará disponível a sua preocupação com o bem maior: o do povo.
ResponderExcluirGrande abraço!
@soniasalim