Eu protesto veementemente contra uma matéria que acabei de ler na Folha . com. Ela começa dizendo coisas assim:
""Não precisa! Os meus meninos tomam aquela merda no grito!"
A frase é atribuída ao general Zenóbio da Costa, um dos comandantes da Força Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra, sobre a necessidade de mais treinamento e planejamento para ir lutar contra os alemães.
"No Brasil, achava-se que uma semana no mato equivalia a treinamento de combate. Muitos acreditavam que a fanfarronice encenada em campanhas nas coxilhas ou nos tiroteios contra estudantes paulistas destreinados bastasse para enfrentar o Exército alemão", diz o historiador Cesar Campiani Maximiano, da PUC-SP
Acredito sim, que o General tenha dito a frase. Isso só mostra a impetuosidade e até a "falta de jeito" do brasileiro . Mas descreve também a confiança do comandante na capacidade daqueles homens em defender os interesses do país. Interesses aliás que não eram do povo mas do governo, como sempre apoiando o alcance dos ideais americanos para os americanos.
Quanto ao dito pelo historiador da PUC-S.P., lamento informar que está errado! Essa situação, essa forma de pensar, além de não ser voz geral entre nossos pracinhas é totalmente equivocada! Ninguém acreditava que "uma semana" no mato seria suficiente, mas o que foi oferecido como treinamento foram "algumas semanas" no mato e nas montanhas de Minas Gerais.
Chamar de fanfarronice as campanhas encenadas ou os confrontos com estudantes é no mínimo desrespeito.
Barbudos, sujos e fatigados? Srs historiadores.... Eles vinham do Brasil, a maioria do interior, arrancados de uma vida pacata e pacífica ao lado de suas famílias... Essa vida que até hoje vive a maioria do povo brasileiro, não vocês historiadores, pesquisadores, "cabeças" de universidades de grande nome! Vocês sabem do que "analisam" por observação e estatísticas, mas em sua maioria não sabem o que foi naquela época cuidar da terra, dos bois, da liberdade, assim como não sabem realmente, só hipoteticamente (apesar de falarem muito) o que é hoje viver das promessas publicadas por governantes enquanto tem que andar léguas, sim pq ainda se anda "léguas" no Brasil para chegar à escola ou trabalhar mais de um mês para ter acesso ao valor da cesta básica.
Levem em conta o "romantismo" típico de todo brasileiro e especialmente daqueles que hoje estão na faixa dos 80, 90 anos ao falarem que "brincavam" com minas antitanque. Se isso fosse realmente literal, as baixas teriam sido maiores.
Falta de motivação ou motivação errada?
Sim, concordo. Não deveríamos ter ido.... Que o Eixo e os outros aliados o fizessem. Nossa vida ia devagar mas ia. Nosso povo sempre tendeu ao pacifismo e a aceitação das diferenças. Se não fosse assim, não teríamos hoje uma quantidade tão grande de alemães, japoneses e italianos vivendo no país, grande parte deles vindo pós 2ª guerra em busca de que? Liberdade.
Ganhamos o que? Uma Siderúrgica. E se ela não tivesse existido? Talvez demorássemos mais, mas darámos algum outro jeito de alavancar nossa economia.
Muitos não sabiam da motivação daquele confronto?
Não, não sabiam mesmo. Ou será que vocês acreditam que quem votou em Fichas Sujas ou palhaços nas últimas eleições sabiam o que estavam fazendo? Ou seja, apesar da existências desses "intelectuais" no Brasil, quanto à isso a situação não é muito diferente hoje do que era naquele tempo.
Alguns eram motivados pela possibilidade de uma mudança de vida (ao retornarem)? Fugiam do calor excessivo, das moscas e da miséria? Foi assim também no Vietnã, sabiam? E lá, eram americanos, como vocês disseram na matéria nossos "tutores". Mas americanos saídos dos guetos, com 16,17 anos.... atendendo aos anseios de seu governo e jamais de seu país, aquele representado pelo povo, que definitivamente não queria aquele massacre.
Citam outros motivos para a desmotivação: a comida ruim, o frio intenso, a falta de higiene. Eu citaria ainda o desconhecimento do idioma dos aliados e dos inimigos, que afinal foi aprendido na raça, em tempo recorde e o relevo complicado dos Alpes italianos.
Mas garanto, que ninguém saiu daqui achando que iria para uma festa. Porém, comer feijão enlatado (adocicado) nunca foi ou será sonho de consumo aos acostumados ao charque, à feijoada, à carne assada na brasa, ao queijo meia cura ou ao chimarrão...
Os uniformes distribuídos pelo 5º Exercito Americano aos nossos pracinhas eram adequados sim, mas habituar-se ao frio intenso e naquelas circusntâncias deve ter sido muito difícil mesmo para quem zarpou de um Rio 40º ! Ou será que eles foram muito sensíveis?
Foram cerca de 445 missões, 20 mil "inimigos" presos, proporcionalmente poucas baixas.
Mas mesmo assim, nossos historiadores, comentaristas e etc insistem em referir-se aos Ex Combatentes com um certo desdém.
É, de certa forma é como dizem: nem a Máfia teria sucesso por aqui diante de nosso temperamento.
Lamento, e faço 2 sugestões:
1 Aprofundem suas pesquisas conversando com sobreviventes daquele período lá na Itália. Perguntem à eles como era a convivência com os soldados brasileiros. Perguntem o que eles faziam com as rações intragáveis que recebiam. Com as barras de chocolate que deveriam servir para aquecê-los e não para alimentar os pequenos italianos das cidades destroçadas.
2 Novas oportunidades bélicas estão se anunciando lá no Oriente Médio. Se o Brasil entrar nessa, façam o seguinte: alistem-se, sejam voluntários como muitos daqueles homens.
Aí sim, reescrevam suas percepções.
Para finalizar, ofereço à vocês, um pequeno trecho desta música aqui:
Canção do Expedicionário (de Guilherme de Almeida)
Você sabe de onde eu venho ?
Venho do morro, do Engenho,
Das selvas, dos cafezais,
Da boa terra do coco,
Da choupana onde um é pouco,
Dois é bom, três é demais,
Venho das praias sedosas,
Das montanhas alterosas,
Dos pampas, do seringal,
Das margens crespas dos rios,
Dos verdes mares bravios
Da minha terra natal.
Por mais terras que eu percorra,
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá;
(...)
Getúlio Vargas teria afirmado: "É mais fácil uma cobra fumar do que o Brasil entrar na Guerra.", e paradoxalmente, foi combater as ditaduras nazista e facista (esta apreciada pelo então Presidente). Pois a Cobra fumou! E o símbolo da FEB é, justamente, uma cobra fumando cachimbo http://twitpic.com/4gkgsh. Creio que enviamos cerca de 25.000 soldados, destes, lamentavelmente, mais de 400 foram mortos. Viva a FEB, orgulho nacional para sempre.
ResponderExcluircorrigindo: fascista
ResponderExcluirDizem que ser Federalista é ser Fascista, mas Getulio foi fascista contra os Constitucionalistas em 32.
ResponderExcluirSeguem alguns links onde podemos dizer que a luta contra o eixo tb foi exercida aqui no brazil:
Submarinos Alemães na costa brazileira http://bit.ly/hD7MjR
Lenda do Submarino Alemão em Itanhaém
http://bit.ly/fZNZcu
Viva o Federalismo! Abaixo o Fascismo!
Crime de lesa-pátria desse jornal comuna maldito!
ResponderExcluirDEUS salve a memória da FEB! Se hoje somos livres é graças aos milhões, de toda força aliada, que tombaram nessa luta! As pessoas precisam ter noção de que não somos livres de graça, de que milhões se sacrificaram pela liberdade que possuímos!
Realmente foi um heroísmo com os filhos dos outros, tal general (que a terra lhe pese) realmente comentou o grande exercito de Branca Leone, morrer por nada nunca é pouco, e tampar o sol com a peneira (da grande vitória) é mais ridículo ainda. A verdade é uma só, muitos dos brasileiros envolvidos no conflito não tinham a mínima condição de entender o que se passava. É so lembrar que na época o analfabetismo imperava, estes homens foram vitimas não heróis.
ResponderExcluirEsta matéria não corresponde ao livro; você está absolutamente correta na sua indignação.
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