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segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Morte Virtual

Em 2009, tive a experiência de me afastar das redes sociais por motivos de saúde por meros 5 dias, e me surpreendi com minha "morte digital".
Nesse curto período, mesmo aqueles com que eu interagia diariamente, simplesmente não notaram minha ausência.
Fiquei muito brava, já que para mim, algumas das relações criadas virtualmente tem a mesma importância daquelas criadas na dita "vida real".
Esperneei pela rede e ouvi todo tipo de explicação: notei mas imaginei que estivesse viajando, ocupada, querendo isolamento, etc, etc....
Mas foi bom, passei a observar aquilo que nomeei como morte virtual.
O tema renderia quilômetros de textos sócio/psicoanalíticos e com certeza os primeiros Km já estão rodados por aí.
Alguns amigos queridos morreram virtualmente e garanto que isso traz muita tristeza, uma sensação de perda muito próxima a da morte física. Só mudam um pouco os questionamentos. Passam de como para por quê, embora o por quê esteja presente na morte real, lá ele costuma adotar uma resposta padrão dependendo da crença de cada um e que variam entre crença na vontade de Deus até a obviedade da finitude humana.
 Na morte virtual é diferente. Você fica com uma situação de impotência. Não há uma fatalidade, nada que você não pudesse tentar impedir. Mas não pode, afinal, o livre arbítrio está aí para ser usado e as pessoas usam.
Recentemente um amigo muito querido nos deixou virtualmente (ao menos nas redes). Tentei (e outros também) fazê-lo mudar de ideia, mas não funcionou, ao menos por enquanto. E essa é outra característica da morte virtual, ela pode ser temporária. Ninguém garante que o "morto" não resolva em algum tempo, ressuscitar.
Há também os que "morrem" parcialmente. Para eles, a tal morte é um hiato de tempo, uma auto preservação, uma escolha de ambiente que lhes permite voltas esporádicas, para uma visitinha. Como alguém que vai morar longe e vem nos ver vez ou outra. Tudo bem, é o livre arbítrio também, embora para quem "fica" e sente falta a frustração é grande.
Outros, morrem para renascerem em outro corpo, em outro espírito. Uma questão de renovação, de novos caminhos. Isso pode trazer estranheza e confusões para os que mantém a identidade de sempre, mas tendemos a nos acostumarmos com quase tudo, portanto, um dia passa e tudo volta ao normal ou ainda toma novos rumos para todos, já que nas redes, você acompanha quem quer e abandonar "personalidades" insatisfatórias ou desinteressantes é um recurso ao toque de um dedo.
De qualquer forma, como sempre digo, somos só pessoas, no mundo real e no virtual. E como tal, vivemos os conflitos entre Eros e Tanatus.
E bancar a Fênix sempre pode render melhores horizontes.
Portanto, se a morte é virtual, morra à vontade.
Mas considere as possibilidades de renascimento, isso é um privilégio que a humanidade busca desde sempre.
E sejam sempre benvindos! 

Um comentário:

  1. Gostei!
    eu sei o q isso significa.. muito bem, aliás.. e já falei bastante a respeito.
    Realmente, daria páginas e páginas de texto...
    Sempre sabes aproveitar os momentos para expressá-los em palavras.
    Parabéns!
    beijos... saudades...

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