Falamos sobre tantas coisa que dizem respeito ao crescimento do país...
Tudo importa na atual conjuntura, mas é determinante que tenhamos uma visão mais ampla sobre o que é necessário para um crescimento real e definitivo.
E nada acontece da noite para o dia.
Hoje não vou falar de meu tema favorito: a educação.
Se bem que nada se faz sem ela, mas disso vocês estão cansados de me ouvir falar!
Hoje, lendo a entrevista do maestro Roberto Minczuk da Orquestra Sinfônica Brasileira na Veja e unindo a isso recentes atividades minhas na área da cultura, me deu vontade de palpitar a respeito.
O maestro vem tentando introduzir na orquestra o critério da meritocracia e tem sido criticado por isso.
E vai continuar a ser combatido, podem ter certeza, porque no Brasil, teorias administrativas, por mais que sejam mundialmente aprovadas, aceitas e comprovadamente eficientes, são mau compreendidas , especialmente na área pública.
Falar em produtos culturais no Brasil às vezes parece inconveniente.
É como se no país só houvessem pobres coitados esfomeados e sem teto. Ou como se à eles, o acesso à cutura devesse ser negado ou não tivesse importância.
Produtos culturais englobam vários itens: a música, as artes plásticas, a dança, o teatro...
E ao contrário do que muitos imaginam, não se trata de futilidade.
A arte sempre descreveu o que se passa na alma humana. O deslumbramento que uma boa peça teatral ou musical, um bom livro ou uma obra de artes plásticas causam nas pessoas, é o retrato da identificação entre dois seres feitos da mesma matéria física e sutil, que ali se reencontram, se reconhecem como um espírito uno, universal.
Todos esses produtos são fruto da criatividade humana. E isso não é pouca coisa. A criação é a pedra fundamental de tuudo.
O que isto tem a ver com o crescimento de um país?
Retornando às teorias administrativas, vamos relembrar um conceito já com bastante tempo de estrada nos Estados Unidos e na Europa, mas que, prá variar, por aqui só vem tendo ecos há poucos anos: a ideia de economia criativa.
Poderia dizer que a economia criativa é quase um desmembrmento do conceito de sustentabilidade.
Assim: a sustentabilidade é um conceito fundado em três pilares: o econômico, o social e o ambiental.
O mais popularmente conhecido é o ambiental, muito divuulgado há bastante tempo, que diz que devemos ter ações que preservem o ambiente permitindo seu uso mas sem um desgaste que o extermine, garantindo sua continuidade e utilidade para as gerações futuras.
Dentro de seus raios de ação, os outros dois pilares dizem a mesma coisa.
A Economia Criativa, fala do uso da criatividade como produto de desenvolvimento econômico.
E um produto inesgotável!
Jamais chegará o dia em que ninguém mais criará alguma coisa nova ou um novo meio de usar coisas que já existam!
Além disso, talvez seja o único tipo de produto que não promove uma concorrência deslel, daquelas que geram conflitos absurdos entre concorrentes, já que em geral, um produto criativo de sucesso, leva à ânsia de outros criadores para criar algo novo ou mais completo. Ou seja, criatividade gera criatividade, promovendo assim, um ciclo economico sustentável, renovável, se isso for mais claro prá você.
E é neste ponto que o Brasil precisa urgentemente pensar em adotar a economia criativa no campo da cultura.
Criatividade não nos falta.
Oferecer caminhos para que toda a população conhecça arte e cultura e seja realmente "apresentado" à elas de forma consistente e motivadora é um dos caminhos necessários não só para a preservação de nossa identidade mas também de geração de novos talentos criativos.
O ponto a registrar afinal, é que talentos geram produtos (também os culturais) e que produtos geram dividendos.
O Brasil precisa acordar para a ideia de que dinheiro não vem só da indústria ou do comércio tradicionais, vem da arte também, da alma e do pensamento do seu povo.
Pensem nisso..
Concordo plenamente com tudo que disse. Parabéns pela reflexão e pelo belo texto.
ResponderExcluirAssim como temos um potencial turístico absurdo sub-explorado, temos uma cultura magnífica que é menosprezada em função da ignorância dos nossos governantes.
Será que um dia acordarão nesse país e passarão dar à nossa rica cultura o valor que ela realmente tem?