Ô semana!
Se não bastasse o casamento do século na sexta, resolvem achar o Bin Laden (e matá-lo sem rastros) logo no começo da semana!
Aí, no Brasil botam prá ferver dois temas nevrálgicos: O desarmamento do cidadão comum e os direitos civis dos homossexuais.
Ah, sim! o primeiro tópico do post foi Religião...
Então comecemos por ele.
Falei em religião porque não sai da minha cabeça a Cerimônia Religiosa em "comemoração" à morte de Bin Laden.
Não lhes parece estranho isso?
Tudo bem, se somos vítimas de violência (como os parentes de 11 de Setembro e outros casos creditados ao extremista), temos mesmo vontade de pagar com a mesma moeda.
Ao menos a maioria de nós, e ao menos nos primeiros momentos pós fato.
Eu sei porque já passei por isso. Mas, com o tempo, a tendência é mudarmos nosso estado de humor.
Agora, alguém já pensou em comemorar a morte de alguém? Seja lá quem for? Quem essas pessoas imaginam que são? Os detentores da verdade? Verdade essa que recusa a um mundo curioso e sedento de , digamos, satisfações diante de um corpo de alguém procurado há tanto tempo e que sem vida se desfaz no ar, ou na água, ou sei lá onde?
Bem, deixa prá lá, certo? Mas que eu acho estranho eu acho.
Aí, chega o dia da votação dos direitos civis dos homossexuais.
Que confusão! Quanta discussão, quanta campanha em prol do sim e do não.
Lembro como se fosse hoje, da Senadora Marta Suplicy falando sozinha a esse respeito lá no TV Mulher da Globo. Era considerada por muitos quase uma subversiva!
E eu, não poderia deixar de valorizar seu pioneirismo no Brasil, mesmo que não estejamos do mesmo lado ideológico.
Sabe, tenho muitos amigos gays. Todos pessoas muito bacanas.
Mas, todos sabemos que pai e mãe nenhum (a não ser que sejam gays, é claro!) sonham em ter um filho gay.
E é simples de entender.
Faz muitos séculos que a homossexualidade deixou de ser algo considerado comum.
Heteros em geral sonham com o casamento também hetero de seus filhos, aqueles que geram netos, genros jogados no sofá aos domingos e noras ajudando com a louça enquanto crianças correm pela sala.
Mas isso não quer dizer que alguns pais heteros tenham a capacidade de aceitar a situação e muito menos significa que deixarão de amar esses filhos que lhes parecem diferentes.
Pode haver um período de incomprenssão, de desnorteamento, mas no fim quase sempre, acabam se acertando.
Há os que nunca aceitarão. Esses deveriam procurar ajuda terapêutica ou pensar sobre o porque de tanta rejeição.... negação talvez? Ou projeção? Muito delicado falar disso aqui.
Tem os preceitos religiosos também, mas esses eu me recuso a discutir.
Aliás, devemos nos lembrar que desde 1999 o Conselho Federal de Psicologia deixou de considerar a homossexualidade um desvio, doença ou perversão e os Psicólogos portanto não podem lidar com o assunto no intuito de "curar" algo que não é doença. Em 1990 a OMS tirou a homossexualidade da lista de doenças e em 1991 a Anistia Internacional, passou a considerar a discriminação como uma violação dos direitos humanos.
Em resumo é o seguinte: gostando ou não, TODOS somos uma coisa só: pessoas!
E isso não tem nada a ver com nossas preferências sexuais.
Assim, aos olhos do direito, de nossa Constituição e sei lá mais o que, todos devemos ter direitos iguais!!!
Basta que aprendamos a conviver com as diferenças e que evitemos "invadir" os limites alheios. Podemos não gostar ou não entender, mas devemos respeitar.
Aí, prá rechear ainda mais a semana com explosivos sociais, começam a falar no tal Desarmamento da população.
De novo! Não chegou o plebiscito de 2005.
Não dá prá ver que as armas que matam (a maioria) são as ilegais e na mão de bandidos?
Li não sei onde que 70% dos crimes são executados com armas nacionais, como se isso fosse razão para desarmar a população.
Prá mim significa apenas que os outros 30% são fruto de contrabando!
Desarmar a população não vai resolver as estatísticas criminais.
Isso só vai funcionar o dia que houver punição para criminosos, no dia que a justiça não soltar os marginais que a polícia prende por questões jurídicas que só eles entendem!
O código penal tem que ser revisado e cumprido com rapidez e eficiência, só isso.
É preciso também haver prevenção, policiamento ostensivo etc... e tal.
Dizem que Wagner "Capitão Nascimento" Moura vai ser o garoto propaganda da campanha, por ter credibilidade junto à população. Tá..
Ufa?! Volto dizer: que semana!
Mas paro por aqui porque senão volto a falar daquela coisa chamada educação que resolveria quase tudo: daria uma capacidade de refletir sobre preconceito, faria com que alguns escolhessem caminhos de paz (e não vissem no crime sua única alternativa de sobrevivência) e usassem a religião como o nome diz: para Re Unir, Re Ligare! Não para denegrir ou comemorar o extermínio de seus semelhantes que tem ideias diferentes.
E também faria as pessoas entenderem que Wagner Moura é um dos melhores atores de nossa história, carismático, especial mesmo, mas que é um ATOR.
Gente com educação não confundiria as coisas assim tão fácil...
P.S. Nem vem que não tem! Não defendo o terrorismo. Mas também não defendo o cinismo.
Que o restinho da semana seja tranquilo.
Muito lúcida e com uma clareza rara nesses tempos em que a linguagem tem sofrido tanta agressão...
ResponderExcluirParabéns ! Belo texto! Gostei!
ResponderExcluirQue o fim de semana seja tranquilo, com muita paz e amor na comemoração ao Dia das Mães!
Abs,
Aristides
Que o caminho é a educação, não tem duvida, porém a realidade é outra, o radicalismo,o os extremos, o desvio de caráter, as más influencias, os maus exemplos, a IMPUNIDADE e seus conseqüentes desdobros, enfim, tudo isso, contribui para nosso conturbado e injusto cotidiano. Penso que todos tem os mesmos direitos e jamais me atentei ao contrario por não ter dado atenção a demasiada atenção que muito davam, para determinados assunto e diferenças entendes?
ResponderExcluirO radicalismo é nojento, assim como ao preconceito, quanto ao desarmamento interessa apenas aqueles que vão tirar proveito do $$$$ das pesquisas e plebiscitos ou publicidade, enfim, quem que ser desarmado é o bandido!
Parabéns, ótimo texto!
ResponderExcluirEu sou favorável ao desarmamento e este foi o meu voto no referendo mas acho casuísmo voltar a esse assunto ainda que a comoção que originou esse debate seja grande.
Também acho muito estranho comemorar a morte de alguém mas entendo a reação do povo norte americano.
Abs!